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sábado, 30 de junho de 2012

A Popularidade de Pombagira



Com a liberação da mulher, vieram a respon­sabilidade, os direitos e os deveres.  Pombagira popularizou-se com a expansão da Umbanda e dos demais cultos afro-brasileiros nos anos 60 e 70 do século XX e, em meio a multiplicidade de cultos com ela presente em todos, sua força era indiscutível e sue poder foi usufruído por todos os que iam se consultar com ela.  Não demorou a descobrirem que ela atendia a todos os pedidos, inclusive aos de “amarrações para o amor”, para “separação de casais” e outros pedidos bem terrenos dos humanos.

Como ninguém se preocupou em fundamentá-la en­quanto Mistério da Criação e instrumento repressor da Lei Maior e da Justiça Divina, temidíssima justamente em um dos campos mais controvertidos da natureza dos seres, que é justamente o da sexualidade, eis que não foram pou­cas as pessoas que foram pedir o mal ao próximo e adqui­riram terríveis carmas, todos ligados aos relaciona­men­tos amorosos ou passionais.

Nada como pedir para as “moças da rua” coisas que não seriam muito bem vistas pelo “povo da direita”.

Assim, Pombagira tornou-se a ouvinte e conselheira de muitas pessoas com problemas nos seus relacio­namentos amorosos, procurando atender a maioria das solicitações, fixando em definitivo um arquétipo poderoso e acessível a todas as classes sociais.

Junto à explosão descontrolada das manifestações de Pombagiras, vieram os males congênitos, que acom­panham tudo o que é poderoso: os abusos em nome das entidades espirituais, tais como os pedidos de jóias e per­fumes caríssimos; de vestes ricas e enfeitadas, de oferendas e mais oferendas caríssimas; de assenta­men­tos luxuosos e ostentativos; de cobrança por trabalhos realizados por elas, mas recebidos em espécie por encarnados, etc.

Pombagira também serviu de desculpa para que al­gumas pessoas atribuíssem a ela seus comportamentos no campo da sexualidade.

Ainda que hoje saibamos que elas são esgotadoras do íntimo das pessoas negativadas por causa de decep­ções e frustrações nos campos do amor, no entanto ainda hoje vemos um caso ou outro que atribuem à Pombagira o fato de vibrarem determinados desejos ou compulsões ligadas ao sexo.  Mas a verdade indica-nos exatamente o contrário disso, ou seja, a “mulher da rua” atua esgotando o íntimo de pes­soas e de espíritos vítimas de desequilíbrios emocionais ou conscienciais, pois essa é uma de suas muitas funções na Criação.

Texto extraído do livro “Orixá Pombagira” de Rubens Saraceni, Editora Madras.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Condensadores Energéticos, Magias e Feitiços





Desde os tempos remotos, na luta pela sobrevivência, os mais fracos foram afastados da competição comum pelos mais fortes. Isso, então, os fez pensar num modo de evitarem uma luta física e desigual, adotando outra espécie de arma compensadora e capaz de ajudá-los à distância do adversário invencível. Através do metabolismo do éter-físico e sob a sugestão dos espíritos maquiavélicos, o processo de enfeitiçamento foi-se delineando palmo a palmo, e evoluindo nos sucessivos experimentos ritualísticos. Os feiticeiros, imbuídos do seu poder excepcional sobre o mundo oculto, então exercitaram-se até conseguirem os primeiros êxitos sobre os adversários mais fortes e sem necessidade de enfrentá-los pessoalmente.

Ante a dificuldade de mentalizar a figura dos guerreiros adversários e transformá-los em alvo direto das forças ocultas demolidoras, os primeiros bruxos aventaram a idéia de confeccionarem bonecos de pau e de barro, a fim de eles acumularem e depois retratarem a descarga eletromagnética destrutiva mobilizada durante o processo de bruxaria. A tribo reunia-se sob a pujança da Lua Cheia, cuja ação hipnótica e magnética alvoroça e eriça o lençol de fluidos astralinos na adjacência da Terra, e os pajés alinhavam os bonecos representativos dos inimigos impossíveis de serem derrotados numa luta física. Elevava-se o cântico guerreiro vibrando sob poderoso "mantran" coletivo, na sonoridade lúgubre, obstinada e implacável de mau agouro; em breve, forjava-se a egrégora guerreira alimentada pela substância mental virulenta, qual gigantesca ameba estendendo os seus pseudópodos fluídicos em direção às vítimas eleitas para o holocausto traiçoeiro.

