Seguidores dos Guardiões e Guardiães de Umbanda

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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Mediunidade e Humildade - Por um Exu Mirim da Calunga


     Então é isso aí: O estudo esclarece; se esclareceu, você aprende; se aprendeu, você pratica; se praticou, você vive; se você viveu... já foi.  Só o estudo abre, só o estudo quebra a ignorância da alma.  Estudo sobre geografia, história, física, química, sobre Jesus, sobre Exu...  Quanto mais você estuda, mais você entende a vida. É por aí.

      Cada dia que passa, vocês estão mais compenetrados no trabalho, sentindo a essência dele.  Então, quando formos estudar a parte prática da Umbanda, é porque cada um de vocês está preparado para isso.  Aí você pode falar assim: “Mas eu cheguei no trabalho só faz um mês...”.  Olha, eu conheço gente com 50 anos de Umbanda que não está fazendo nada.  Não é por aí, não.  Sábio não é quem sabe muito.  Sábio é quem sabe usar o que sabe.  Essa é a verdadeira sabedoria: usar o que você sabe.  Eu acho que vocês já estão com muita coisa pra usar, viu... muita coisa.  Porque o preparo não tem sido só nos estudos de terça-feira; o preparo é um todo, ele tem sido a soma de todas as experiências de vocês: os trabalhos, as repetições do Exu Mirim, do Seu Zé, dos Guias... são os trabalhos em uma maneira geral.  Se vocês pararem e se analisarem, vão perceber uma grande mudança de esclarecimento.  A cada dia o trabalho cresce mais, espiritualmente, porque a cada dia vocês estão crescendo mais, porque quem faz o trabalho são vocês.

      Cada grupo tem sua realidade, cada grupo está realizando o seu papel, mas é dado a cada um o que cada um pode receber.  Eu vou repetir: o que determina o nível espiritual do trabalho são os médiuns e a assistência.  A intenção de vocês vai determinar o que é que o trabalho pode realizar.  É por esse e outros motivos, que a casa de vocês tem trabalhos 24 horas por dia.  Espíritos chegam doentes de todas as maneiras, vão deitando nas camas, sendo operados, atendidos pelas enfermeiras, enquanto a fila continua grande.  Chegam espíritos suicidas, espíritos para estudar o trabalho... palestras e palestras e palestras sobre a vida espiritual, sobre Jesus, usando o magnetismo de vocês.  Por isso é que a casa já é o que é.  Vocês lembram quando o caboclo Tupinambá pegou nos documentos e falou: “A casa é grande, mas não é grande porque tem muita gente; é grande porque é grande de coração”.  Vamos entrar nessa essência.

        Cada um de vocês aqui é candidato a espírita.  Não são candidatos a médium porque vocês já nasceram sendo médiuns.  O verdadeiro espírita é o verdadeiro cristão; você reconhece o bom espírita por suas obras.  O verdadeiro espírita, como está no livro sagrado, é aquele que luta a cada dia para domar as suas más tendências, é aquele que luta a cada dia pela sua reforma íntima, é aquele que luta a cada dia pela sua espiritualização.  Nós só vamos conseguir chegar lá, na mediunidade bem desenvolvida—que é a intenção da casa—pela mão de vocês, pelo esforço próprio de cada um.  Não é na hora do trabalho [de atendimento], porque na hora do trabalho as coisas vem de graça, porque a mediunidade já está em cima, mas é no dia-a-dia.

        O que mais atrapalha o médium e destrói a mediunidade dele é a falta de humildade.  Por isso é que é importante estudar e praticar a humildade lá fora e aqui dentro, entre vocês, antes de dar consultas e praticar a mediunidade.  Eu vou dar um exemplo simples.  Conheço um terreiro, de um médium chamado Seu João, que tem 69 anos.  Há mais ou menos uns 10 anos, o neto dele, que acompanhou o Seu João a vida inteira, passou a ser o encarregado pelo terreiro.  Há uns 3 ou 4 anos, o neto desenvolveu a mediunidade e começou a trabalhar.  Acontece que o mentor do Seu João não dava espaço para os guias do neto (e quando eu falo “não dava espaço para os guias” eu quero dizer que ele não dava espaço para o médium, viu?  Vocês estão mais do que cientes que os guias estão trabalhando em vocês a qualquer hora, quando vocês estão aqui, quietos.  O guia só quer saber de trabalhar; ele trabalha e trabalha duro.).  Então o médium, por falta de humildade, abandonou o terreiro do avô e ficou, nos últimos anos, passando de terreiro em terreiro.  Agora ele voltou para o terreiro do avô, mas você sabe com qual intenção?  Tomar conta do terreiro quando o avô morrer.  Sabem por quê?  Porque ele tentou abrir o terreiro dele e não conseguiu.  Além disso, não se adaptou em terreiro nenhum.  Ele foi levando os problemas dele para cada terreiro que ele foi, está lá no terreiro do avô com todos os seus problemas em cima, só esperando o avô morrer para ele poder tomar conta e dizer “esse é o meu terreiro”.  Aonde está a essência disso aí?

          Eu dei um exemplo para vocês porque o médium, sem a humildade, não chega a lugar nenhum.  Seria fácil para o Seu Zé, que chamou cada um de vocês, colocar vocês na Gira, deixar incorporar sem estudo nenhum e dar um canto pra vocês, dizendo: “se vira”.  Isso é uma maneira de agir; outra maneira é escolher formar o médium.  Isso aqui [o estudo de terça-feira] está sendo uma escola.  Se você parar e analisar tudo que já estudou, você vai ver que isso aqui está sendo uma grande escola.  Tem uma diferença entre essas duas maneiras de agir.  Não é para acontecer aqui o que se vê em outros terreiros, com médiuns e pessoas da assistência levando questões fúteis e de ordem material para os guias.  Isso não é para acontecer porque vai de encontro com os estudos e o propósito da casa, o propósito de formar os médiuns.  Formar o médium é formar o cidadão, é formar você para ser feliz, é formar você para se relacionar bem dentro da sua família, no seu trabalho, no trânsito, na rua, com os seus problemas, entre vocês e abrir um canal enorme entre você e as energias positivas.  Aí a mediunidade vem e encontra uma boa estrutura.  Até lá, a sua mediunidade vai sendo “segurada”.

