Apesar de renegada pela maioria dos novos cristãos, principalmente os
espíritas e espiritualistas, a Bíblia Sagrada é o livro mais importante para
qualquer ser humanizado que siga os ensinamentos de Cristo, pois o próprio
mestre disse:
Não pensem que eu vim acabar com a Lei de Moisés e os ensinamentos dos
profetas. Não vim acabar com eles e sim dar o verdadeiro sentido deles. (Mateus
– Capítulo 05 – Versículo 7)
Ao longo de toda a sua pregação Cristo não só seguiu o que ensinaram os
profetas do antigo testamento como afirmou que muita coisa do que vivia era
necessário acontecer para que o que estava profetizado acontecesse. Se ele
submeteu-se a estas leis, se ele acreditou no que foi ensinado antes, porque os
novos cristãos não a seguem? Não saberia explicar...
Acho que isso acontece porque muitos destes novos cristãos não entendem
a Bíblia, não a conhecem direito. Por este motivo vou tentar jogar um pouco de
luz sobre o que está neste livro sagrado.
A Bíblia começa com a parábola de Adão e Eva. Este casal simboliza os
primeiros espíritos criados por Deus no Universo. Eles viviam no paraíso, ou
seja, no plano espiritual superior, onde tinham tudo o que precisavam para a
sua existência. Lá eles podiam transitar livremente e alimentar-se de todas as
coisas, com exceção de um fruto, aquele que nascia da árvore que ficava no meio
do paraíso: o fruto da árvore do
conhecimento...
Qual o fruto da árvore do conhecimento? O saber... Sempre que um ser acredita naquilo que toma
conhecimento (alimenta-se do fruto desta árvore) imagina saber alguma
coisa. Portanto, o saber é o fruto
que os espíritos que vivem no plano superior não podem usar para alimentar-se.
Mas, a que saber estou me referindo? Para explicar com a palavra a cobra,
‘que era o animal mais esperto que o Deus Eterno havia feito’.
Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa
árvore, os seus olhos se abrirão e vocês serão como Ele, conhecendo o bem e o
mal. (Gênesis – Capítulo 03 – Versículo 05).
É este saber que estou me referindo: o saber distinguir o bem do mal, o certo do errado, o bonito do feio.
Quando o ser humanizado acredita poder distinguir o que é certo do que é
errado, o que é bom do que é mal, simbolicamente se transforma naquele que come
a maçã, ou seja, comete o pecado original.
Sendo isso verdade e estando os espíritos num mundo de provação,
podemos, então, compreender que esta
prova se refere a ter o saber ou abrir mão dele. Para que o espírito
execute a sua prova, então, é preciso que até hoje a cobra esteja presente
neste mundo oferecendo a cada momento o fruto proibido (os códigos que
determinam o que é certo ou errado, bom ou mal) para que o ser universal
possa fazer a sua opção: fechar seus olhos (deixar de ter certeza do que é
bonito ou feio). Sendo assim, a
cobra de hoje são as próprias doutrinas religiosas, os códigos morais, de ética
ou comportamental que servem como guia para os seres humanizados distinguirem o
bom do mal, o certo do errado. Libertar-se deles, ou seja, não utilizá-los para
julgar o mundo, é, portanto, o objetivo da encarnação no mundo de provas e
expiações.
Mas, isso não deve ser feito com o objetivo de ganhar qualquer coisa,
inclusive a elevação espiritual, a volta ao paraíso. O ser que busca se libertar destes códigos deve fazê-lo pelo
reconhecimento de que não é igual a Deus, ou seja, não possui o mesmo poder de
compreensão das coisas universais que Ele possui e não para ganhar qualquer
coisa.
Aí está a provação do espírito e como ela pode ser vencida: reconhecer
que os códigos de leis que regem a convivência humana são apenas fruto da
árvore proibida e libertar-se de se alimentar deles através da aceitação de que
apenas Deus tem o poder de conhecer o bem e o mal. Quando age assim o ser
universal demonstra que reconhece no Pai a ascensão moral que Ele possui.
Aqueles que executam este trabalho vão para o
Reino do Céu, ou seja, retornam ao paraíso, enquanto que aqueles que não fazem
isso permanecem no reino onde se nasce e morre. Este lugar é o próprio planeta
onde estão encarnados.