Cada membro da tribo, minuto a minuto, noites após noites, descarregava a sua raiva e o seu ódio sobre o boneco esculpido na madeira ou modelado no barro, catalisando as suas forças destrutivas sob a excitação eletrizante da cerimônia bárbara e belicosa. Os guerreiros novos substituíam os guerreiros velhos e cansados; as pragas e maldições vibravam desde o romper do Crescente até o máximo apogeu da Lua Cheia, cujos fluidos maléficos se despejavam em cargas demolidoras sobre os bonecos representativos da tribo adversa. A fúria selvagem bramia acicatando o éter-físico do ambiente virulento, transformando-o na ponte oculta a transferir a carga mortífera gerada pela peçonha da mente vingativa.

Ao longe, repousando no silêncio da noite, a tribo adversa e desprevenida, confiante na sua força física e desprezando o recurso mórbido do enfeitiçamento dos fracos, ignorava a carga tenebrosa que se gerava num crescendo obstinado e a fluir pela cortina do éter, qual serpe em ondulações assustadoras. Então a tragédia começava, lenta mas inexoravelmente; os guerreiros fortes e sadios entonteciam e tropeçavam em aflitivos movimentos claudicantes, para depois caírem prostrados e exauridos por um vampirismo fluídico com que jamais logravam atinar. Anêmicos e vampirizados por vigoroso "quebranto", tombavam ao solo como os arbustos decepados pela foice maligna de um gênio perverso. Em verdade, eram aniquilados por um punhado de bonecos de pau e de barro, grotescos e ridículos, mas que semeavam a morte inglória pela força do ódio e da vingança nutridos pelo fabuloso poder da mente humana!

Mas como tudo evolui no orbe terráqueo, os antiquados bonecos de madeira ou de barro também sofreram o desprestígio que é próprio das coisas superadas E os feiticeiros modernos os substituíram pelo.eficiente boneco de cera-virgem, de maior eficiência magnética e supercarregado do néctar das flores acumulado no mel, que se transforma numa fonte energética capaz de abater à distância um grande guerreiro civilizado!

Ramatís - Livro Magia de Redenção.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O Céu e o Inferno estão no mesmo Lugar



Apesar de renegada pela maioria dos novos cristãos, principalmente os espíritas e espiritualistas, a Bíblia Sagrada é o livro mais importante para qualquer ser humanizado que siga os ensinamentos de Cristo, pois o próprio mestre disse:

Não pensem que eu vim acabar com a Lei de Moisés e os ensinamentos dos profetas. Não vim acabar com eles e sim dar o verdadeiro sentido deles. (Mateus – Capítulo 05 – Versículo 7)

Ao longo de toda a sua pregação Cristo não só seguiu o que ensinaram os profetas do antigo testamento como afirmou que muita coisa do que vivia era necessário acontecer para que o que estava profetizado acontecesse. Se ele submeteu-se a estas leis, se ele acreditou no que foi ensinado antes, porque os novos cristãos não a seguem? Não saberia explicar...

Acho que isso acontece porque muitos destes novos cristãos não entendem a Bíblia, não a conhecem direito. Por este motivo vou tentar jogar um pouco de luz sobre o que está neste livro sagrado.

A Bíblia começa com a parábola de Adão e Eva. Este casal simboliza os primeiros espíritos criados por Deus no Universo. Eles viviam no paraíso, ou seja, no plano espiritual superior, onde tinham tudo o que precisavam para a sua existência. Lá eles podiam transitar livremente e alimentar-se de todas as coisas, com exceção de um fruto, aquele que nascia da árvore que ficava no meio do paraíso: o fruto da árvore do conhecimento...

Qual o fruto da árvore do conhecimento? O saber... Sempre que um ser acredita naquilo que toma conhecimento (alimenta-se do fruto desta árvore) imagina saber alguma coisa. Portanto, o saber é o fruto que os espíritos que vivem no plano superior não podem usar para alimentar-se.

Mas, a que saber estou me referindo? Para explicar com a palavra a cobra, ‘que era o animal mais esperto que o Deus Eterno havia feito’.

Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus olhos se abrirão e vocês serão como Ele, conhecendo o bem e o mal. (Gênesis – Capítulo 03 – Versículo 05).

É este saber que estou me referindo: o saber distinguir o bem do mal, o certo do errado, o bonito do feio. Quando o ser humanizado acredita poder distinguir o que é certo do que é errado, o que é bom do que é mal, simbolicamente se transforma naquele que come a maçã, ou seja, comete o pecado original.

Sendo isso verdade e estando os espíritos num mundo de provação, podemos, então, compreender que esta prova se refere a ter o saber ou abrir mão dele. Para que o espírito execute a sua prova, então, é preciso que até hoje a cobra esteja presente neste mundo oferecendo a cada momento o fruto proibido (os códigos que determinam o que é certo ou errado, bom ou mal) para que o ser universal possa fazer a sua opção: fechar seus olhos (deixar de ter certeza do que é bonito ou feio). Sendo assim, a cobra de hoje são as próprias doutrinas religiosas, os códigos morais, de ética ou comportamental que servem como guia para os seres humanizados distinguirem o bom do mal, o certo do errado. Libertar-se deles, ou seja, não utilizá-los para julgar o mundo, é, portanto, o objetivo da encarnação no mundo de provas e expiações.