         Isso não significa que vocês estão sendo subestimados e que só o meu cavalo [Paulo Antônio] pode atender incorporado; estou dando esse exemplo por causa da festa dos Ciganos [ocorrida no dia 13 de outubro de 2002] quando foi passado que só o Juan iria atender.  Isso não significa que o Juan seja “melhor” do que qualquer outro cigano (porque não existe “o melhor”, existe, sim, aquele que quer fazer o bem e é para isso que eles estão aí) e não significa que o médium esteja sendo subestimado.  Isso foi feito porque, além de todo o processo de aprendizado que cada médium teve, o fator “humildade” foi jogado em cima.  Vocês sabem porque?  Porque quem não agüenta a pressão sai; não agüenta.  Quem não agüenta, fadiga e sai.  Não achem que eu estou brincando, eu não estou, não estou.  Você pode falar assim: “O Exu Mirim está ‘viajando’”.  Eu não estou.  Se você não me entende agora, você vai poder me entender depois.

      Vou dar um exemplo — já sendo uma prévia da explicação sobre a camarinha.  Quando os guias do médium pedem, o médium é encaminhado para fazer a camarinha e receber uma imantação, para estar “preparado”, com todas as energias afinizadas para que comece o atendimento sem se prejudicar (mas isso não quer dizer que o médium que esteja atendendo sem ter feito a camarinha esteja sendo prejudicado, porque, nesses casos, já houve toda um preparação... a camarinha é um símbolo). Bom, suponham que, depois de fazer a camarinha, o médium não é chamado para atender [com o seu guia, aos consulentes].  Se esse médium não tiver humildade, em 6 meses ele está fora da casa.  Ele pode se perguntar, “porque é que não estou ‘trabalhando’?”. Se ele sabe que é um médium de incorporação e não tem humildade dentro dele, eu não dou 6 meses para ele sair da casa.    E aí, cadê o amadurecimento?  Cadê a essência?  E aí, cadê a noção de espiritualidade, de saber que o espírito trabalha com você realmente, no seu pensamento, na sua atitude.  Cada um de vocês tem que saber que vocês são um só.

       Vai chegar a etapa para tudo e, quando essa etapa chegar, ela chega com um preparo.  Só vai dar errado se você quiser realmente dar murro em ponta de faca.  Isso [o preparo, o estudo] elimina a chance de erro, porque vocês sabem que a mediunidade é um campo muito amplo e vocês tem muita condição de se atrapalhar.  Todo o médium que experimenta o fenômeno sabe disso e alguns de vocês, inclusive, podem ter tido experiências em outras casas, não só de Umbanda, mas Kardecista também.  Está tudo bem até uma agulha invadir o coração...  Isso acontece até em locais onde há estudo, estudo, estudo... e “deu pau”.  E quando isso envolve a mediunidade junto?  Isso são coisas que vocês vão entendendo...

      Vamos desenvolver o amor, vamos ser cristãos, vamos amar, vamos ser espíritas e vamos desempenhar o trabalho direitinho.  Esse é o crescimento de cada dia e os guia estão aí, trabalhando, sem parar.

       O meu tempo já foi, e nós vamos aí, nesse rumo.  Muita paz pra vocês, saúde, força, fé, bons trabalhos, uma boa semana... e é isso aí.

 
Mensagem transmitida pelo Exu Mirim em 15 de outubro de 2002, na fase final da reunião de estudos mediúnicos.
Fonte: http://www.umbandausa.com/

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

É Verdade que uma Mulher pode se tornar Prostituta Influenciada pela Pomba Gira dela?

 
     Não existe absurdo maior do que esta crença. "Coitada" da Pomba Gira, Ela não merece isto!

     Em primeiro lugar nem toda Pomba Gira foi prostituta, e as que foram, já atingiram grau de evolução suficiente para estarem atuando como Pomba Giras, portanto com as funções de defesa e proteção, já tendo superado as mazelas de qualquer encarnação pouco louvável que tenham tido.

     Em segundo lugar Pomba Gira tem mais o que fazer.

    Em terceiro lugar arrumar desculpa para ser libertino é o que todo ser desviado deseja.

   Em quarto lugar a Umbanda é Sagrada, e jamais, por questões lógicas, poderia ser conivente com um absurdo escatológico como este.

    Em resumo, qualquer um que afirme um absurdo desses tem total desconhecimento do que seja esta linha de trabalho chamada Pomba Gira.

    Não tem coisa mais incoerente e absurda do que uma mulher dizer que vai mentalizar com a Pomba Gira dela para fazer o homem dela ter uma noite inesquecível. Além de passar um atestado público de incompetência, essa criatura vai mentalizar na realidade com algum espírito tão dementado quanto ela, e nunca com uma Pomba Gira de Lei!

 
       Fonte: Livro: Umbanda - Mitos e Realidade

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Umbandistas...

   
    Apesar de estarmos sempre orientando, chamando as pessoas ao cumprimento do dever, nem sempre aquelas que vêm às nossas casas dão atenção às recomendações tão necessárias que oferecemos. Frisamos que toda atenção é pouca, quando estão no cumprimento de seus deveres, seja em que lugar for. No trabalho, no lar e na sociedade todos precisam ficar atentos, vigilantes, porque o inimigo oculto – o astral inferior – está sempre à espreita, aguardando um descuido, mesmo os pequenos deslizes, para se aproximar e tirar proveito. Se analisarem bem os fatos, chegarão à conclusão de que muitos acontecimentos indesejáveis e imprevistos são oriundos da falta de atenção dos seres humanos.

      Se as pessoas prestassem mais atenção ao que fazem e ao que dizem, se compreendessem os porquês dos acontecimentos que surgem de bem ou de mal, muitos fatos desagradáveis deixariam de suceder. As atenciosas, que mantêm o pensamento direcionado para os seus afazeres, não se descuidam. Os fatos estão aí, para quem queira analisar. As doenças, os sofrimentos atrozes, as desencarnações prematuras, a tudo isso os seres humanos estão sujeitos, porque fazem parte do viver terreno, obediente às leis que regem o universo, mas aqueles que forem realmente esclarecidos espiritualmente sabem ultrapassar com galhardia as dificuldades.

   O pensamento é tudo, queridos amigos. Havendo pensamentos elevados e força de vontade, a pessoa não se deixa abater. Venham as influências negativas de onde vierem, jamais a atingirão. É por isso que nas casas racionalistas cristãs o que mais fazemos, desde a fundação da doutrina, é alertar, ensinando como devem pensar e agir em todos os momentos, para que não passem dificuldades, não sofram conseqüências desastrosas e até trágicas, oriundas de atos impensados ou displicentes.

      Os seres adultos são responsáveis por si mesmos, porém há pessoas que, quando erram, transferem para terceiros os seus erros, as suas culpas. Isso é fraqueza espiritual, e nós não admitimos tal procedimento em seres esclarecidos pela doutrina.

