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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Proteção Contra Mau Olhado


  Wanderley, como me proteger das energias inferiores vindas das outras pessoas ou de mau olhado contra mim?

Se você acredita que existe alguma força contra você, com certeza está alimentando o poder das energias ambientais em seu desfavor. De fato, essas forças existem e são poderosas. Mas assim como existe a “má-cumba”, acredite na força da “boa-cumba”. Acredite no extraordinário volume de coisas positivas que estão disponíveis só para você.

Quer saber como usar essas poderosas bênçãos da vida em seu favor? Reflita nesses 7 passos que sugiro:

1) Assuma responsabilidade sobre seus sentimentos e comportamentos e pare de transferir aos outros a razão de suas escolhas e dissabores.

2) Garimpe sempre o melhor que exista dentro de você, acolhendo com bondade e aceitação os seus equívocos e tropeços.

3) Desenvolva o hábito de sentir seus protetores espirituais no clima sagrado da oração e receba deles o alimento farto que suprirá suas forças.

4) Emita sempre que conseguir uma energia do bem a todos os que não te compreendem, não te apóiam e nem te querem bem.

5) Ouça sempre o que os outros dizem sobre você e examine com humildade, mas acima de tudo desenvolva a sabedoria de ouvir a sua melhor conselheira: a consciência.

6) Acredite ardentemente que não existe erro sem perdão, nem falha sem possibilidades de ser corrigida e mesmo que teus irmãos de caminhada não te aceitem, Deus te acolhe como você estiver.

7) O sétimo passo é com Jesus: (Mateus 10:14) - E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, SACUDÍ O PÓ DOS VOSSOS PÉS.


    Por Wanderley Oliveira


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Falar de Exu


Falar de Exu não é uma fácil tarefa, porém, inquirir, pesquisar, procurar sua origem e sua finalidade é o direito de quem quer aprender. Há uma nuvem cobrindo a distância do seu princípio até nossos dias. Nesta caminhada lenta da humanidade ganhastes muitas formas e fostes batizados com inúmeros nomes: no Jardim do Éden, eras uma serpente que introduziu o primeiro pecado no seio da humanidade; eras o agente mas não o mal, pois o livre arbítrio nos dá o direito de optar. De Adão e Eva proliferou a humanidade e, com ela, os seus deuses, seu medo e sua curiosidade.

Ah! meu irmão de longa caminhada...

Para Moisés você foi o cajado que apoiava o corpo nas fatídicas andanças, mas se necessário, você seria também a assustadora serpente. Para os fenícios, você foi Molock, espírito tenebroso, cujo interior era uma fornalha ardente onde os seus seguidores depositavam suas oferendas; para a Pérsia de Zoroastro, atendias pelo nome de Arimânio, espírito angustiado e vingador!...para o egípcio, você era Duet, uma guardião que castigava, que punia para, depois de punido, ser entregue para o Deus da Luz e Serenidade; você era a ligação entre o homem e a mente, a morada de Osíris que é o Deus do amor e da criação. No Egito, você também era Tifon ou Aprites; a China milenar te deu o nome de Digin; Ravana para o hindu; os escandinavos de chamavam Azalock. Em cada povo uma personalidade e uma vibração diferente. Para o nosso índio brasileiro, você atendia por vários nomes e várias atuações: Cairé é um fantasma que aparece na lua cheia para punir os maus; Catiti é outro, só visível na lua nova e atrapalha a pesca. Jurupari é o mau espírito que traz pesadelo; Curuganga oficia como assombração.

Até então, você com múltiplas funções e personalidades, não era mais que uma energia, uma força. Até 1984 anos atrás, você era visto e sincretizado como guerreiro, como um homem. Para o mau artista, uma grotesca obra.

O hebreu te deu novas formas e, na pia batismal, recebestes os nomes: diabo, demônio, Lúcifer. Pelo pincel do pintor ou o formão do escultor, na metamorfose dos interesses de uma religião que amedronta e não esclarece, te fizeram um monstro... Como monstro, você defendia com maior eficácia os interesses econômicos de seu criador. Causa-nos revolta vê-lo assim desfigurado!

A infâmia e o mau gosto do artista que te fez um agregado de homem e animal, com longos cornos e pés caprinos, é uma afronta ao próprio Criador!

Ah! meu amigo... A tua imagem hoje, nada mais é que o reflexo, a exteriorização de consciências mal forjadas.

