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domingo, 25 de dezembro de 2011

Hoje é Dia de Nosso Amado Pai Oxalá - Dia de Jesus Cristo


       JESUS, OXALÁ NA UMBANDA

A VIDA DE JESUS
O Cristianismo o reverencia como Deus feito homem. Xamãs indígenas, cabalistas, judeus e muçulmanos o consideraram um mestre. Indianos o reverenciaram como um “siddha” (perfeito) ou até um avatar (encarnação divina). Sua figura sempre fascinou os homens em todas as épocas; ele confortou e alegrou milhões de pessoas, mas apesar de tudo que se tem dito a seu respeito, sua vida continua envolvida em mistério. Afinal, quem foi esse homem chamado Jesus?

Quase tudo o que sabemos de sua vida, vem das narrativas dos Evangelhos (do grego: boa nova). Mas foram muitos os historiadores e teólogos que contestaram esses textos. Essas escrituras, os chamados Evangelhos, receberam influência de um gênero literário muito comum, à época que misturava história, lendas e doutrinas. Também é forte, nos Evangelhos, a influência das antigas tradições judaicas, mitologias, greco-romana e oriental, e correntes esotéricas do primeiro século depois de Cristo. Apesar de terem, por muitas vezes, sua veracidade refutada, hoje se tende a valorizá-los.

Um dos principais argumentos que se levantou contra os Evangelhos, é o de que demoraram demais para ser escritos, geralmente muitas décadas depois dos fatos, época em que a memória, sobre os mesmos, já havia sido perdida ou modificada. Mas hoje em dia os especialistas explicam que, na verdade, a elaboração é que demorou muito para ser finalizada. O Evangelho mais recente, o de João, demorou quatro décadas para ficar pronto.

Mas antes de qualquer registro escrito, logo cedo, surgiu uma tradição oral sobre a vida e a mensagem de Jesus. Seu núcleo era o “Querigma” – palavra grega que significa “anúncio”, muito utilizada pelos seus discípulos para converter os ouvintes, por ter forte apelo emocional. Em torno desses discursos se juntavam as parábolas de Jesus.

O que corroborou para que os Evangelhos realmente passassem a ser vistos, como algo que mostra a realidade vivida por Jesus e seus discípulos, naquela época, foi a descoberta, em 1992, de um fragmento de papiro com trechos de dois versículos de Marcos, datado do ano 50 d.C. Duas décadas depois da morte de Jesus sua história já estava sendo escrita.

O NASCIMENTO DE JESUS
Jesus nasceu quando as terras que hoje pertencem a Israel e Palestina, estavam sob o domínio dos romanos. Ele nasceu sob o reinado de Herodes, viveu em locais governados por seus filhos e morreu sob o poder do romano Pôncio Pilatos. O dia em que comemoramos o nascimento de Jesus, o Natal, não é realmente a data de seu nascimento. Dia 25 de dezembro era uma data especial no calendário dos cultos de Roma. Era o dia do “Festival Pagão do Sol Invencível”, que comemorava o triunfo do astro-rei. Os primeiros cristãos associaram as qualidades do Sol a Jesus, por isso a escolha da data, que deve ter sido instituída por volta de 330 d.C. Hoje se sabe que Jesus nasceu antes do ano I, da Era Cristã, provavelmente entre 8 e 6 a.C. Existe uma passagem no Evangelho de Lucas que diz que o nascimento de Jesus se deu na época do recenseamento feito pelo imperador César Augusto. Historiadores concordam que a data provável desse censo foi entre 8 e 6 a.C.

JESUS – O HOMEM
O Cristo encarnado, como homem na Terra – Jesus, é a própria manifestação do Verbo, como já comprovou Saint Yves D’Alveydre, com seu Arqueômetro. Em todas as escolas de tradição oriental os mestres costumam dizer, aos seus discípulos, que “todo homem possui uma centelha divina que emana do Verbo Divino. Para se tornar ‘Cristo’, basta desenvolver essa centelha”. Jesus assim o fez, e como homem encarnado atin­giu a máxima evolução.