      O racionalismo cristão diz, e é uma grande verdade, que ninguém paga uma dívida espiritual indevida. Cada espírito encarnado tem por obrigação pagar suas dívidas espirituais. Se não for nesta encarnação, será nas vindouras, de acordo com sua própria decisão. Portanto, estejam conscientes de seus deveres, não falem muito, nem pensem no que não devem.

      Pense Nisso!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Cuidados com a Manipulação de Energias

    
     Todo umbandista esclarecido sabe que não existe magia, no sentido estrito da palavra. O que se convencionou chamar “magia” é, na verdade, a manipulação de energias sutis, retiradas de elementos materiais e somadas à energia da vontade daquele que realiza o “ato mágico”.
 
      De um modo geral, as entidades que militam na Corrente Astral de Umbanda são exímias manipuladoras, desses elementos e, por conseguinte, especialistas na ciência astral que conhecemos como magia.
 
    Essas entidades conhecem as propriedades de velas, tabaco, água, álcool (manipulado sob a forma de bebidas), ervas, flores, cristais, além de símbolos e ícones, como roupas e fotografias de pessoas que são pedidas para a realização de trabalhos visando a efetuar curas ou descarregos, ou defesa espiritual de consulentes que não podem, ou não querem ir aos trabalhos.
 
     O conhecimento das propriedades, aliado ao de como fazer, torna os trabalhos realizados em verdadeiras bênçãos para aqueles a quem esses trabalhos são dirigidos, trazendo, saúde, paz, equilíbrio, harmonia, ou qualquer outra coisa de que o paciente esteja necessitando, sempre na medida do merecimento, é claro.
 
       O que é absolutamente necessário saber sobre isso – e que infelizmente muitas pessoas desconhecem – é que os melhores remédios que já foram e são fabricados, se não forem utilizados de forma correta, podem se tornar prejudiciais, ou até mesmo fatais. Pois o mesmo acontece com os trabalhos de manipulação realizados na Umbanda.
 
       Entidades umbralinas comprometidas com a prática do mal também são grandes manipuladoras e costumam utilizar os mesmos elementos manipulados pelas entidades benfeitoras, para produzir verdadeiras bombas astrais que são dirigidas contra aqueles que se encontram em suas listas de perseguição. A única diferença básica existente entre os materiais é que as entidades umbralinas costumam se servir de produtos de origem animal, como carne e sangue. Por essa razão, a Umbanda verdadeira, comprometida com o bem, jamais utiliza tais produtos em seus trabalhos, sob nenhuma hipótese, em nenhuma circunstância.
 
        Mesmo assim, os malfeitores do astral não perdem uma oportunidade de fazer o seu trabalho e, nessa hora, qualquer coisa serve (cabe lembrar que entre presos, até mesmo uma caneta pode ser convertida em arma perigosa), por isso é necessário que se tenha o mais absoluto cuidado na prática de trabalhos de manipulação.
 
      O umbandista esclarecido sabe que uma simples vela, acesa sem a devida orientação, pode ser mal utilizada e trazer resultados desastrosos, completamente diferentes daqueles que eram esperados, assim, o caminho seguro é sempre o de somente fazer aquilo que é devidamente orientado pelas entidades da casa, seguindo as orientações que forem dadas, sempre ao pé da letra, a fim de que o ato atinja realmente o objetivo pretendido.
 
       Pouquíssimos encarnados detêm conhecimentos seguros na área da manipulação de energias sutis. 
       Essa ciência é ainda um monopólio das entidades atuantes e somente elas são capazes de orientar a maneira correta de se fazer um trabalho.
 
     Por isso, irmão umbandista, seja cauteloso, seja prudente, esteja sempre vigilante e não ceda em nenhum momento à tentação de fazer qualquer tipo de trabalho por conta própria, contando com seus ínfimos conhecimentos aprendidos na prática costumeira dos terreiros. Muitas vezes um trabalho feito sem orientação, visando a fazer o bem a um ente querido, pode ter efeito totalmente contrário àquele pretendido e trazer conseqüências indesejadas, às vezes, até mesmo trágicas.
 
     Sempre que sentir ser necessário fazer algum trabalho para si mesmo, ou para outra pessoa, busque a orientação de uma entidade de sua confiança, desde que essa entidade esteja atendendo dentro do terreiro, em condições de segurança habituais para os dias de trabalho.
 
        Isso é sensatez.

 
         Fonte: http://neumbanda.blogspot.com

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Hoje é Dia de Oxóssi - Dia de São Sebastião - 20 de Janeiro

  
    Muitos são os devotos se SÃO SEBASTIÃO no Brasil. Multidões o aclamam e o veneram no dia 20 de janeiro (dedicado em sua homenagem). Porém, poucos conhecem de fato a sua verdadeira história.

     São Sebastião nasceu em Narvonne, França, no final do século III, e desde muito cedo seus pais se mudaram para Milão, onde ele cresceu e foi educado. Seguindo o exemplo materno, desde criança São Sebastião sempre se mostrou forte e piedoso na fé.

    Atingindo a idade adulta, alistou-se como militar, nas legiões do Imperador Diocleciano, que até então ignorava o fato de Sebastião ser um cristão de coração. A figura imponente, a prudência e a bravura do jovem militar, tanto agradaram ao Imperador, que este o nomeou comandante de sua guarda pessoal. Nessa destacada posição, Sebastião se tornou o grande benfeitor dos cristãos encarcerados em Roma naquele tempo. Visitava com freqüência as pobres vítimas do ódio pagão, e, com palavras de dádiva, consolava e animava os candidatos ao martírio aqui na terra, que receberiam a coroa de glória no céu. 
      
        Enquanto o imperador empreendia a expulsão de todos os cristãos do seu exército, Sebastião foi denunciado por um soldado. Diocleciano sentiu-se traído, e ficou perplexo ao ouvir do próprio Sebastião que era cristão. Tentou, em vão, fazer com que ele renunciasse ao cristianismo, mas Sebastião com firmeza se defendeu, apresentando os motivos que o animava a seguir a fé cristã, e a socorrer os aflitos e perseguidos.

    O Imperador, enraivecido ante os sólidos argumentos daquele cristão autêntico e decidido, deu ordem aos seus soldados para que o matassem a flechadas. Tal ordem foi imediatamente cumprida: num descampado, os soldados despiram-no, o amarraram a um tronco de árvore e atiraram nele uma chuva de flechas. Depois o abandonaram para que sangrasse até a morte. 
       