Mas, isso não deve ser feito com o objetivo de ganhar qualquer coisa, inclusive a elevação espiritual, a volta ao paraíso. O ser que busca se libertar destes códigos deve fazê-lo pelo reconhecimento de que não é igual a Deus, ou seja, não possui o mesmo poder de compreensão das coisas universais que Ele possui e não para ganhar qualquer coisa.

Aí está a provação do espírito e como ela pode ser vencida: reconhecer que os códigos de leis que regem a convivência humana são apenas fruto da árvore proibida e libertar-se de se alimentar deles através da aceitação de que apenas Deus tem o poder de conhecer o bem e o mal. Quando age assim o ser universal demonstra que reconhece no Pai a ascensão moral que Ele possui.

Aqueles que executam este trabalho vão para o Reino do Céu, ou seja, retornam ao paraíso, enquanto que aqueles que não fazem isso permanecem no reino onde se nasce e morre. Este lugar é o próprio planeta onde estão encarnados.

Na Bíblia encontramos a referência ao castigo àquele que continua comendo a maçã, ou seja, continua sabendo distinguir o bem do mal: eles vão para o inferno. Ora, este castigo é permanecer encarnado, isso quer dizer que o planeta onde os espíritos cumprem a pena por saber é aquele em estão encarnando. No caso dos terráqueos, a Terra...

Sim, a Terra para os seres universais que estão no processo de encarnação para provas e expiações é o próprio inferno... Nenhum espírito que continuar praticando o pecado original durante a sua encarnação irá para o inferno ou umbral como os espíritas chama o inferno, quando desencarnarem: apenas continuarão presos ao orbe terrestre.

O umbral ou inferno não está no céu ou abaixo dele, mas no próprio orbe terrestre. E aquele que persistir em atender a tentação da cobra continuará preso aqui.

É para ajudar na luta do espírito para realizar suas provações durante as suas encarnações que a Bíblia Sagrada, tanto o novo quanto o velho testamento, foi escrita. Ela contém ensinamentos que se transformam em caminho para aqueles que querem deixar de se alimentar do fruto proibido: o saber distinguir entre o bem e o mal. A cada trecho, seja ele ditado pelos profetas, apóstolos ou pelo próprio Cristo, a Bíblia traça um caminho que se seguido levará o ser universal a retornar ao paraíso.

Mas, como é descrito na Bíblia o céu, o paraíso, o lugar onde aqueles que conseguirem se libertar da tentação da cobra? Como a Nova Jerusalém.

Se o livro Gênesis mostra o início de tudo e as páginas internas mostram o caminho a ser seguido, o Apocalipse, o último livro da Bíblia, faz um resumo dos acontecimentos do mundo de provas e expiações no planeta Terra e termina falando do lugar onde viverão os espíritos se percorrerem todos os ensinamentos bíblicos.

Vamos conhecer um pouco da Nova Jerusalém ou o Reino do Céu como mostrado a João pelos anjos.

Um dos sete anjos que tinham as sete taças das últimas sete pragas veio e me disse:

- Venha e eu lhe mostrarei a Noiva, a Esposa do Cordeiro.
Então o Espírito de Deus me dominou e o anjo me levou para uma montanha muito alta. Ele me mostrou Jerusalém, a Cidade Santa, que descia do céu e vinha de Deus, brilhando com a glória Dele. (Apocalipse – Capítulo 21 – Versículo 09 a 11).

A figura da Nova Jerusalém acontece no final da Bíblia Sagrada. Ele é descrita como o lugar onde conseguirão chegar àqueles que seguirem os ensinamentos dos mestres, apóstolos e profetas. Aqueles que por reconhecimento da ascensão moral do Senhor desistem de querer ser, estar ou fazer qualquer coisa baseado no seu saber.

Mas, qual a característica deste lugar é descrita na Bíblia?

Não vi nenhum templo na cidade, pois o seu Templo é o Senhor, o Deus Todo Poderoso e o Cordeiro. (Apocalipse – Capítulo 21 – Versículo 22).

Eis aí a primeira característica da Nova Jerusalém. Ela não precisa de intermediários entre os seres universais e Deus, pois o templo do paraíso é o próprio Deus. Mais uma vez voltamos à questão do reconhecimento da ascensão moral de Deus que leva à desistência de ter os olhos abertos e com isso saber distinguir entre o bem e o mal.