O Verbo manifesta seu princípio em algum ponto do espaço mas não deixa de estar no Absoluto. Mas esse princípio, quando encarnado, aceita todas as condições da existência na Terra, como o esquecimento do Plano Divino e a angústia do abandono do Pai.

Jesus teve ou tem uma existência metafísica ou é um princípio vivo que continua atuante em relação aos seres humanos? Se Jesus foi o próprio Verbo Encarnado e se este princípio está intimamente ligado a todas as manifestações vivas da Natureza, esse mesmo princípio não abandonou o plano físico e está sempre presente para curar aqueles que dele se aproximam. Todas as raças deste planeta receberam a revelação da libertação da carne por meio da intervenção do princípio criador. O nome desse princípio, desde a formação do nosso planeta, é Jesus, e sua atuação sobre o planeta está sempre viva e se manifestando.

Jesus é aquele que veio e está sempre presente, conduzindo a Humanidade de volta aos braços do Pai. Todas as honras e louvores lhe são devidos por sua atuação em todos os planos. O Cristo é a própria divindade que se encontra em estado latente em todos nós, pois somos espíritos encarnados e trazemos conosco essa centelha divina.

O personagem histórico – Jesus, o homem, ensinou o amor, a benevolência e a caridade; foi um grande mensageiro da Luz, trazendo os ensinamentos que despertaram a consciência dos que estavam mortos para o Espírito, presos na escravidão da matéria, que é nossa redentora e nos auxilia a redimir nossos erros rumo à evolução espiritual.

JESUS – UM INICIADO
Evangelhos Apócrifos (que não são reconhecidos oficialmente), atribuem a Jesus pensamentos e ensinamentos esotéricos. Isso nos faz pensar que ele possa ter elaborado dois tipos de discurso: um exotérico (externo), adaptado à capacidade de com­preensão da grande massa e outro esotérico (interno), que se destinava à formação de seus discípulos.

As Correntes Espiritualistas cada vez mais acreditam nessa hipótese. Algumas dizem ter sido Jesus um grande Mestre da Cabala, a mais mística tradição judaica; outras o colocam como sendo o portador de um conhecimento oculto, que vem sendo passado à Humanidade desde tempos imemoriais, que remontam às tradições mais antigas, como a dos Iogues indianos, e, antes, ainda, aos Xamãs pré-históricos.

JESUS E A TRADIÇÃO ESOTÉRICA
Algumas práticas citadas nos Evangelhos podem nos remeter a influências esotéricas na vida de Jesus:

· O Batismo: existe uma lacuna de 20 anos nos Evangelhos entre a infância e o início de sua pregação. Após esse período ele passou por um rito iniciático adotado por várias tradições místi­cas – o batismo. Para essas antigas tradições, nesse momento o iniciado passa simbolicamente por um processo, mor­rendo para a antiga existência e renascendo para uma nova vida.

· Prova do Deserto: outra experiência iniciática foi o jejum de 40 dias no deserto. Esse tipo de provação, a que o adepto é exposto, é tão antiga quanto às tradições xamânicas, ainda hoje é utilizada por várias tradições místicas. O objetivo é manter o aspirante em total condição de isolamento, levando-o a confrontar se com o seu lado sombrio, que é retratado nos Evangelhos como o Diabo, que lança sobre Jesus as três tentações: quebrar o jejum, atirar-se do alto do templo de Jerusalém e adorar o próprio Diabo em troca do reinado sobre a Terra. Jesus rejeitou todas.

· O Círculo Hermético: após ter dado início à sua missão, mais e mais pessoas são atraídas por suas palavras e ensinamentos: a grande massa que o ouvia nas sinagogas, uma grande quantidade de discípulos que passaram a acompanhá-lo e o grupo dos doze apóstolos, que a tudo abandonaram para segui-lo. É provável que a estrutura desse círculo restrito de seguidores obedecesse a um modelo estabelecido em comunidades místicas.

· O Texto na Tabuleta Pregada na Cruz: a frase que Pôncio Pilatos redigiu para ser colocada na cruz – “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus” – pode ter tido um significado muito maior do que o resumo das acusações que lhe foram feitas. A palavra Nazareno, além de designar o local onde viveu parte de sua vida, pode se referir também a “Nazir” ou “Nazireu”, aquele que é consagrado a Deus e que entre outras obrigações não poderia cortar os cabelos. A palavra rei também pode ter outro significado nessa inscrição. Esse título, nos círculos esotéricos era dado ao indivíduo que iniciava adeptos ao conhecimento dos mistérios. Poderia ser uma conotação de Mestre Iniciático.