       À noite, Irene, mulher do mártir Castulo, foi com algumas amigas ao lugar da execução, para tirar o corpo de Sebastião e dar-lhe sepultura. Com assombro, comprovaram que o mesmo ainda estava vivo. Desamarraram-no, e Irene o escondeu em sua casa, cuidando de suas feridas. Passado um tempo, já restabelecido, São Sebastião quis continuar seu processo de evangelização e, em vez de se esconder, com valentia apresentou-se de novo ao imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusados de inimigos do Estado. 
    
     Diocleciano ignorou os pedidos de Sebastião para que deixasse de perseguir os cristãos, e ordenou que ele fosse espancado até a morte, com pauladas e golpes de bolas de chumbo. E, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, jogaram-no no esgoto público de Roma. 
    
     Uma piedosa mulher, Santa Luciana, sepultou-o nas catacumbas. Assim aconteceu no ano de 287. Mais tarde, no ano de 680, suas relíquias foram solenemente transportados para uma basílica construída pelo Imperador Constantino, onde se encontram até hoje. Naquela ocasião, uma terrível peste assolava Roma, vitimando muitas pessoas. Entretanto, tal epidemia simplesmente desapareceu a partir do momento da transladação dos restos mortais desse mártir, que passou a ser venerado como o padroeiro contra a peste, fome e guerra. 
    
    As cidades de Milão, em 1575 e Lisboa, em 1599, acometidas por pestes epidêmicas, se viram livres desses males, após atos públicos suplicando a intercessão deste grande santo. São Sebastião é também muito venerado em todo o Brasil, onde muitas cidades o tem como padroeiro, entre elas, o Rio de Janeiro .

        Fonte de Pesquisa:
         – Encyclopédia Universal Ilustrada Europeo-Americana, pp. 1262 –1265          

         – Encyclopédia e Dicionário Internacional, p. 10486 


Oração a São Sebastião

Glorioso mártir São Sebastião,
soldado de Cristo
e exemplo de cristão,
hoje vimos pedir
a vossa intercessão
junto ao trono do Senhor Jesus,
nosso Salvador,
por Quem destes a vida.
Vós que vivestes a fé
e perseverastes até o fim,
pedi a Jesus por nós
para que sejamos
testemunhas do amor de Deus.
Vós que esperastes com firmeza
nas palavras de Jesus,
pedi-Lhe por nós,
para que aumente
a nossa esperança na ressurreição.
Vós que vivestes a caridade
para com os irmãos,
pedi a Jesus para que aumente
o nosso amor para com todos.
Enfim, glorioso mártir São Sebastião,
protegei-nos contra a peste,
a fome e a guerra;
defendei as nossas plantações
e os nossos rebanhos,
que são dons de Deus para o nosso bem
e para o bem de todos.
E defendei-nos do pecado,
que é o maior
de todos os males.
Assim seja.


São Sebastião na Umbanda é Oxóssi

    Na Umbanda, Oxóssi é um dos principais Orixás, responsável por uma Linha que abrange caboclos e caboclas no sentido estrito (índios que usam cocares) relacionadas a conselhos sobre cura física ou espiritual. Às vezes é personificado na figura do Caboclo, isto é, do índio, ostentando um cocar e portando arco e flecha. Sua cor é o verde.

        Oxóssi ou Odé manifesta-se, no plano físico, através da fauna e flora do planeta. É o pulmão do universo. Além de exercer domínio sobre todos os elementos da floresta, manipula os valores medicinais e mágicos das plantas, das quais se utiliza para efetuar limpeza vibratória, material e espiritual, dos que dele se socorrem. Domina a força vital cósmica existente na seiva das plantas, aproveitando-se de suas emanações fluídicas para banhos e defumações destinados a descarregar as energias nocivas e equilibrar as forças energéticas do homem. 
     
     Oxossi é o orixá masculino iorubá responsável pela fundamental atividade da caça. Por isso, na África é também cultuado como Odé, que significa caçador. É tradicionalmente associado à Lua e, por conseguinte, à noite, melhor momento para a caça. 
     
     Comparece no plano emocional dos humanos com acentuada característica de afetividade, cooperação, companheirismo, certo grau de aventura e franca liberalidade. Seus “filhos de cabeça” dão ótimos artistas, seja qual for o segmento da arte escolhido, em virtude da latente sensibilidade e inteligência. No plano mental, descortinam inventos, sistemas e estilos engenhosos, admiráveis, de quase impossível enquadramento lógico ou sensata previsão de solução ou acabamento do problema, fruto de sua capacidade intuitiva. 
       
       Geralmente, os filhos de Oxóssi asseguram que não existe protetor mais constante. 
       
       Os festejos dedicados a Oxóssi são muito concorridos por diversos motivos entre os quais destacamos o início do ano religioso, a própria comemoração em que há uma natural e contagiante alegria, com o Templo enfeitado onde se destaca a cor verde, o chão do terreiro coberto de folhas, e galhos de árvores presos à parede recendendo um perfume silvestre. Na mesa, vários cestos ou alguidares cheios de frutas diversas - que serão distribuídas generosamente aos participantes e assistentes. 
     
     As entidades que pertencem à sua falange apresentam-se como caboclos e caboclas. Possuem uma manifestação altiva e emitem vibrações fortes e firmes.

       Sincretismo: São Sebastião 
     
      Sua Guia (Fio de Conta): Suas guias são feitas geralmente com contas verdes e brancas, e em alguns casos, dentes de animais. 
     
     Sua Bebida: Vinho tinto, garapas e sumo de ervas em geral. 
     
     Sua Comida: Frutas não cítricas, milho, raízes, feijão fradinho torrado. 
    
    Suas ervas: Alfavaca do campo, jureminha, caiçara, arruda, abre caminho, malva rosa, capeba, peregum, taioba, sabugueiro, jurema, capim limão, acácia, cipó caboclo, goiabeira, erva de passarinho, guaco, guiné, malva do campo, são gonçalinho, Louro, cabelo de milho, eucalipto, manjericão, samambai.

        Velas: Verde, branca 
       
        Símbolo: Arco e flecha 
        
        Data da comemoração: 20 de janeiro 
        
        Dia da Semana: Quinta-feira
        
        Número: 6 
     
     Saudação: Oxóssi ê meu pai!; ou Okê Arô! - de OKÊ (monte) e AROU (título honroso dado aos caçadores). Significa: “Salve o Grande Caçador!” 
         
        Ponto de Força Vibracional: matas.
      
       Oxóssi é a Natureza, especificamente nas matas e no reino animal. É o conhecedor das ervas e o grande curador. É a essência da nossa vida. 
    