No mundo espiritual os espíritos não aceitam ser dirigidos por nenhum outro ser, a não ser o próprio Deus. Dirigido no sentido de dizer o que é certo ou errado. Tanto faz se estes sejam leigos ou religiosos: os espíritos aceitam apenas aquilo que Deus diz e faz. Eles submetem-se àquilo que Deus dá, sem concordar ou discordar com o que o Senhor faz fundamentados em códigos de regras traçados por outros seres humanizados.

A cidade não precisa de sol nem de lua para a iluminarem, pois a glória de Deus brilha sobre ela e o Cordeiro é a sua própria luz. (Apocalipse – Capítulo 21 – Versículo 23).

Mais uma vez a compreensão de João, aquele que escreveu o Apocalipse, nos leva a entender que não há nada artificial na existência daqueles que conseguirem chegar ao fim da Bíblia, ou seja, ao final do seu processo de provas e expiações: tudo se origina em Deus. Viver a partir de Deus, ou seja, viver dando ao Pai o primeiro lugar em tudo: este é o destino daquele que consegue trilhar os caminhos deixados pelos apóstolos, profetas e por Cristo.

Para alcançá-lo é preciso seguir o que João diz que é feito por aqueles que vivem na Nova Jerusalém:

Os povos do mundo andarão na sua luz e os reis da terra vão lhe trazer as suas riquezas. (Apocalipse – Capítulo 21 – Versículo 24).

Para se viver na Nova Jerusalém é preciso que o ser universal ao longo de suas encarnações leve a Deus toda a sua riqueza. Que riqueza maior pode possuir um ser do que aquilo que ele crê? Todos os seus bens materiais podem ser tomados ou se deterioram com o passar do tempo, mas aquilo que cada um acredita jamais pode ser roubado ou tomado. Por isso é a maior riqueza que um ser possui...

Doe todo o seu saber a Deus, ou seja, entregue para Ele toda a sabedoria que pode haver e com isso você poderá viver na Nova Jerusalém.

O trono de Deus estará na cidade e os seus servos o adorarão. Eles verão o seu rosto e o nome Dele será escrito nas suas testas. Ali não haverá mais noite e não precisarão mais de lamparinas nem da luz do sol porque o Senhor Deus será a luz deles e eles reinarão para sempre. (Apocalipse – Capítulo 22 – versículo 03 a 05).

Portanto, quem se liberta de todo o seu saber não possui mais critérios para julgar o próximo. Com isso fecha os seus olhos, ou seja, não percebe mais nada de bom ou mal, certo ou errado, e devolve o poder exclusivo de Deus a Ele. Com isso entra na Nova Jerusalém, ou seja, vai para o paraíso.

Mas, onde é que se localiza a Nova Jerusalém? Relembremos o que o anjo mostrou a João: “Ele me mostrou Jerusalém, a Cidade Santa, que descia do céu e vinha de Deus”... A Nova Jerusalém descia do céu sobre a própria Terra. Ou seja, o paraíso é aqui mesmo...

Foi isso que Cristo ensinou através do Evangelho de Tomé:

“003. Jesus disse: Se aqueles que vos guiam vos disserem: vê, o Reino está no céu, então os pássaros vos precederão. Se vos disserem: ele está no mar, então os peixes vos precederão. Mas o reino está dentro de vós e está fora de vós. Se vos reconhecerdes, então sereis reconhecidos e sabereis que sois filhos do Pai Vivo. Mas se vos não reconhecerdes, então estareis na pobreza, sereis a pobreza.”

O Reino de Deus está dentro de cada um. A Nova Jerusalém precisa ser construída dentro de cada um através da doação do bem de maior valor que cada um possui: as suas verdades, os códigos que usa para julgar o próximo.

Assim como o inferno é aqui, o paraíso também é aqui. Inferno e paraíso não são lugares para onde o espírito irá depois das encarnações, mas um elemento do interior de cada um: estados de espírito, uma forma como se vivencia a vida carnal. Aquele que tem seus olhos abertos e se julga capaz de distinguir o bem do mal vive o inferno; aquele que coloca Deus antes de todas as coisas entregando, assim, o poder de julgar a Ele, vive o céu.

O paraíso é aqui, mas ele só será achado quando vocês entregarem o comando a Deus. Enquanto estiverem comendo o fruto da árvore proibida, ou seja, acharem que possuem o poder de ser o deus (aquele que pode julgar o bem e o mal das coisas) da sua e da vida dos outros, viverão o inferno.

Aqui pode ser o céu e o inferno: depende apenas de como cada um vivencia a sua existência carnal.

Vivam EM Deus, POR Deus e PARA Deus.


