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sábado, 14 de janeiro de 2012

Em Defesa de Exu

     
         História Verídica

     Aqui há um tempo atrás, estava eu a tomar café, e encontro uma amiga (que por acaso é brasileira) que já não via há algum tempo.

     Cumprimentos e puxa palavra, quando toca o meu telefone. Espanto o dela, quando se apercebe da musica que tinha como toque. Que era nada mais nada menos, que um ponto de Exu gravado em mp3 (se não me engano começava assim: Laroiê, Exu é mojubá. Salve Exu Tiriri da Calunga).

         Conclusão: discussão aberta.

       Continuando, diz ela assim: - Ei, isso ai não é toque de macumba? Coisa de Exu?

      Eu - Isto é um ponto musicado de Exu. Por quê? Não Gosta?

          E responde-me ela com um ar irônico:

         - Credo, claro que não. Não me diga que você também é daqueles que andam nas encruzilhadas a acender velas?

        Bom, eu da maneira mais calma possível, tentei fazer ver a ela que as coisas não são bem assim, tentei explicar a ela o melhor que sei sobre Exu, pois as pessoas não nascem ensinadas, e ainda mais percebi que para ela, Exu é o demônio, o mal do mundo.

         E depois da minha explicação toda, do meu esforço todo para tentar fazer ver a ela que estava errada, responde-me ela assim: - Pronto. Já vi que você é um defensor de Exu!

     Quando ouvi aquelas palavras, fiquei um pouco sentido a olhar para ela, por uns momentos não me saia nada da boca. E aquelas palavras tocaram-me tão fundo, que pouco faltou para conter as lágrimas quando lhe respondi: - É isso mesmo. Sou defensor de Exu, sim!

     Ela olhou para mim, virou-me as costas e foi embora.

     Aquela conversa deixou-me a pensar horas e horas seguidas nos nossos queridos irmãos, e em como deve ser difícil e ingrato exercerem suas funções. Como deve ser difícil proteger os seres humanos, lutar pela sua evolução, sem ver seu trabalho reconhecido, e ainda por cima ser difamado, esconjurado, e acusado de todos os males do mundo.

     Por isso, dali em diante e até hoje, me sinto como "defensor de Exu". Porque se Exu nos defende no astral, temos nós a obrigação de o defender no material, da maneira que estiver ao nosso alcance.

     Laroyê Exu! Exu é Mojubá!

    Lisboa, 5 de Maio de 2011 © Paulo Lourenço “Ramiro de Kali”

     Segue aqui também um texto sobre Exu, que não é da minha autoria, mas que gosto muito, e acho bem explicativo.

     - Atuação dos Exus nos templos de Umbanda -

     "Dentre as funções de Exu, a mais ostensiva e direta sobre as almas, sem dúvida é o controle das ações do submundo.

     Essa função qualifica Exu como a polícia de choque do Astral, e os guardiões que executam essa tarefa plasmam corpos enormes e utilizam armas contundentes como espadas que, inibem os espíritos trevosos.

     O Exus Guardiões agem na guarda dos templos, selecionando as almas à serem admitidas no recinto do templo para doutrina, e agem também individualmente nos consulentes na manutenção da economia energética através da eliminação de bloqueios no kundalini, e na parte psicológica onde procuram orientar e dar cumprimento ao trabalho dos caboclos, pretos¬-velhos e crianças.

     E por meio de movimentações energéticas Exu ainda atua no inconsciente e subconsciente fazendo o aflorar e se personificar na pessoa, de modo que em diversos terreiros e em determinados casos, vemos pessoas que se contorcem, expondo seu inconsciente atulhado, e muitas ainda acham que estão incorporando um Exu.

     E por agir desse modo, em muitos terreiros médiuns acabam fazendo atrocidades, na ilusão de estarem possuídos por um Exu, quando na verdade estão se auto ¬mediunizando. Então, para esses deixamos como alerta: Exu não é brincadeira, e lidar com Exu exige muito cuidado , responsabilidade e conhecimento.
 