Na Bíblia encontramos a referência ao castigo àquele que continua
comendo a maçã, ou seja, continua sabendo distinguir o bem do mal: eles vão para o inferno. Ora, este castigo é permanecer encarnado,
isso quer dizer que o planeta onde os espíritos cumprem a pena por saber é
aquele em estão encarnando. No caso dos terráqueos, a Terra...
Sim, a Terra para os seres
universais que estão no processo de encarnação para provas e expiações é o
próprio inferno... Nenhum espírito que continuar praticando o pecado
original durante a sua encarnação irá para o inferno ou umbral como os
espíritas chama o inferno, quando desencarnarem: apenas continuarão presos ao orbe terrestre.
O umbral ou inferno não está no céu ou abaixo dele, mas no próprio orbe
terrestre. E aquele que persistir em atender a tentação da cobra continuará
preso aqui.
É para ajudar na luta do
espírito para realizar suas provações durante as suas encarnações que a Bíblia Sagrada, tanto o novo quanto o
velho testamento, foi escrita. Ela contém ensinamentos que se
transformam em caminho para aqueles que querem deixar de se alimentar do fruto
proibido: o saber distinguir entre o bem e o mal. A cada trecho, seja ele ditado pelos profetas, apóstolos ou pelo próprio
Cristo, a Bíblia traça um caminho que se seguido levará o ser universal a
retornar ao paraíso.
Mas, como é descrito na Bíblia o céu, o paraíso, o lugar onde aqueles
que conseguirem se libertar da tentação da cobra? Como a Nova Jerusalém.
Se o livro Gênesis mostra o início de tudo e
as páginas internas mostram o caminho a ser seguido, o Apocalipse, o último
livro da Bíblia, faz um resumo dos acontecimentos do mundo de provas e
expiações no planeta Terra e termina falando do lugar onde viverão os espíritos
se percorrerem todos os ensinamentos bíblicos.
Vamos conhecer um pouco da Nova Jerusalém ou o Reino do Céu como
mostrado a João pelos anjos.
Um dos sete anjos que tinham as sete taças das últimas sete pragas veio
e me disse:
- Venha e eu lhe mostrarei a Noiva, a Esposa do Cordeiro.
Então o Espírito de Deus me dominou e o anjo me levou para uma montanha muito alta. Ele me mostrou Jerusalém, a Cidade Santa, que descia do céu e vinha de Deus, brilhando com a glória Dele. (Apocalipse – Capítulo 21 – Versículo 09 a 11).
Então o Espírito de Deus me dominou e o anjo me levou para uma montanha muito alta. Ele me mostrou Jerusalém, a Cidade Santa, que descia do céu e vinha de Deus, brilhando com a glória Dele. (Apocalipse – Capítulo 21 – Versículo 09 a 11).
A figura da Nova Jerusalém acontece no final da Bíblia Sagrada. Ele é
descrita como o lugar onde conseguirão chegar àqueles que seguirem os
ensinamentos dos mestres, apóstolos e profetas. Aqueles que por reconhecimento
da ascensão moral do Senhor desistem de querer ser, estar ou fazer qualquer coisa baseado no seu saber.
Mas, qual a característica deste lugar é descrita na Bíblia?
Não vi nenhum templo na cidade, pois o seu Templo é o Senhor, o Deus
Todo Poderoso e o Cordeiro. (Apocalipse – Capítulo 21 – Versículo 22).
Eis aí a primeira característica da Nova Jerusalém. Ela não precisa de
intermediários entre os seres universais e Deus, pois o templo do paraíso é o
próprio Deus. Mais uma vez voltamos à
questão do reconhecimento da ascensão moral de Deus que leva à desistência de
ter os olhos abertos e com isso saber distinguir entre o bem e o mal.
No mundo espiritual os espíritos não aceitam ser dirigidos por nenhum
outro ser, a não ser o próprio Deus. Dirigido no sentido de dizer o que é certo
ou errado. Tanto faz se estes sejam
leigos ou religiosos: os espíritos aceitam apenas aquilo que Deus diz e faz.
Eles submetem-se àquilo que Deus dá, sem concordar ou discordar com o que o Senhor
faz fundamentados em códigos de regras traçados por outros seres humanizados.