Fonte: http://espiritualismoespiritualista.blogspot.com.br

sábado, 23 de junho de 2012

Inferno



É o próprio espírito que inventa o seu inferno ou cria as belezas do seu céu.
Emmanuel - (Consolador)  [55 - página 126]

Alguns Espíritos, cuja superioridade se revela na linguagem de que usam, tenham respondido a pessoas muito sérias, a respeito do inferno e do purgatório, de conformidade com as idéias correntes. É que falam uma linguagem que possa ser compreendida pelas pessoas que os interrogam. Quando estas se mostram imbuídas de certas idéias, eles evitam chocá-las muito bruscamente, a fim de lhes não ferir as convicções. Se um Espírito dissesse a um muçulmano, sem precauções oratórias, que Maomé não foi profeta, seria muito mal acolhido.

Sendo interrogados acerca da situação em que se achavam, alguns Espíritos responderam que sofriam as torturas do inferno ou do purgatório.  Quando são inferiores e ainda não completamente desmaterializados, os Espíritos conservam uma parte de suas idéias terrenas e, para dar suas impressões, se servem dos termos que lhes são familiares. Acham-se num meio que só imperfeitamente lhes permite sondar o futuro. Essa a causa de alguns Espíritos errantes, ou recém-desencarnados, falarem como o fariam se estivessem encarnados.

Inferno pode traduzir por uma vida de provações, extremamente dolorosa, com a incerteza de haver outra melhor;  purgatório, por uma vida também de provações, mas com a consciência de melhor futuro.  Quando experimentas uma grande dor, não costumas dizer que sofres como um danado ?  Tudo isso são apenas palavras e sempre ditas em sentido figurado.
[9a - página 473 questão 1014]

O inferno das várias religiões, nesse aspecto, existe perfeitamente como órgão controlador do equilíbrio moral nos remos do Espírito, assim como a penitenciária e o hospital se levantam na Terra, como retortas de recuperação e de auxílio.

Além-túmulo, no entanto, o estabelecimento depurativo como que reúne em si os órgãos de repressão e de cura, porquanto as consciências empedernidas aí se congregam às consciências enfermas, na comunhão dolorosa, mas necessária, em que o mal é defrontado pelo próprio mal, a fim de que, em se examinando nos semelhantes, esmoreça por si na faina destruidora em que se desmanda. É assim que as Inteligências ainda perversas se transformam em instrumentos reeducativos daquelas que começam a despertar, pela dor do arrependimento, para a imprescindível restauração.

O inferno, dessa maneira, no clima espiritual das várias nações do Globo, pode ser tido na conta de imenso cárcere-hospital, em que a diagnose terrestre encontrará realmente todas as doenças catalogadas na patologia comum, inclusive outras muitas, desconhecidas do homem, não propriamente oriundas ou sustentadas pela fauna microbiana do ambiente carnal, mas nascidas de profundas disfunções do corpo espiritual e, muitas vezes, nutridas pelas formas-pensamentos em torturado desequilíbrio, classificáveis por larvas mentais, de extremo poder corrosivo e alucinatório, não obstante a fugaz duração com que se articulam, quando não obedecem às idéias infelizes, longamente recapituladas no tempo.
[56 - página  144]- Uberaba-MG - 09/4/1958 

Penetramos forçosamente no inferno que criamos para os outros, a fim de experimentarmos, por nossa vez, o fogo com que afligimos o próximo. Ninguém ilude a justiça. As reparações podem ser transferidas no tempo, mas são sempre fatais.
[28a - página  83]  - André Luiz - 1954

Nas mais expressivas lições de Jesus, não existem, propriamente, as condenações implícitas ao sofrimento eterno, como quiseram os inventores de um inferno mitológico.

Os ensinos evangélicos referem-se ao perdão ou à sua ausência.

Que se faz ao mau devedor a quem já se tolerou muitas vezes?

Não havendo mais solução para as dividas que se multiplicam, esse homem é obrigado a pagar.
       
É o que se verifica com as almas humanas, cujos débitos, no tribunal da justiça divina, são resgatados nas reencarnações, de cujo círculo vicioso poderão afastar-se, cedo ou tarde, pelo esforço no trabalho e boa-vontade no pagamento.
[41a - página 190] - Emmanuel - 1940

O inferno nada mais é que os reflexo de nós mesmos, quando, pelo relaxamento e pela crueldade, nos entregamos à  prática de ações deprimentes, que nos constrangem a temporária segregação nos resultados deploráveis de nossos próprios erros.
[83 - página 9/10] - André Luiz

A rigor, portanto, não temos círculos infernais, de acordo com os figurinos da antiga teologia, onde se mostram indefinidamente gênios satânicos de todas as épocas e, sim, esferas obscuras em que se agregam consciências embotadas na ignorância, cristalizadas no ócio reprovável ou confundidas no eclipse temporário da razão. Desesperadas e insubmissas, criam zonas de tormentos reparadores. Semelhantes criaturas, no entanto, não se regeneram à força de palavras. Necessitam de amparo eficiente que lhes modifique o tom vibratório, elevando-lhes o modo de sentir e pensar.
[96 - página 14]  -André Luiz