     Ainda assim, entendemos que esses processos anímicos são em alguns casos, uma válvula de escape para as pessoas, e muitos ainda vão aos terreiros para urrar, gritar, dançar e cantar, transformando o ritual numa festa profana. E haja bebida, e haja sensualismo...

     Infelizmente muitos médiuns ou pseudomédiuns ainda não se conscientizaram da importância da Umbanda. E é óbvio que existem entidades, as almas endurecidas no mal, que se passam por Exus quando têm oportunidades (e se diga de passagem: as oportunidades não são poucas), e instalam o caos nos templos ou terreiros gerando intrigas e estimulando a proliferação da baixa magia. Essas entidades também expõem formas deprimentes quando incorporam no médium, só que nesse caso (quando o médium incorpora um espírito do sub-mundo) o médium não está expondo seu inconsciente mas, está sendo veículo de seres horríveis (o que pode ser pior); Apesar que, de qualquer forma o seu complexo etéreo físico será avariado e sua integridade psíquica violada para a satisfação dos desejos do seu companheiro astral que fará o possível para envolve-¬lo em suas teias, portanto é difícil conseguir a reabilitação de um médium nesse estado.

     No momento dessa obsessão pacífica, a simbiose entre encarnado e desencarnado acaba consolidando a união, e nesse caso não existe obsessão, existe um acordo de pessoas com interesses em comum, e essas ligações kármicas podem durar diversas encarnações onde, a função de obsessor encarnado e obsessor desencarnado se altera entre as duas ou mais almas.

     Lembramos agora que, os vícios são as pontes que unem as almas frágeis. E que quando desencarnamos levamos conosco nossos vícios, e na dependência de nossos vínculos kármicos, não é raro que seres nos procurem oferendo trabalho em tarefas negras, as famigeradas macumbas, em troca da satisfação de nossos vícios.
 
     Mas aí, o verdadeiro Exu não pode auxiliar o médium e não vai intervir de forma direta nesses casos, até que o julgo da lei caia sobre as almas endividadas ,e Exu seja obrigado a agir de forma mais enérgica para cumprir a justiça... É triste, mas nosso livre arbítrio acaba nesse caso se tornando um entrave para nossa evolução. Porém, temos que aprender a caminhar sozinhos, nem que seja pelo peso da lei.

     Depois de tanta coisa que dissemos, percebemos que nós que somos cheios de imperfeições, quando olhamos o trabalho de Exu, sentimos como é difícil lidar com almas, com personalidades, como é triste quando um Exu vê um médium cair... um profundo pesar deve pairar na mente desses valorosos guardiões e de todas as entidades que militam na Umbanda ou em qualquer ramo espiritualista, de modo que só uma grande alma (mahatma) com um profundo senso de dever, pode impulsionar um trabalho tão digno e ao mesmo tempo tão ingrato pelo ponto de vista humano. É preciso ser muito especial para desempenhar essas nobres funções.

     E além de todo esse trabalho, no aspecto magístico e humano o Sr. Exu, como senhor do destino, ainda é o senhor do inconsciente e guardião dos arquivos referentes ao Dharma (ficha Kármica), tanto a nível pessoal, como os arquivos referentes a coletividade. ( descida ao reino natural ). E tendo acesso a esses arquivos, Exu executa a Lei e em alguns casos, quando nos faculte algum merecimento, Exu pode intervir em nosso auxilio.

     Mas nossas teias kármicas são densas e devemos lembrar que em nossas passagens terrenas (encarnações) nos relacionamos com inúmeras pessoas, direta ou indiretamente, e nos atamos a cadeias kármicas de difícil dissolução, e as vezes só a misericórdia divina pode nos dar aporte para nos libertarmos, e para que isso ocorra é imprescindível que tenhamos algum merecimento, e para termos algum merecimento precisamos nos conscientizar de novas fraquezas e falhas e agirmos já, em prol de nossa reforma íntima que se refletirá em nossos pensamentos, desejos, e ações, proporcionando horizontes mais claros para nossa vida.