JESUS, O ARREBATADOR DE ALMAS
O antigo povo de Israel esperava um “Messias” – na verdade um guerreiro que os livrasse da opressão romana. Jesus veio pregando o amor incondicional, por meio do qual seria possível se conquistar o reino de Deus. Mas o que a maioria esperava era um revolucionário que expulsasse os dominadores romanos, derrubando Herodes e restabelecendo um poder legítimo em Israel. Jesus não se apresentou como esse revolucionário e sua condição fraternal foi explorada por seus inimigos, que o condenaram à morte. Ele pregou uma “revolução” a longo prazo, sem luta, sem visar somente o lado material, mas amplamente profunda e esclarecedora do ponto de vista espiritual. Sua meta era, por meio da conscientização e de uma transformação radical, trazer o reino de Deus à Terra.

A RESSURREIÇÃO SEGUNDO A TRADIÇÃO ORIENTAL
A idéia de transmutação do corpo físico e imortalidade são comuns em certas tradições espiritualistas da índia e da China.

Extremamente rara, essa possibilidade poderia ser alcançada pelos “siddhas”, os perfeitos, mas seria inerente a todo ser humano que, por devoção a Deus, exercícios e prática da yoga, poderia atingir um estágio supremo de desenvolvimento.

OXALÁ, O ORIXÁ DA CRIAÇÃO
Na Umbanda, Oxalá representa o mais alto na hierarquia dos Orixás, tendo como contraparte nosso Mestre Jesus, o médium supremo. Nos pontos riscados é representado por uma estrela de cinco pontas. Como Orixá na Umbanda, Oxalá se apresenta sob três formas:

OXAGUIAN: o Oxalá Menino, que é sincretizado com o Menino Jesus de Praga.

OXALUFAN: o Oxalá Velho, sincretizado com Jesus no Monte das Oliveiras.

OXALÁ: sincretizado com Jesus Cristo.

Tanto na Umbanda quanto no Candomblé é de Oxalá a tarefa de criação da Humanidade. Por isso a equivalência a Jesus, manifestação máxima de Deus trino: Pai, Filho, Espírito Santo. Além de responsável pelo molde dos primeiros seres humanos na Terra, é considerado também o criador da cultura material.

Oxalá é representado nos Congas por Jesus e é a autoridade suprema na Umbanda. É ele quem ordena aos Orixás que venham ajudar seus filhos por meio dos Guias e Mensageiros que vêm em Terra. Sua imagem é a de Jesus Cristo, sem a cruz e sua cor é branca. Oxalá é considerado o Orixá maior na Umbanda, porque é capaz de atuar em todos os elementos e vibrações através dos outros Orixás.

Éter e Luz: são o elementos e a força da Natureza correspondentes à Linha de Oxalá.

Dia da Semana: Sexta-feira.

Vibração: atua no chacra coronário.

Cor: Branca, com raios dourados.

Cores da Guia: Contas brancas leitosas.

OXALÁ NOS CULTOS AFRO-BRASILEIROS
O mais importante e elevado do Panteão lorubá; foi o primeiro Orixá criado por Olorum (O Deus supre­mo). E um dos Orixás Fun-Fun (da cor branca).

São muitas as suas lendas e extensa sua origem e história na África. No Brasil, são mais conhecidos Oxalufan “o velho” e Oxaguian “o moço”. Na sua forma “guerreira”, Oxalá carrega uma espada, cheio de vigor e no­breza; na condição de velho e sábio, curvado pelo peso dos anos, é uma figura nobre e bondosa que carrega um cajado, o Opaxorô, de forte sim­bologia, utilizado para separação do Orun (o Céu) e o Ayié (a Terra). No Brasil é o mais venerado e sua maior festa é uma cerimônia chamada “Águas de Oxalá”, que diz respeito à sua lenda dos sete anos de encar­ceramento, culminando com a cerimônia do “Pilão de Oxaguian”, para festejar a volta do Pai. Esse respeito advém da sua condição delegada, por Olorum, da criação e governo da Humanidade.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXALÁ
Os filhos de Oxalá são pessoas tranqüilas, que tendem à calma até nos momentos mais difíceis. São amáveis e pensativos, mas não cos­tumam ser subservientes. São articulados, reservados e às vezes muito teimosos, sendo difícil con­vencê-los de que estão errados na resolução de um problema. Em Oxalufan, o Oxalá mais velho aparece com a tendência para o debate e a argumentação.