Nas zonas infernais propriamente ditas, apenas residem aquelas mentes que, conhecendo as responsabilidades morais que lhes competiam, delas se ausentaram, deliberadamente, com o louco propósito de ludibriarem o próprio Deus. O inferno, a rigor, pode ser, desse modo, definido como vasto campo de desequilíbrio, estabelecido pela maldade calculada, nascido da cegueira voluntária e da perversidade completa. Aí vivem domiciliados, às vezes por séculos, Espíritos que se bestializaram, fixos que se acham na crueldade e no egocentrismo. Constituindo, porém, larga província vibratória, em conexão com a Humanidade terrestre, de vez que todos os padecimentos infernais são criações dela mesma, estes lugares tristes funcionam como crivos necessários para todos os Espíritos que escorregam nas deserções de ordem geral, menosprezando as responsabilidades que o Senhor lhes outorga. Dessa forma, todas as almas já investidas no conhecimento da verdade e da justiça e por isso mesmo responsáveis pela edificação do bem, e que, na Terra, resvalam nesse ou naquele delito, desatentas para com o dever nobilitante que o mundo lhes assinala, depois da morte do corpo estagiam nestes sítios por dias, meses ou anos, reconsiderando as suas atitudes, antes da reencarnação que lhes compete abraçar, para o reajustamento tão breve quanto possível.

Os gênios infernais que supõem governar esta região, com poder infalível, aqui vivem por tempo indeterminado. As criaturas perversas que com eles se afinam, embora lhes padeçam a dominação, aqui se deixam prender por largos anos. E as almas transviadas na delinquência e no vício, com possibilidades de próxima recuperação, aqui permanecem em estágios ligeiros ou regulares, aprendendo que o preço das paixões é demasiado terrível. Para as criaturas desencarnadas desse último tipo, que passam a sofrer o arrependimento e o remorso, a dilaceração e a dor, apesar de não totalmente livres das complexidades escuras com que se arrojaram às trevas, algumas as casas de fraternidade e assistência, no plano espiritual, funcionam, ativas e diligentes, acolhendo-as quanto possível e habilitando-as para o retorno às experiências de natureza expiatória na carne.

Segundo é fácil reconhecer, se a treva é a moldura que imprime destaque à luz, o inferno, como região de sofrimento e desarmonia, é perfeitamente cabível, representando um estabelecimento justo de filtragem do Espírito, a caminho da Vida Superior. Todos os lugares infernais surgem, vivem e desaparecem com a aprovação do Senhor, que tolera semelhantes criações das almas humanas, como um pai que suporta as chagas adquiridas pelos seus filhos e que se vale delas para ajudá-los a valorizar a saúde. As Inteligências consagradas à rebeldia e à criminalidade, em razão disso, não obstante admitirem que trabalham para si, permanecem a serviço do Senhor, que corrige o mal com o próprio mal. Por esse motivo, tudo na vida é movimentação para a vitória do bem supremo.
[83 - página 19/20] - André Luiz
     
Prepostos das Inteligências angélicas não perdem de vista as plagas infernais, porque, ainda que os gênios da sombra não o admitam, as forças do Céu velam pelo inferno que, a rigor, existe para controlar o trabalho regenerativo na Terra.

E, assim como o doente exige remédio, reclamamos a purgação espiritual, a fim de que nos habilitemos para a vida nas esferas superiores. O inferno para a alma que o erigiu em si mesma é aquilo que a forja constitui para o metal: ali ele se apura e se modela convenientemente...
[83 - página 36] - André Luiz

Quase todas as escolas religiosas falam do inferno de penas angustiosas e horríveis, onde os condenados experimentam torturas eternas. São raras, todavia, as que ensinam a verdade da queda consciencial dentro de nós mesmos, esclarecendo que o plano infernal e a expressão diabólica encontram início na esfera inferior de nossas próprias almas.
André Luiz - Francisco Cândido Xavier

O inferno, a rigor, é obra nossa, genuinamente nossa, mas imaginemo-lo, assim, à maneira de uma construção indigna e calamitosa, no terreno da vida, que é Criação de Deus. Tendo abusado de nossa razão e conhecimento para gerar semelhante monstro, no Espaço Divino, compete-nos a obrigação de destruí-lo para edificar o Paraíso no lugar que ele ocupa indebitamente. Para isso, o Infinito Amor do Pai Celeste nos auxilia de múltiplos modos, a fim de que possamos atender à Perfeita Justiça.

