Quando
passamos a conhecer a verdadeira história da Umbanda, entendemos a relação que
existe entre ela e os demais cultos afro-brasileiros e também entre ela e os
rituais que, no começo do Século XX, ficaram conhecidos como “macumbas” devido
às práticas de “magia negra” a que se dedicavam.
O
conhecimento da verdade histórica nos mostra que, a contrário senso do que
sempre se acreditou, a Umbanda não nasceu das ditas crenças, mas em oposição a
elas. Nasceu com o objetivo de impedir a proliferação das crenças primitivas
que pregavam e praticavam atos de baixa “magia”.
Seu
direcionamento inicial, orientado para as camadas mais populares, levou à
errônea interpretação de que Umbanda seria uma síntese de toda aquela cultura
mística, o que acabou por favorecer a equivocada incorporação de práticas que
são totalmente estranhas à natureza e aos objetivos da Umbanda
O
fato de os mentores umbandistas adotarem elementos materiais como o tabaco, o
álcool, a pólvora, entre outros (todos com fundamentação científica) nos
trabalhos de atendimento permitiu que se levasse a cabo o insidioso raciocínio
de que “o que não é proibido é permitido” e, sob essa égide, durante um século
inteiro, vimos parte dos umbandistas assimilando e praticando ostensivamente as
mais desbaratadas pantomimas e tachando tudo aquilo de prática umbandista. Isso
nos valeu ao longo do tempo, o desprezo e o preconceito da sociedade em geral,
ao contrário do que acontece com o espiritismo que conquistou respeito pela
sobriedade de suas práticas.
Não
queremos e não vamos dizer que deva existir para a Umbanda uma preocupação com
o referendo e o respeito da sociedade, da mesma forma que não vamos jamais
defender que a Umbanda deva seguir os mesmos moldes do Espiritismo Kardecista.
A sociedade em geral é movida por hipocrisia e sabemos que muitos daqueles que
no discurso social criticam e ridicularizam a Umbanda, em segredo buscam a
ajuda bendita de Pretos Velhos e Caboclos. O Espiritismo, por sua vez é uma
religião séria, autêntica, que tem sua razão de existir, tanto quanto a Umbanda
o tem. Não nos confundimos com o Espiritismo, embora o respeitemos
profundamente e tenhamos os kardecistas na conta de companheiros de jornada.
O
que queremos dizer é que já soou a hora de os umbandistas despertarem para a
necessidade de a Umbanda ter um encontro com sua verdadeira identidade.
Já
passamos da hora de acabar com esse discurso de que Umbanda é uma religião mágica. Até quando as pessoas
irão acreditar em magia? Será que depois de todos os avanços, de todo o
progresso que a humanidade já experimentou tantos ainda continuarão a insistir
em viver na Idade Média?
É-nos
difícil entender o que leva pessoas adultas a acreditarem em velhas e
estagnadas fórmulas sacramentais, em feitiços e superstições, que mantêm as
consciências dos umbandistas num estágio de atraso e de primitivismo.
Está
passando da hora de os umbandistas perceberem que galinha com farofa fica muito
bem no almoço de domingo (desde que a galinha esteja cozida ou assada, é
claro), mas que nas encruzilhadas urbanas representam um espetáculo patético e
deprimente, simbolizando paralisia intelectual e moral e alimentando desprezo e
preconceito.
Até
quando tantos irão acreditar que os Exus, os legítimos Exus – guardiões
dedicados de nossos templos, verdadeiros guardiões de tantos de nós – se
comportam realmente como seres amorais, dispostos indistintamente a praticar o
bem ou o mal, de acordo com a boa paga que lhes seja dada? Ou que eles
realmente necessitem de elementos grosseiros oferecidos por nós, a fim de que
tenham condições de bem realizar o trabalho que lhes é confiado por Deus?
Até
quando se acreditará que nossos Caboclos – espíritos que já nos superaram há
muito em evolução espiritual – realmente se comprazam em “descer” nos terreiros
usando ridículas fantasias (cocares, saiotes, tornozeleiras de penas), além de
arcos e flechas de brinquedo, num espetáculo cômico que mais se assemelha a uma
escola de samba de cidade pequena?
Por
quanto tempo nossos queridos e sábios Pretos-Velhos ainda serão tidos na conta
de feiticeiros primitivos, praticando curandeirismo místico barato e ensinando
a confecção de patuás para solucionar magicamente situações mesquinhas do
dia-a-dia que podem e devem ser solucionadas com trabalho, inteligência e
coragem por nós mesmos em nossa senda de aprendizado e progresso?
Até
quando assistiremos a dantescas manifestações de animismo mal disciplinado
atribuindo às iluminadas entidades que se manifestam na roupagem de criança
(arquétipo da pureza), comportamentos de comédia pastelão, lambuzando médiuns e
assistência com guloseimas baratas esfregadas na pele, nos cabelos e nas
roupas, criando um clima de constrangimento gosmento onde deveria reinar
atmosfera de paz e esperança? Existe pureza dissociada de disciplina? Os que
assim agem realmente acreditam que espíritos superiores se comportem dessa
maneira?
Será
que os adeptos dessa umbandaria desvairada visualizam Aruanda como uma aldeia
primitiva em solo estéril, habitada por seres famintos de carne e sangue, de
guloseimas exóticas e de gosto questionável; sedentos de cachaça e fermentados
baratos, arregimentando comparsas encarnados com os quais barganham favores
frívolos em troca de agradinhos depositados na “encruza” à meia noite?
Se
assim for, saibam que ao invés de censurá-los, lamentamos por eles. Lamentamos
o fato de que tantos irmãos que certamente dispõem de ótimas condições para
trabalhar em parceria fraterna com entidades da mais elevada estirpe, podendo
ajudar a semear luz e caridade, tenham em algum ponto do caminho se deixado
enredar na teia de espíritos imundos, entidades de esgoto que os escravizaram e
os arrastaram a armadilhas de feitiçaria e a um mundo de ilusões místicas,
animado por sentimentos grosseiros de orgulho, vaidade, cupidez, inveja, ciúme,
ambição e, acima de tudo, mentiras, mentiras e mentiras...
Apesar
disso, os verdadeiros mentores de Umbanda aguardam pacientemente o despertar
desses irmãos. Sabem que um dia a luz da reflexão saneará o pântano de suas
consciências entorpecidas e, então, a razão lhes mostrará que não pode haver
convergência entre os ideais de bondade e caridade pregados pela Umbanda e a
imundície e o aroma pútrido que emana das tradicionais casinhas de Exu,
sustentadas com álcool, farinha e cadáveres; nem muito menos pode haver
coerência entre ordenação sacerdotal e a atmosfera lúgubre das camarinhas
rescendentes a soberba e sangue.
Um
dia esses irmãos compreenderão que a única magia existente no universo é a que
transforma o egoísmo em altruísmo, ócio em serviço fraterno, dor em
aprendizado, desespero em resignação, ansiedade em prece, medo em fé. É, enfim
a que transforma feras em anjos. Aprenderão igualmente que a iniciação a esse
conhecimento hermético se faz no templo da História, na camarinha do tempo, com
banhos de conhecimento e o amaci da verdade, sob a supervisão segura e
insuperável da Misericórdia e da Justiça Divinas. Isso é magia! Isso é Umbanda!
Todo o mais é despacho.
Mensagem
ditada por inspiração mediúnica pelo Senhor Tranca Rua das Almas.
muiitoo bom parabens
ResponderExcluirmto boa explicaçao e orientaçao
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