A LENDA AFRICANA
Orixalá ou Obatalá foi encarregado por Olorum de realizar uma grande e importante tarefa: a da criação do mundo. Para isso, recebeu de Olorum o “Saco da Criação”. Mas antes de iniciar sua viagem para o cumprimento da mis­são era necessário que Oxalá realizasse oferendas para Bará. Mas, com seu caráter um tanto orgulhoso, não o fez.

Iniciou então sua caminhada, e, ao chegar à porta do além, encontrou Exu-Bará, fiscal das comunicações entre os dois mundos. Ao saber que o Grande Orixá não havia feito as oferendas, fez com que ele sentisse muita sede durante a caminhada. Oxalá não teve outra saída senão tomar o líquido refrescante que escorre do dendezeiro – o vinho de palma. Com isso ficou bêbado, perdeu o rumo e adormeceu.

Veio então Odudua, criado depois de Oxalá, e, vendo-o adormecido, roubou-Ihe o Saco da Criação e levou até Olorum, que disse: “Vá você Odudua, vá e crie o mundo”. Odudua encontra uma grande extensão de água e deixa cair o conteúdo do Saco da Criação – a terra; formou-se um monte que ultra­passou as águas. Odudua colocou sobre o monte de terra uma galinha de cinco patas, que espalhou a terra sobre as águas. A terra foi se alargando cada vez mais criando a cidade de llê-lfê.

Quando Oxalá acordou e não encon­trou o Saco da Criação procurou Olo­rum, que o castigou proibindo-o de beber vinho de palma e usar azeite de dendê. Como consolo, ordenou-lhe que moldasse no barro o corpo dos seres humanos, sobre os quais Ele, Olorum, sopraria a vida.

Texto e pesquisa: Virgínia Rodrigues – base de consulta: www.auxiliadora.org.br
Fonte: Revista Espiritual de Umbanda – Nº 12

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Ponto Cantado a Oxalá

Oxalá meu pai
Tem pena de nós, tem dó
Se as voltas no mundo é grande
Seus poderes são maior
Oxalá meu pai
Tem pena de nós, tem dó
Se as voltas no mundo é grande
Seus poderes são maior
O malei malei
O malei malá
O malei malei
Salve as forças de Oxalá !

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Oração a Oxalá
Salve Oxalá, força divina do amor, exemplo vivo de abnegação e carinho!
Nós vos rogamos, ó bondoso Mestre, a Vossa proteção para que, possamos sentir em nossos corações, cada vez mais viva, e chama do nosso amor por Deus e por todas as suas criaturas.
Derramai Vossa benção por sobre todos nós e especialmente por sobre aqueles que se encontram recolhidos às casas de saúde, manicômios e penitenciárias, por sobre todos os que nascem neste momento e, ainda, muito especialmente pelos que desencarnaram  e se dirigem, já em espírito, ao mundo invisível, para o ajuste de contas.
Proteção ó Pai Oxalá!...
Força e proteção para todos os que palmilham o caminho do bem, e misericórdia para os que vivem no mal e para o mal, esquecidos de si próprios.
Assim Seja !

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Oração para a Proteção de Jesus

Querido Pai, que enviastes vosso filho Jesus,
Para nos ensinar a amor e o perdão,
Colocai sobre mim, agora, a infinita proteção do nome de Jesus Cristo:
Jesus me guarda,
Jesus me ampara,
Jesus ma guia,
Jesus me defende,
Jesus me salva,
Jesus me protege,
Jesus me eleva,
Com Jesus tenho paz, verdade, justiça e fé.
Amém!

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“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

Liga da Justiça Umbandista
O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.