Ninguém está condenado ao abandono. 

O Criador atende à criatura por intermédio das próprias criaturas. 

Tudo pertence a Deus.
[83 - página 138] - André Luiz 

O inferno, a exprimir-se nas zonas inferiores da Terra, está repleto de almas que, dilaceradas e sofredoras, se levantam, clamando pelo socorro da Providência Divina contra os males que geraram para si mesmas, e a Providência Divina lhes permite a ventura de trabalhar, com os dardos da culpa e do arrependimento a lhes castigarem o coração, em benefício das suas vítimas e dos irmãos, cujas faltas se afinem com os delitos que cometeram, para que se rearmonizem, tão apressadamente quanto possível, com o Infinito Amor e com a Perfeita Justiça da Lei... Paguemos nossas dívidas, que respondem por sombras espessas em nossas almas, e o espelho de nossa mente, onde estivermos, refletirá a luz do Céu, a pátria da Divina Lembrança!...
[83 - página 128] - André Luiz 

O inferno engenhado pelas religiões no Planeta:
Reportemo-nos a isso com o respeito que o assunto nos reclama, porque para milhões de almas o desconforto mental a que se entregam, ao lado de outras nas mesmas condições, é perfeitamente comparável ao sofrimento do inferno teológico, imaginado pelas crenças humanas. A rigor, porém, e atentos à realidade de que Deus jamais nos abandona, o inferno deve ser interpretado na categoria de hospício, onde amargamos as consequências de faltas, no fundo, cometidas contra nós mesmos. Fácil perceber que a área de espaço em que nos demoremos nessa desoladora situação venha a retratar os quadros mentais infelizes que criamos e projetamos, ao redor de nós.
[73 - página 88] - André Luiz 

Os homens terrenos que, semilibertos do corpo, lhes conseguiram identificar, de algum modo, a existência, recuaram, tímidos e espavoridos, espalhando entre os contemporâneos as noções de um inferno punitivo e infindável, encravado em tenebrosas regiões além da morte.

A mente infantil da Terra, embalada pela ternura paternal da providência, através da teologia comum, nunca pôde apreender, mais intensivamente, a realidade espiritual que nos governa os destinos. Raros compreendem na morte simples modificação de envoltório,  e escasso número de pessoas, ainda mesmo em se tratando dos religiosos mais avançados, guardaram a prudência de viver, no vaso físico, de conformidade com os princípios superiores que esposaram. 

Somos defrontados, agora, pela necessidade da proclamação de verdades velhas para os velhos ouvidos e novas para os ouvidos novos da inteligência juvenil situada no mundo.

O homem, herdeiro presuntivo da Coroa Celeste, é o condutor do próprio homem, dentro de enormes extensões do caminho evolutivo. Entre aquele que já se acerca do anjo e o selvagem que ainda se limita com o irracional, existem milhares de posições, ocupadas pelo raciocínio e pelo sentimento dos mais variados matizes. E, se há uma corrente, brilhante e maravilhosa, de criaturas encarnadas e desencarnadas que se dirigem para o monte da sublimação, desferindo glorioso cântico de trabalho, imortalidade, beleza e esperança, exaltando a vida,  outra corrente existe, escura e infeliz, nas mesmas condições, interessada em descer aos recôncavos das trevas, lançando perturbação, desânimo, desordem e sombra, consagrando a morte. 

Espíritos incompletos que somos ainda, aderimos aos movimentos que lhes dizem respeito e colhemos os benefícios da ascensão e da vitória ou os prejuízos da descida e da derrota, controlados pelas inteligências mais vigorosas que a nossa e que seguem conosco, lado a lado, na zona progressiva ou deprimente, em que nos colocamos. O inferno, por isto mesmo, é um problema de direção espiritual.

Satã é a inteligência perversa.

O mal é o desperdício do tempo ou o emprego da energia em sentido contrário aos propósitos do Senhor. O sofrimento é reparação ou ensinamento renovador.

As almas decaídas, contudo, quaisquer que sejam, não constituem uma raça espiritual sentenciada irremediavelmente ao satanismo, integrando, tão sòmente, a coletividade das criaturas humanas desencarnadas, em posição de absoluta insensatez. Misturam-se à multidão terrestre, exercem atuação singular sobre inúmeros lares e administrações e o interesse fundamental das mais poderosas inteligências, dentre elas, é a conservação do mundo ofuscado e distraído, à força da ignorância defendida e do egoísmo recalcado, adiando-se o Reino de Deus, entre os homens, indefinidamente...

De milênios a milênios, a região em que respiram padece extremas alterações, qual acontece ao campo provisoriamente ocupado pelos povos conhecidos. 

A matéria que lhes estrutura a residência sofre tremendas modificações e precioso trabalho seletivo se opera na transformação natural, dentro dos moldes do Infinito Bem.   