São dois mil anos que o padre vem te projetando, programando o subconsciente da pobre humanidade. Ele afirmou que Exu era o diabo e assim se propagou, assim ficou... Nós só conhecíamos o catolicismo como religião dominante. O padre era sábio, o doutor, o mentor enfim... e ficaria assim se ao lado da religião não existisse a história.

O diabo é um rival de Deus, um anjo rebelde, Satanás e falsário que tentou Eva e perdeu Adão. Tentou Caim e promoveu o assassinato de A bel ; tentou Jesus, no monte e levou Judas à traição, Jesus não cedeu à sua tentação, prova eloqüente do direito de optar; respeito sagrado ao livre arbítrio do homem.

Forçam-nos a pensar que você é o executor porém, não é a causa nem efeito; é sim um elemento, uma vibração, que serve de acordo com a vontade do pedinte ou a licença do patrão. Será isso ou não?... Sabemos que o índio e o negro não conheciam um rival de Deus. Não há um concorrente das Leis Divinas!... um diabo, um Satanás... há sim, uma corte de seres inferiores que, por isso mesmo, estão a serviço de seres superiores, aos quais obedecem e servem sem contestar.
Na magia do negro, Exu é um Deva, um Orixá... é um mensageiro, o guarda, o policial, o moço de recado que vive na rua, orientando, servindo de intermediário entre o Orixá e o homem.

Entendemos que o diabo nos ludibriou!...

O negro não sabia que era o diabo, sabê-lo-ia o bugre dispondo de uma mitologia inferior?... Não tinham uma noção semelhante. O bugre conhecia o Caissoré, Curupira, Curuganga, Anhangá, entidades que se tornam pesadelos, que dão maus sonhos e que estorvam a pesca e a caça, contudo, o homem pode amansá-los, dando-lhes pequenas oferendas. Quem ameaçaria o diabo?... Este pretenso rei será tão porco, tão mesquinho que se venda por alguns bicos de vela? Será isso um rival de Deus?... Um diabo, um Satanás?...

O bugre e o negro não conheciam esta figura hebraica, pregada e propagada aos quatro cantos do mundo pelos padres e seus discípulos.

O negro não servia a interesses financeiros; perante Deus não existe rival. ELE é a Criação, o Princípio e o Fim! Para cada elemento ELE criou uma força dominante, um encarregado, um guardião, um Orixá que rege o plano Cósmico mas, criou também, o intermediário, o EXU, o Deva, o Orixá Menor, que atua em harmonia com seu gerente ou seja, o Orixá.

Lá no alto está a Energia Cósmica, Oxalá, Iemanjá, Ogum, Oxóssi e outros; no plano intermediário, Exu-Tameta, Exu da Rua, Exu-Odé, da encruzilhada, Exu-Adé, do chão, Exu-Ibanan, dos montes, Exu-Itatá, das pedras, Exu-Ibê, do terreiro, Exu-Gelu, das estradas longas, Exu-Baru, do escuro, Exu-Bara, este, puramente africano.


Senhores, a minha dissertação talvez não seja erudita... tão inteligente... porém, é honesta e eu afirmo: aquele grupo de demônios avermelhados, guampudos, com pés caprinos e barbas em pontas, olhos saltados, dentre agressivos... não é EXÚ!

Aquilo é uma concepção primária, falsa, mórbida, velhaca, indecente, ridícula!... É uma agressão à nossa inteligência; uma infâmia, um disparate, uma ofensa ao Divino Criador! Não podemos aceitar essa assimilação!

Este demônio hebreu não é o Plutão do grego, não é o Tifon do egípcio, não é o Arimam do babilônio, não é o Digin do chinês, não é o Ravana do hindu, não é o Bará do negro, não é o Caissoré do bugre.

Este demônio bestificado não faz parte deste Panteon!

Por Deus, não é nada disso!...só pode ser fruto do interesse econômico de escritores mal informados, sem decência ou respeito pelo belo.

Aqui dou meus aplausos àqueles escritores que tiveram a honradez de procurar um novo sincretismo, tentando introduzir uma imagem condizente com o altruístico trabalho desses incansáveis irmãos EXUS.

Por Pai de Santo Andir de Souza



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Anjos e Demônios


Anjos

Segundo a conceituação da palavra, anjo é o ser espiritual que exerce o ofício de mensageiro entre Deus e os homens.

Todas as religiões têm tido a intuição da existência destes mensageiros sob vários nomes. Já o materialismo, negando a existência espiritual, classifica os anjos como ficção ou alegoria.