       É o Caçador das Almas da Umbanda e como caçador procura arrebanhar Almas desgarradas para futuramente formar um só rebanho. É o Senhor da Doutrina, aquele que atinge o coração e a inteligência das Almas envoltas em suas vibrações.
   
      Em caráter hierático, Oxossi lembra-nos o MÉDICO, DOUTRINADOR E PASTOR DAS ALMAS. Cura chagas, ensinando a substituição do ódio pelo amor, da luta pela trégua, da insubmissão pela submissão às Leis Divinas. 
      
       É o CAÇADOR DAS ALMAS, o orientador, aquela que mostra o caminho a ser seguido pela humanidade. Modificando inteligências e consciências, atuando na mente e no coração. Essa é a função hierática ou kármica de Oxossi.
   
          Estes protetores atuam manipulando as ervas sagradas, liberando as mazelas que se assentam no corpo astral e mesmo as que se assentam no corpo físico, através das doenças. Liberam as energias mentais pesadas e grosseiras, ativando o intelecto de muitos Filhos de Fé. São mestres na Arte da Magia Vegetal, manipulando quantitativa e qualitativamente o prana acumulado nas ervas, quer sejam elas administradas em chás, banhos ou defumações. 
   
     Assim trabalha a Linha de Oxossi, incrementando o bem-estar astral e físico, livrando muitos Filhos de Fé do Desanimo e da Doença. 
   
      Seu filho tem um tipo calmo, amoroso, encantador, preocupado com todos os problemas. Um grande conselheiro pelo seu gênio alegre, muito embora com forte tendência à solidão. Incapaz de negar qualquer ajuda à alguém, sabe, como poucos, organizar o caminho para as soluções complicadas. Com respeito à sua própria organização familiar, é muito apegado as suas coisas e à sua família, à qual dedica atenção total no sentido de provê-la e encaminhá-la. Diante as dificuldades próprias é muito hesitante, mas acaba vencendo, sustentado pelo seu interior alegre e otimista. É carente. Não assume o problemas dos outros, mas fica lado a lado ajudando-os. Ama a Liberdade e a Natureza. O mato, as águas, os bichos , as estrelas, o sol e a lua, são a bússola de sua vida. Não discute a fé. Acredita e é fiel seguidor da religião que escolheu. Não é ciumento e muito menos rancoroso. Quando atacado custa revidar. Quando o faz se torna perigoso. É, neste particular, ladino como os índios. Pisa macio, mas é certeiro. Tem um gosto refinado. Gosta das coisas boas, veste-se bem e cuidadosamente.
     
       O filho de Oxóssi é talvez o mais equilibrado. Para que sua vida melhore, deve despertar aquele gigante que habita sua essência, o que o tornaria mais disposto a encarar as suas próprias dificuldades. 
    
     Oxóssi é o senhor absoluto das florestas, prados e cerrados, matas e campos, onde floresce e reverdece a natureza fecunda, pulmões plenos de terra que tem a virtude de trazer o alimento vital, produto que é da seara: oxigênio puro do ar, além de todos os gases do cosmo.



       Okê Caboclo, Okê Arô Oxóssi!
 


Oremos:
Meu Pai Oxóssi!

Vós que recebestes de Oxalá o domínio das matas, de onde tiramos o oxigênio necessário á manutenção de nossas vidas durante a passagem terrena, inundai os nossos organismos coma vossas energia, para curar de nossos males!

Vós que sois o protetor dos caboclos, dai-lhes a vossa força, para que possam nos transmitir toda a pujança, a coragem necessária para suportarmos as dificuldades a serem superadas!

Dai-nos paz de espírito, a sabedoria para que possamos compreender a perdoar aqueles que procuram nossos Centros, nosso guias, nossos protetores, apenas por simples curiosidade, sem trazerem dentro de si um mínimo da fé.
Dai-nos paciência para suportarmos aqueles que se julgam os únicos com problemas e desejam merecer das entidades todo o tempo e atenção possível, esquecendo-se de outros irmãos mais necessitados!

Dai-nos tranqüilidade para superarmos todas as ingratidões, todas as calúnias!

Dai-nos coragem para transmitir uma palavra de alento e conforto aqueles que sofrem de enfermidades para quais, na matéria, não há cura!

Dai-nos força para repelir aqueles que desejam vinganças e querem a todo custo magoar seus semelhantes!

Assim Seja!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Não faça Amarração, Roube um Coração!

 
Para Roubar Um Coração
(Luiz Fernando Veríssimo)

     Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa.

     Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.

     Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.

     Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.

     É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.

     Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.

     Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.

   ...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.

     Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.

     Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria. Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?

       Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.

      Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.

      ... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
      Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!

     E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.
     Texto de Luiz Fernando Veríssimo
     Não faça Amarração, “Roube” um Coração!!!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Arquétipo dos Exus


Por: Leopoldo Bettiol
Confrades,

Tive, pouco faz, a oportunidade de ter ante os olhos, uma coleção de figuras de Exu. Foi uma decepção, um calafrio, um escárnio para a minha sensibilidade.
 
Lamentei. O divino é por isso mesmo sacro.
 
Não deve, não pode ser reles, grosseiro, ridículo. O artista, se tal nome merece, que em má hora de inspiração infeliz, elaborou, aquele grupo de estatuetas vermelhas é um imbecil; sem gosto e sem cultura artística ou um velhaco “mercantilista”, abusando da crendice, da boa fé, da simplicidade dos seus irmãos de crença. AQUI CESSA, TODA TOLERÂNCIA E BOA VONTADE. Se o seu criador fosse “um artista”, saberia que a ARTE, no Ocidente, esteve 1500 anos ao serviço da Igreja. O mais belo da imaginação criadora do espírito humano, está na arquitetura das catedrais, nos talhe, nos relevos, nas imagens, nas estátuas e ornamentos. A Igreja medieval foi refugio do artista. Não havia , uma arte social, havia uma arte religiosa: divórcio, entre o sacerdócio e o povo.
 
Foi, em pós da REVOLUÇÃO, de par com a inspiração maometana, que surgiram escolas, cenáculos, salões e museus... Foi assim, na Índia, na China, no Egito, na Grécia. Não seria, suficiente, consultar um tratado de Arqueologia, uma História da Arte? Não estará por ali, o melhor do pensamento, procurando uma expressão de beleza?
 
Beleza tão construtora, como um livro sacro? Uma ascensão espiritual comovedora? Não é com verdadeiro pesar que nós “nos confrangemos” quando a arte se degrada?
 