A cidade não precisa de sol nem de lua para a iluminarem, pois a glória
de Deus brilha sobre ela e o Cordeiro é a sua própria luz. (Apocalipse –
Capítulo 21 – Versículo 23).
Mais uma vez a compreensão de João, aquele que escreveu o Apocalipse,
nos leva a entender que não há nada artificial na existência daqueles que
conseguirem chegar ao fim da Bíblia, ou seja, ao final do seu processo de
provas e expiações: tudo se origina em Deus. Viver a partir de Deus, ou seja, viver dando ao Pai o primeiro lugar em
tudo: este é o destino daquele que consegue trilhar os caminhos deixados pelos
apóstolos, profetas e por Cristo.
Para alcançá-lo é preciso seguir o que João diz que é feito por aqueles
que vivem na Nova Jerusalém:
Os povos do mundo andarão na sua luz e os reis da terra vão lhe trazer
as suas riquezas. (Apocalipse – Capítulo 21 – Versículo 24).
Para se viver na Nova Jerusalém é preciso que o ser universal ao longo
de suas encarnações leve a Deus toda a sua riqueza. Que riqueza maior pode possuir um ser do que aquilo que ele crê?
Todos os seus bens materiais podem ser tomados ou se deterioram com o passar do
tempo, mas aquilo que cada um acredita jamais pode ser roubado ou tomado. Por isso é a maior riqueza que um ser
possui...
Doe todo o seu saber a Deus, ou seja, entregue
para Ele toda a sabedoria que pode haver e com isso você poderá viver na Nova
Jerusalém.
O trono de Deus estará na cidade e os seus servos o adorarão. Eles verão
o seu rosto e o nome Dele será escrito nas suas testas. Ali não haverá mais
noite e não precisarão mais de lamparinas nem da luz do sol porque o Senhor
Deus será a luz deles e eles reinarão para sempre. (Apocalipse – Capítulo 22 –
versículo 03 a 05).
Portanto, quem se liberta de
todo o seu saber não possui mais critérios para julgar o próximo. Com
isso fecha os seus olhos, ou seja, não
percebe mais nada de bom ou mal, certo ou errado, e devolve o poder exclusivo
de Deus a Ele. Com isso entra na Nova Jerusalém, ou seja, vai para o
paraíso.
Mas, onde é que se localiza a Nova Jerusalém? Relembremos o que o anjo
mostrou a João: “Ele me mostrou Jerusalém, a Cidade Santa, que descia do céu
e vinha de Deus”... A Nova Jerusalém descia do céu sobre a própria Terra.
Ou seja, o paraíso é aqui mesmo...
Foi isso que Cristo ensinou através do Evangelho de Tomé:
“003. Jesus disse: Se aqueles que vos guiam vos disserem: vê, o Reino
está no céu, então os pássaros vos precederão. Se vos disserem: ele está no
mar, então os peixes vos precederão. Mas o reino está dentro de vós e está fora
de vós. Se vos reconhecerdes, então sereis reconhecidos e sabereis que sois
filhos do Pai Vivo. Mas se vos não reconhecerdes, então estareis na pobreza,
sereis a pobreza.”
O Reino de Deus está dentro de cada um. A Nova Jerusalém precisa ser
construída dentro de cada um através da doação do bem de maior valor que cada
um possui: as suas verdades, os códigos
que usa para julgar o próximo.
Assim como o inferno é aqui, o paraíso também é aqui. Inferno e paraíso
não são lugares para onde o espírito irá depois das encarnações, mas um
elemento do interior de cada um: estados de espírito, uma forma como se
vivencia a vida carnal. Aquele que tem
seus olhos abertos e se julga capaz de distinguir o bem do mal vive o inferno;
aquele que coloca Deus antes de todas as coisas entregando, assim, o poder de
julgar a Ele, vive o céu.
O paraíso é aqui, mas ele só será achado quando vocês entregarem o
comando a Deus. Enquanto estiverem comendo o fruto da árvore proibida, ou seja,
acharem que possuem o poder de ser o
deus (aquele que pode julgar o bem e o mal das coisas) da sua e da vida dos
outros, viverão o inferno.
Aqui pode ser o céu e o inferno: depende apenas de como cada um vivencia
a sua existência carnal.
Vivam EM Deus, POR Deus e PARA Deus.
Fonte: http://espiritualismoespiritualista.blogspot.com.br
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