A crença nos anjos é parte essencial dos dogmas da igreja. O princípio geral resultante dessa doutrina é que os anjos são seres puramente espirituais, anteriores e superiores à humanidade, criaturas privilegiadas e votadas à felicidade suprema e eterna desde a sua formação, dotadas por sua própria natureza de todas as virtudes e conhecimentos, nada tendo feito para adquiri-los. Estão, por assim dizer, no primeiro plano da criação.

Que haja seres dotados de todas as qualidades atribuídas aos anjos, não restam dúvidas. A Revelação Espírita neste ponto confirma a crença de todos os povos, fazendo-nos conhecer, entretanto, a origem e natureza de tais seres.

Anjos são Espíritos que como todos os outros foram criados, como já dissemos anteriormente, simples e ignorantes, isto é, sem conhecimentos nem consciência do bem ou do mal, porém aptos a conseguir o que lhes falta através do trabalho árduo da evolução. Se o trabalho é o meio de aquisição da sabedoria, a perfeição é a finalidade. Conseguem-na mais ou menos prontamente em virtude do bom ou mau uso do livre-arbítrio, e na razão direta de seus esforços. Todos têm os mesmos degraus a franquear, o mesmo trabalho a concluir. Deus não aquinhoa melhor a uns do que a outros, porque é a própria Justiça; e, visto serem todos seus filhos, não tem predileções.

Portanto anjos não são seres especiais, mas espíritos que já passaram por este processo. Acham-se no mais alto grau da escala e reúnem todas as perfeições.

Muitas das vezes, são designados com esse nome todos os seres bons e maus que estão fora da humanidade. Diz-se “o anjo bom” e “o anjo mau”; “o anjo de luz” e “o anjo das trevas”. Mas a doutrina quando fala de anjo, refere-se a Espírito Puro. Quanto aos anjos guardiões, espíritos encarregados de proteger-nos e nos livrar do mal, melhor seria chamá-los de “Guias Espirituais”.

A Humanidade não se limita à Terra; habita inúmeros mundos que no espaço circula; já habitou os desaparecidos e habitará os que se formarem.

Muito antes que a Terra existisse e por mais remota que a suponhamos, outros mundos havia, nos quais Espíritos encarnados percorreram as mesmas fases que hora percorrem os de mais recente formação, atingindo seu fim antes mesmo que houvéra-mos saído das mãos do criador. De toda eternidade tem havido, pois, puros Espíritos ou anjos; mas, como a sua existência humana se passou num longínquo passado, eis que os supomos como se tivessem sido sempre anjos de todos os tempos.

Realiza-se assim a grande lei da unidade da Criação; Deus nunca esteve inativo e sempre teve puros Espíritos, experimentados e esclarecidos para a transmissão de suas ordens e direção do Universo, desde o governo dos mundos até os mais ínfimos detalhes. Tampouco teve Deus necessidade de Criar seres privilegiados, isentos de obrigações; todos, antigos e novos, adquiriram suas posições na luta e por mérito próprio; todos enfim são filhos de sua própria obra.

E, desse modo, completa-se com igualdade a Soberana Justiça do Criador.

Demônios

A palavra demônio vem do grego daimónion, pelo lat. daemoniu.

Nas crenças da Antigüidade e no politeísmo, a palavra demônio significa gênio inspirador, bom ou mau, que presidia o caráter e o destino de cada indivíduo. Seria o mesmo que alma, ou espírito.

Nas religiões judaica e cristã, anjo mau que, tendo-se rebelado contra Deus, foi precipitado no Inferno e procura a perdição da humanidade; gênio ou representação do mal; espírito maligno, espírito das trevas; Lúcifer, Satanás, Diabo.

Portanto o termo demônio, na sua origem, não implica idéia do Espírito mau. Só a significação vulgar da palavra nos dá a entender que seriam seres essencialmente mal fazejos.

Sendo criação de Deus, e sendo Este soberanamente justo e bom, é ilógico ter criado seres predispostos ao mal por sua natureza, e o que é pior, serem eles condenados por toda a eternidade.

O dogma das penas eternas deve prender-nos a atenção. Arma temível nas mãos da igreja, nas épocas da fé cega, ameaça suspensa sobre a cabeça do homem, ele foi para esta instituição um instrumento incomparável de domínio.

Donde procede essa concepção de satanás e do inferno? Unicamente das noções falsas que o passado nos legou a respeito de Deus. Toda a Humanidade primitiva acreditou nos deuses do mal, nas potências das trevas, e essa crença traduziu-se em lendas de terror, em imagens pavorosas, que se transmitiram de geração a geração, e inspirando grande números de mitos religiosos.