Foi a minha impressão. Aquilo, aquele grupo de demônios vermelhos, “guampudos”, com pés caprinos, de barba em ponta, de sobrancelhas hirtas, de olhos saltados e dentes agressivos, NÃO É EXU! ... Aquilo é uma concepção primária, falsa, mórbida, velhaca, indecente, ridícula. Aquilo depõe, contra seu criador. Não é o Lúcifer das Escrituras. Não é o Plutão dos gregos. Não é o Tifon do Egípcio. Não é o Ahriman do babilônio. Não é o Ravana do hindu. Não é o Curupira do bugre... Por Deus!... Não é nada disto. Aquilo é uma estupidez! Um “Satanás de Opereta”, nada mais!...
 
O negro, não tinha uma concepção de Demônio; o bugre, ainda menos. Porque trazer para a Umbanda aquele espantalho bestificador?
 
Dizem que Exu tem sido visto assim. Admito, aceito. Visto por quem?
 
Por clarividentes ignorantes, mal educados, impressionistas obcecados; vitimas de sua própria criação mental, doentes, atemorizados por sugestões mórbidas, presas de leituras mal digeridas, atordoados por disciplinas rituais sem nexo, por uma magia espúria, explorada por caciques ignorantes... O fato, raia pelo crime. Não deve continuar assim.
 
Falsa doutrina, falso arremedo, de falsas iniciações! Caso de expurgo. Literatura deletéria, livros para queimar!
 
Gente, precisada de trato com o neuro psiquiatra, num hospital! Não é a vidência, o que eu nego. Não condeno o médium, ignorante e passivo. Digo que ele é uma vitima, dotada de uma faculdade que precisa educação. Que há tratados, para desenvolver e controlar o fenômeno da vidência, sob a direção de um responsável!
 
Mediunidade, mentalismo, hipnose, sonambulismo lúcido, que constatam o fenômeno; ramos do psiquismo, que tem leis para o estudo sério da questão.
 
O Exu do negro, o Bará é um Deva da linha angélica, de tipo inferior; um agente, um servidor, um desbravador, que nada tem que ver com esse monstro vermelho.
 
Será bom ou mau, conforme o fim mágico para o qual for dirigido, pelo seu “propiciador”, sem necessidade de assumir em “sua função serviçal”, uma figura grotesca. Seria supor, que nossos garçons, criados lacaios e serventes, devem assumir figuras e gestos de macacos, quando nos estão servindo... Já, tão bem, o diz, o aforismo hermético: - como é embaixo, é em cima. Um lacaio de casa rica tem camisa engomada e casaca de botões dourados; um garçom enverga blusão de linho branco; o cozinheiro, um avental, um avental; a capeira (encarregada de um guarda-roupa), uma touca rendada...
 
Que impressão teríamos, se nos servissem contorcidos, deformes, agressivos, chiando e cuspindo?
 
Não daríamos logo, “pelo falso da atitude”, pela estupidez?
 
Isto, que não admitiríamos, para a vida normal e comum de todos os dias, nós admitimos para o mundo espiritual...
 
Por quê?
 
Há uma lógica em tudo isto?
 
Não! Não há. Há morbidez, fanatismo, infantilidade, temor e falsa observação.
 
Já viu lendo obras de arte, qual é a indumentária do servidor grego, egípcio, babilônico? O antigo servo romano? O gladiador do circo, o soldado? Veste uma tanga, um calção, um saiote curto nada mais!... Em missão mais conspícua, um peitoral, saiote até aos joelhos, sandálias; pernas e braços nus, cabelos bem penteados, um colar, braceletes. Postura ereta, digna, respeitosa, continente. Por que, não representaremos assim, “deste modo natural”, o nosso EXU?
 
Por mim, repilo o artista, o escritor fantasista, que fuja da historia, no desenfreio da sua imaginação tresloucada e falsa.
 
Teriam mentido os hermetistas? Será um ludibrio toda a figuração dos mitos, tão rica em belezas?
 
Saberão, esses artistas e escritores que pela força do pensamento, pelo poder mental, “estão criando” formas astrais que permanecem vivas “imantadas”, receptivas, nos planos subjetivos e que posteriormente “invocadas”, agem sobre vivos, como seres maléficos, de efeitos terríveis de perversão?
 
Não estarão esses artistas de fancaria, SUJANDO O AURA MENTAL DO MUNDO, com as suas criações?
 
E é essa gente nefasta e ignorante que nos falam de ocultismo e de iniciação?
Não haverá uma noção de responsabilidade, quando influímos na alma dos outros?
 
A Umbanda será tão infeliz, que não empunhe um chicote para enxotar esses vendilhões?
 
Tenho concebido uma Umbanda limpa, sem essas deformidades teratológicas. Como religião, a Umbanda, não se divorcia da Arte... Há, todo um mundo de belezas a propagar... Vamos encher nossos “Congas” de imagens, de Santos, de figuras, de estatuetas; está bem. Mas, façamo-lo com o senso do belo, que só por si, também é UMA RELIGIÃO.
SARAVÁ!!!


***********************************************************************************


Amados Irmãos,

O texto acima foi retirado de um antigo livro foi necessário quase uma tradução, justamente porque passamos por reformas, acordos ortográficos e se há algum erro este deve a este irmão que vos escreve, mas dentro das minhas possibilidades eu trago a vocês este especial texto que são as páginas 79,80,81,82 e 83 do livro ABC DE UMBANDA – LEOPOLDO BETTIOL – Coleção Santo Agostinho – Edição Livraria E Flora Olimpia Ltda – Porto Alegre – Rio Grande Do Sul - Ano 1956 , percebam o ano e percebam o tema que ainda é atual, mesmo após cinquenta e quatro anos, ainda não conseguimos livrar-nos destes VERMELINHOS CHIFRUDINHOS e munidos de “sapatos” de CASCOS CAPRINOS, percebam o texto do irmão Leopoldo Bettiol, leiam e releiam, é chegada a hora de nos livrarmos dos CHIFRUDINHOS VERMELHINHOS , é chegada a hora de trazermos aos nossos Terreiros o que é belo, Exu não é o que vendem por aí, também não podemos afirmá-los como anjinhos, mas torná-lo bestial é falta de coerência e de respeito a aos nosso Guardiões, perceba acima que imagem linda de João Caveira (imagem que já usei aqui no Blog), de cabelo penteado e trajando uma roupa impecável. O que muda representar Exu assim?
 