Entretanto, embora de fileiras compactas incessantemente substituídas, persistem por séculos sucessivos, acompanhando o curso das civilizações e seguindo-lhes os esplendores e experiências, aflições e derrotas.

Um companheiro interferiu, indagando:

— Porque não suprime o Senhor Compassivo e Sábio tão pavoroso quadro?

O esclarecido mentor fixou um gesto de condescendência e respondeu:

- Não será o mesmo que interrogar pela tardança de nossa própria adesão ao Reino Divino?

- Sente-se o meu amigo suficientemente iluminado para negar o lado sombrio da própria individualidade? 

- Libertou-se de todas as tentações que fluem dos escaninhos misteriosos da luta interna? 

- Não admite que o orbe possua os seus círculos de luz e trevas, qual acontece a nós mesmos nos recessos do coração? 

Nós outros e a humanidade militante na carne não representamos senão diminuta parcela da família universal, confinados à faixa vibratória que nos é peculiar.

Somos simplesmente alguns bilhões de seres perante a Eternidade. E estejamos convencidos de que se o diamante é lapidado pelo diamante, o mau só pode ser corrigido pelo mau. Funciona a justiça, através da injustiça aparente, até que o amor nasça e redima os que se condenaram a longas e dolorosas sentenças diante da Boa Lei.

Homens perversos, calculistas, delituosos e inconsequentes são vigiados por gênios da mesma natureza, que se afinam com as tendências de que são portadores.
Realmente, nunca faltou proteção do Céu contra os tormentos que as almas endurecidas e ingratas semearam na Terra e os numes guardiões não se despreocupam dos tutelados; no entanto, seria ilógico e absurdo designar um anjo para custodiar criminosos.

Os homens encarnados, de maneira geral, permanecem cercados pelas escuras e degradantes irradiações de entidades imperfeitas e indecisas, quanto eles próprios, criaturas que lhes são invisíveis ao olhar, mas que lhes partilham a residência.
Em razão disso, o Planeta, por enquanto, ainda não passa de vasto crivo de aprimoramento, ao qual somente os indivíduos excepcionalmente aperfeiçoados pelo próprio esforço conseguem escapar, na direção das esferas sublimes.

Considerando semelhante situação, o Mestre Divino exclamou perante o juiz, em Jerusalém:

“Por agora, o meu Reino não é daqui” e, pela mesma razão, Paulo de Tarso, depois de lutas angustiosas, escreve aos Efésios que “não temos de lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas e contra as hostes espirituais da maldade, nas próprias regiões celestes.”

Além, pois, do reino humano, o império imenso das inteligências desencarnadas participa de contínuo no julgamento da Humanidade.

E entendendo a nossa condição de trabalhadores incompletos, detentores de velhas dificuldades e terríveis inibições, na ordem do aprimoramento iluminativo, cabe-nos preparar recursos de auxilio, reconhecendo que a obra redentora é trabalho educativo por excelência.

O sacrifício do Mestre representou o fermento divino, levedando toda a massa. É por isto que Jesus, acima de tudo, é o Doador da Sublimação para a vida imperecível. Absteve-se de manejar as paixões da turba, visto reconhecer que a verdadeira obra salvacionista permanece radicada ao coração, e distanciou-se dos decretos políticos, não obstante reverenciá-los com inequívoco respeito à autoridade constituída, por não ignorar que o serviço do Reino Celeste não depende de compromissos exteriores, mas do individualismo afeiçoado à boa vontade e ao espírito de renúncia em benefício dos semelhantes.

Sem nosso esforço pessoal no bem, a obra regenerativa será adiada indefinidamente, compreendendo-se por precioso e indispensável nosso concurso fraterno para que irmãos nossos, provisoriamente impermeáveis no mal, se convertam aos Desígnios Divinos, aprendendo a utilizar os poderes da luz potencial de que são detentores. Somente o amor sentido, crido e vivido por nós provocará a eclosão dos raios de amor em nossos semelhantes. Sem polarizar as energias da alma na direção divina, ajustando-lhes o magnetismo ao Centro do Universo, todo programa de redenção é um conjunto de palavras, pecando pela improbabilidade flagrante.
[96 - páginas 20/25] - André Luiz 

Se milhões de raios luminosos formam um astro brilhante, é natural que milhões de pequeninos desesperos integrem um inferno perfeito. Herdeiros do Poder Criador, geraremos forças afins conosco, onde estivermos.
[96 - páginas 36] André Luiz


Salve a sabedoria dos Espíritos em nos deixar todo esse material elucidativo para fim de estudos... Louvado Seja Deus!



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Não haveria luz se não fosse a escuridão...

“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

Liga da Justiça Umbandista
O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.