     Os Exus dizem com propriedade, que as humanas criaturas são imprevisíveis e volúveis, e esses comportamentos infelizes trazem conseqüências desastrosas para nós, pois, costumamos encarnar com uma quantidade "x" de problemas a resolver e desencarnamos com uma quantidade de x+y+... , ou seja, além de não resolvermos nossas pendências, ainda arrumamos mais débitos na nossa ficha kármica.

     Por essa razão é que ainda estamos entrevados na matéria densa, enquanto que outros espíritos, nossas antigos companheiros de jornada, já vislumbram oitavas superiores em planos mais sutis com missões mais nobres. E até quando permaneceremos na completa inércia ? Isso só nós é que podemos decidir, mas nos apressemos, pois, muito tempo já se passou, muitos de nossos irmãos já se libertaram e nada nesse mundo é para sempre...

     Então, também vimos que digerir e interagir em nossos processos mentais confusos também é tarefa de Exu, e isso enriquece nossa idéia da grandiosidade dessa classe de espíritos batalhadores.

     Me desculpe o leitor pelo excesso de informações mas, tenho que dizer mais:

     Não se limitando aos aspectos insólidos, Exu também é responsável pela manipulação da energia vital, utilizada na preparação dos corpos para encarnar e reciclada na desencarnação. Esse aspecto de Exu é próprio de sua função como senhor da energia e, permite que seres do submundo astral não se apoderem desse poder pois, nada é pior do que o poder em mãos erradas, as conseqüências seriam desastrosas, mas a divindade não há de permitir que isso ocorra e Exu nos protegerá de nós mesmos por misericórdia divina, até o ponto em que o karma coletivo esteja tão denso e pesado que só um hecatombe, uma exterminação em massa, possa lavar nossas almas; E não queremos que isso ocorra então trabalhemos na construção de um mundo melhor, com mais harmonia e justiça social. Isso não é impossível, é só sairmos da inércia, quebrarmos nossas cascas, lutarmos e proclamarmos a boa nova dos novos tempos que estão chegando. Façamos da virada do terceiro milénio um marco para o começo de um mundo melhor pois, o futuro depende do que fizermos agora, e já é hora de mudarmos.

     E a fórmula para nosso sucesso é simples, é só nos espelharmos nos nossos guias espirituais e procurarmos gradativamente sermos mais humildes, simples e verdadeiros, pois só assim um dia poderemos estar ao lado desses nossos velhos companheiros e mestres que hoje se identificam como caboclos, pretos¬-velhos e crianças, e porque não como guardiões de Umbanda, nossos ancestrais (Agbá)."


     Texto retirado do Livro:

     «Umbanda - Uma Religião Autenticamente Brasileira» - Eduardo Parra

Um comentário:

  1. Muito dificil tentar explicar e fazê-los entender o trabalho de Exu...Em algumas ocasiões,qdo vejo q tem abertura, eu falo...
    A primeira vez q tive contato com o Exu de um centro q frequentei, Ele me fez um pedido:
    - Posso fazer um pedido ? E, eu respondi:
    - Se eu puder ajudar, sim (mas confesso, tava com medo)E , Ele me disse:
    - Como vce ora bastante, peço q ore qdo passar pelas igrejas (qquer), pois lá tão muitos desencarnados p/ serem socorridos e assim iremos lá, resgatá-los...foi mais ou menos assim o pedido (já faz algum tempo, não me lembro bem as palavras).
    E... e fiz, por muito tempo.
    Achei muito bonito o trabalho Deles. E, depois conheci o meu Guardião Amigo (Ele não gosta q fale o nome Dele, prefere q O chame assim).
    Laroiê Exu !

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Não haveria luz se não fosse a escuridão...

“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

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O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.