Interessante, que quando vamos visitar outras Casas ou ainda que queremos conhecer determinada Casa e que tenhamos vontade de algum dia fazer parte da mesma, lá vai o Pai/Mãe no Santo apresentar tudo do Terreiro, quando vamos então em dias que não há giras é mais fácil ainda de ter mostrado todo Terreiro, vimos tudo lindo e belo, em harmonia com o que rege nossa religião, mas quando chegamos na famosa Casa de Exu (nem todos Pais e Mães no Santo, mostram o local reservado a Exu, mas para entrar em uma Casa e ser filho da mesma acredito que todos deveriam visitar sim este espaço), ou espaço reservado a Exu, ficamos chorosos ou ainda passível de muita tristeza, lá podemos perceber as estatuetas dos CHIFRUDINHOS VERMELHINHOS , isso acaba com a minha visita, a impressão muda totalmente do Terreiro, lógico que isso está mudando, aos poucos, a passos de tartaruga, mas já existe muitos Terreiros que começaram com os CHIFRUDINHOS VERMELHINHOS e hoje retiraram do reino do Terreiro estas estatuetas do imaginário doentio do “pseudo-artista”.
 
Pais e Mães no Santo de imediato eu rogo vossas bênçãos rogo ainda desculpas, mas deixe seu reino (Terreiro) da forma que deve estar, sem os CHIFRUDINHOS VERMELHINHOS , a nossa Umbanda é linda e maravilhosa, nenhum Exu vai achar ruim com a sua investida contras esses CHIFRUDINHOS VERMELHINHOS , pare e pense, já que não aceita outras imagens no lugar dos CHIFRUDINHOS VERMELHINHOS que deixem apenas os Pontos Riscados como já vi em alguns Terreiros ou ainda que se risque apenas o Ponto dos Exus que são de sua Coroa, ou ainda como vi em outros Terreiros coloquem lá as quartinhas (alguns Terreiros usam quartinhas para simbolizar o assentamento de Exu, não são todos).
 
Pai e Mãe no Santo de nossa Umbanda vamos abolir os CHIFRUDINHOS VERMELHINHOS ?
 
Que Oxalá proteja todos vocês e que possam mudar com sabedoria a forma de representar nossos amados Exus!!!

            Por: Alex de Oxossi



         P.S. – Queridos irmãos de blogs, sites, comunidades e grupos o texto que trago do irmão Leopoldo Bettiol, não existe em nenhum site ou blog da internet, pelo menos eu não achei no Google e Orkut, esteja a vontade para levá-los a vossos espaços, mas não se esqueça de mencionar de onde você o tirou (Blog Povo de Aruanda) e principalmente o nome do Autor, principalmente este texto que tive que fazer algumas pequenas adaptações.


ABC DE UMBANDA – LEOPOLDO BETTIOL
 
 

sábado, 14 de janeiro de 2012

Em Defesa de Exu

     
         História Verídica

     Aqui há um tempo atrás, estava eu a tomar café, e encontro uma amiga (que por acaso é brasileira) que já não via há algum tempo.

     Cumprimentos e puxa palavra, quando toca o meu telefone. Espanto o dela, quando se apercebe da musica que tinha como toque. Que era nada mais nada menos, que um ponto de Exu gravado em mp3 (se não me engano começava assim: Laroiê, Exu é mojubá. Salve Exu Tiriri da Calunga).

         Conclusão: discussão aberta.

       Continuando, diz ela assim: - Ei, isso ai não é toque de macumba? Coisa de Exu?

      Eu - Isto é um ponto musicado de Exu. Por quê? Não Gosta?

          E responde-me ela com um ar irônico:

         - Credo, claro que não. Não me diga que você também é daqueles que andam nas encruzilhadas a acender velas?

        Bom, eu da maneira mais calma possível, tentei fazer ver a ela que as coisas não são bem assim, tentei explicar a ela o melhor que sei sobre Exu, pois as pessoas não nascem ensinadas, e ainda mais percebi que para ela, Exu é o demônio, o mal do mundo.

         E depois da minha explicação toda, do meu esforço todo para tentar fazer ver a ela que estava errada, responde-me ela assim: - Pronto. Já vi que você é um defensor de Exu!

     Quando ouvi aquelas palavras, fiquei um pouco sentido a olhar para ela, por uns momentos não me saia nada da boca. E aquelas palavras tocaram-me tão fundo, que pouco faltou para conter as lágrimas quando lhe respondi: - É isso mesmo. Sou defensor de Exu, sim!

     Ela olhou para mim, virou-me as costas e foi embora.

     Aquela conversa deixou-me a pensar horas e horas seguidas nos nossos queridos irmãos, e em como deve ser difícil e ingrato exercerem suas funções. Como deve ser difícil proteger os seres humanos, lutar pela sua evolução, sem ver seu trabalho reconhecido, e ainda por cima ser difamado, esconjurado, e acusado de todos os males do mundo.

     Por isso, dali em diante e até hoje, me sinto como "defensor de Exu". Porque se Exu nos defende no astral, temos nós a obrigação de o defender no material, da maneira que estiver ao nosso alcance.

     Laroyê Exu! Exu é Mojubá!

    Lisboa, 5 de Maio de 2011 © Paulo Lourenço “Ramiro de Kali”

     Segue aqui também um texto sobre Exu, que não é da minha autoria, mas que gosto muito, e acho bem explicativo.

     - Atuação dos Exus nos templos de Umbanda -

     "Dentre as funções de Exu, a mais ostensiva e direta sobre as almas, sem dúvida é o controle das ações do submundo.

     Essa função qualifica Exu como a polícia de choque do Astral, e os guardiões que executam essa tarefa plasmam corpos enormes e utilizam armas contundentes como espadas que, inibem os espíritos trevosos.

     O Exus Guardiões agem na guarda dos templos, selecionando as almas à serem admitidas no recinto do templo para doutrina, e agem também individualmente nos consulentes na manutenção da economia energética através da eliminação de bloqueios no kundalini, e na parte psicológica onde procuram orientar e dar cumprimento ao trabalho dos caboclos, pretos¬-velhos e crianças.

     E por meio de movimentações energéticas Exu ainda atua no inconsciente e subconsciente fazendo o aflorar e se personificar na pessoa, de modo que em diversos terreiros e em determinados casos, vemos pessoas que se contorcem, expondo seu inconsciente atulhado, e muitas ainda acham que estão incorporando um Exu.

     E por agir desse modo, em muitos terreiros médiuns acabam fazendo atrocidades, na ilusão de estarem possuídos por um Exu, quando na verdade estão se auto ¬mediunizando. Então, para esses deixamos como alerta: Exu não é brincadeira, e lidar com Exu exige muito cuidado , responsabilidade e conhecimento.
 
     Ainda assim, entendemos que esses processos anímicos são em alguns casos, uma válvula de escape para as pessoas, e muitos ainda vão aos terreiros para urrar, gritar, dançar e cantar, transformando o ritual numa festa profana. E haja bebida, e haja sensualismo...