Essas potências malignas foram personificadas, individualizadas pelo homem.

Desse modo, criou ele os deuses do mal. E essas remotas tradições, legado das raças desaparecidas, perpetuadas de idade em idade, encontram-se ainda nas atuais religiões.

Daí Satanás, o eterno revoltado, o inimigo eterno do bem, mais poderoso que o próprio Deus, pois que reina como senhor do mundo, e as almas criadas para a felicidade caem, na maior parte, debaixo do seu jugo.

Os homens fizeram com satanás, ou demônio, como queiram, o que fizeram com os anjos. Da mesma forma que acreditaram em seres perfeitos de toda a eternidade, tomaram os Espíritos inferiores, aqueles que ainda se acham estagnados na ignorância sem simplicidade, por seres perpetuamente maus. Portanto, a doutrina Espírita nos convida a ver nos chamados demônios, Espíritos impuros que, freqüentemente, não valem mais que as entidades designadas por tal nome, mas com a diferença de que eles não foram sempre assim, e seu estado é transitório. São Espíritos imperfeitos que murmuram contra as provas que devem suportar, e que, por isso, suportam-nas por mais tempo. Chegarão, porém, por seu turno, a sair desse estado, quando o quiserem. Essa a grande diferença, de um lado a doutrina da igreja, a nos ensinar que os demônios teriam sido criados bons e tornaram-se maus por sua desobediência, ou seja, anjos colocados primitivamente por Deus no ápice da escala, tendo dela decaído. E de outro, a Doutrina Espírita que diz que os demônios são espíritos imperfeitos, suscetíveis de regeneração e que colocados na base da escala, hão de nela graduar-se pela sua própria vontade e esforço.


Livro: Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade - Goiânia – GO – 1997
Fonte: www.autoresespiritasclassicos.com

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Ensinamento de um Exu Mangueira



O tempo é senhor da verdade e no tempo certo ele punirá que se atreveu a caminha na falsidade, desonestida e deslealdade e premiará todos que não se afastaram da verdade, hosnetidade e sinceridade.

Não vire as costas a seus amigos ou a quem lhe estendeu a mão um dia, para quem te der  as costas, saiba que perdeu muito mais que um amigo.

Na existência da vida, nada é ou será construído ou conquistado sozinho, sendo assim, para chegar ou vencer conquiste e preserve amigos.

Folha seca não serve nem de adubo se for levado pelo vento. Pessoas que se deixam levar por palavras que não fazem sentido, nunca encontraram sentido em suas vidas.

O respeito dos outros somente será conquistado quando você aprender a respeitar  e aceitar você como você realmente é.

Não pense em ter mais, novas conquistas em sua vida somente haverá e acontecerá quando você aprender a valorizar e a preservar o que já conquistou. Sem isto, as conquistas nada somaram, pois nada haverá a ser somado. Ganhar e perder, nada valem, não importa quanto ganhe sempre se sentirá derrotado. Mas se você preservar suas conquista, por menos que conquiste sempre  será visto, respeitado, valorizado e se sentira um grande vencedor.

Exu não tem sentimento, tanto faz “bater” ou “derrubar”, cumprimos nossa missão e temos prazer em fazer com  excelência. Mas isto, não quer dizer que não tenhamos apresso ou apego. A quem demonstra valor, respeito e reverencia nos apegamos.

Não é justo ou verdadeiro derrubar quem esta no chão. O bom é derrubar que acha que esta bem  alto e quanto mais alto melhor. Se merecimento tiver, vamos elevá-lo no ponto mais alto, só para ouvir melhor o barulho do tombo.

Não importa quanto caído esteja! No seu merecimento, na sua reverencia e respeito,  vamos ter força  para  tira-lo do buraco mais fundo que possa existir e levantá-lo ao ponto mais alto que você faça por merecer.

Exu é o mais dedicado servo do criador. Pois abriu mão de caminha na luz, para ser a mão e os olhos que ampara os perdidos,  que por conta do sentimentos negativos estão na estrada da escuridão que não leva a lugar nenhum. Só exu pode nos reconduzir a luz, só ele conhece o caminho de retorno!

Exu não é amigo ou inimigo. Ele é a verdade, o caminho, o mestre, o caminho.  Não tem dó ou piedade, fará tudo que for necessário para que tenhamos em nossa vida o merecimento que fizermos pro merecer.

Fonte http://www.temploestrelaguia.com.br/
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Não haveria luz se não fosse a escuridão...

“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

Liga da Justiça Umbandista
O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.