     Infelizmente muitos médiuns ou pseudomédiuns ainda não se conscientizaram da importância da Umbanda. E é óbvio que existem entidades, as almas endurecidas no mal, que se passam por Exus quando têm oportunidades (e se diga de passagem: as oportunidades não são poucas), e instalam o caos nos templos ou terreiros gerando intrigas e estimulando a proliferação da baixa magia. Essas entidades também expõem formas deprimentes quando incorporam no médium, só que nesse caso (quando o médium incorpora um espírito do sub-mundo) o médium não está expondo seu inconsciente mas, está sendo veículo de seres horríveis (o que pode ser pior); Apesar que, de qualquer forma o seu complexo etéreo físico será avariado e sua integridade psíquica violada para a satisfação dos desejos do seu companheiro astral que fará o possível para envolve-¬lo em suas teias, portanto é difícil conseguir a reabilitação de um médium nesse estado.

     No momento dessa obsessão pacífica, a simbiose entre encarnado e desencarnado acaba consolidando a união, e nesse caso não existe obsessão, existe um acordo de pessoas com interesses em comum, e essas ligações kármicas podem durar diversas encarnações onde, a função de obsessor encarnado e obsessor desencarnado se altera entre as duas ou mais almas.

     Lembramos agora que, os vícios são as pontes que unem as almas frágeis. E que quando desencarnamos levamos conosco nossos vícios, e na dependência de nossos vínculos kármicos, não é raro que seres nos procurem oferendo trabalho em tarefas negras, as famigeradas macumbas, em troca da satisfação de nossos vícios.
 
     Mas aí, o verdadeiro Exu não pode auxiliar o médium e não vai intervir de forma direta nesses casos, até que o julgo da lei caia sobre as almas endividadas ,e Exu seja obrigado a agir de forma mais enérgica para cumprir a justiça... É triste, mas nosso livre arbítrio acaba nesse caso se tornando um entrave para nossa evolução. Porém, temos que aprender a caminhar sozinhos, nem que seja pelo peso da lei.

     Depois de tanta coisa que dissemos, percebemos que nós que somos cheios de imperfeições, quando olhamos o trabalho de Exu, sentimos como é difícil lidar com almas, com personalidades, como é triste quando um Exu vê um médium cair... um profundo pesar deve pairar na mente desses valorosos guardiões e de todas as entidades que militam na Umbanda ou em qualquer ramo espiritualista, de modo que só uma grande alma (mahatma) com um profundo senso de dever, pode impulsionar um trabalho tão digno e ao mesmo tempo tão ingrato pelo ponto de vista humano. É preciso ser muito especial para desempenhar essas nobres funções.

     E além de todo esse trabalho, no aspecto magístico e humano o Sr. Exu, como senhor do destino, ainda é o senhor do inconsciente e guardião dos arquivos referentes ao Dharma (ficha Kármica), tanto a nível pessoal, como os arquivos referentes a coletividade. ( descida ao reino natural ). E tendo acesso a esses arquivos, Exu executa a Lei e em alguns casos, quando nos faculte algum merecimento, Exu pode intervir em nosso auxilio.

     Mas nossas teias kármicas são densas e devemos lembrar que em nossas passagens terrenas (encarnações) nos relacionamos com inúmeras pessoas, direta ou indiretamente, e nos atamos a cadeias kármicas de difícil dissolução, e as vezes só a misericórdia divina pode nos dar aporte para nos libertarmos, e para que isso ocorra é imprescindível que tenhamos algum merecimento, e para termos algum merecimento precisamos nos conscientizar de novas fraquezas e falhas e agirmos já, em prol de nossa reforma íntima que se refletirá em nossos pensamentos, desejos, e ações, proporcionando horizontes mais claros para nossa vida.

     Os Exus dizem com propriedade, que as humanas criaturas são imprevisíveis e volúveis, e esses comportamentos infelizes trazem conseqüências desastrosas para nós, pois, costumamos encarnar com uma quantidade "x" de problemas a resolver e desencarnamos com uma quantidade de x+y+... , ou seja, além de não resolvermos nossas pendências, ainda arrumamos mais débitos na nossa ficha kármica.

     Por essa razão é que ainda estamos entrevados na matéria densa, enquanto que outros espíritos, nossas antigos companheiros de jornada, já vislumbram oitavas superiores em planos mais sutis com missões mais nobres. E até quando permaneceremos na completa inércia ? Isso só nós é que podemos decidir, mas nos apressemos, pois, muito tempo já se passou, muitos de nossos irmãos já se libertaram e nada nesse mundo é para sempre...

     Então, também vimos que digerir e interagir em nossos processos mentais confusos também é tarefa de Exu, e isso enriquece nossa idéia da grandiosidade dessa classe de espíritos batalhadores.

     Me desculpe o leitor pelo excesso de informações mas, tenho que dizer mais:

     Não se limitando aos aspectos insólidos, Exu também é responsável pela manipulação da energia vital, utilizada na preparação dos corpos para encarnar e reciclada na desencarnação. Esse aspecto de Exu é próprio de sua função como senhor da energia e, permite que seres do submundo astral não se apoderem desse poder pois, nada é pior do que o poder em mãos erradas, as conseqüências seriam desastrosas, mas a divindade não há de permitir que isso ocorra e Exu nos protegerá de nós mesmos por misericórdia divina, até o ponto em que o karma coletivo esteja tão denso e pesado que só um hecatombe, uma exterminação em massa, possa lavar nossas almas; E não queremos que isso ocorra então trabalhemos na construção de um mundo melhor, com mais harmonia e justiça social. Isso não é impossível, é só sairmos da inércia, quebrarmos nossas cascas, lutarmos e proclamarmos a boa nova dos novos tempos que estão chegando. Façamos da virada do terceiro milénio um marco para o começo de um mundo melhor pois, o futuro depende do que fizermos agora, e já é hora de mudarmos.

     E a fórmula para nosso sucesso é simples, é só nos espelharmos nos nossos guias espirituais e procurarmos gradativamente sermos mais humildes, simples e verdadeiros, pois só assim um dia poderemos estar ao lado desses nossos velhos companheiros e mestres que hoje se identificam como caboclos, pretos¬-velhos e crianças, e porque não como guardiões de Umbanda, nossos ancestrais (Agbá)."


     Texto retirado do Livro:

     «Umbanda - Uma Religião Autenticamente Brasileira» - Eduardo Parra
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Não haveria luz se não fosse a escuridão...

“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

Liga da Justiça Umbandista
O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.