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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Trabalho de Exu



Estou num canto do terreiro observando os trabalhos. Os médiuns já estão em posição, velas foram firmadas, todos já bateram cabeça. Os pontos invadem o salão.

Na assistência pessoas que frequentam a casa com assiduidade e outras que pisam pela primeira vez. Sinto que algumas estão visivelmente emocionadas, seus protetores estão ali. Outras estão suando frio, passam mal, estão agoniadas, afoitas para saírem dali.

Espíritos trevosos estão atuando sobre elas, querem sair dali o mais breve possível, pois temem serem descobertos. Certamente serão afastados e não poderão perturbar aquelas pessoas.

A Mãe de Santo vibra com intensidade, na corrente um médium balança a cabeça, parece que vai cair. Percebo que seu caboclo está por perto.

O médium ainda é novo, não está totalmente integrado com seu guia, mas com paciência e amor, em breve estará incorporando seu caboclo.

Na corrente, muitos estão incorporados.

O caboclo chefe, toma a Mãe de Santo, com faz há décadas e brados de guerra são ouvidos.

Na medida em que os irmãos da mata chegam, trazem forte energia para todos. Unidos numa só força, eles, através dos passes, retiram da assistência os eguns e kiumbas, limpam as pessoas estão perturbadas, e transmitem força e esperança.

As pessoas que antes choravam, agora sorriem aliviadas. Dores são aplacadas. Vejo que muitas daquelas pessoas em breve, estarão também recebendo os seus guias.

Embora esteja acostumado a ver essas cenas, sempre me emociono.

Daqui do meu canto, serenamente acompanho os trabalhos.

Repentinamente uma jovem da assistência, põe-se a vociferar. Sua voz antes melodiosa e serena, torna-se grave e arrogante. Ela tenta agredir os fiscais da casa, que habilmente a conduzem para dentro do terreiro.

Sem dúvida o kiumba que a acompanha é muito perigoso. Os caboclos estão alertas, nem bem cruza a porteira, o kiumba grita, xinga, tenta machucar a pobre moça, diante da mãe desesperada que se encontra na assistência.

Os caboclos abrem a roda, os atabaques soam mais alto. O caboclo chefe se adianta sobre ele, forte energia circula sobre o corpo da jovem moça. O caboclo não quer que ela se machuque, ele vibra sua maracá e o caboclo da menina pela primeira vez aproxima-se da filha com força.

Chegou minha hora, me aproximo calmamente. O kiumba evita meu olhar, se desespera. Sorrio e caminho em sua direção, preparo minhas armas. Ele grita, esbraveja.

O caboclo pede meu apoio. Não me faço de rogado, para desespero do kiumba, de um salto estou com minha espada em sua garganta.

Domino-o com facilidade. Chamo outros que o amarram e o levam para seu devido lugar. Outros kiumbas menores que o acompanhavam, também são capturados e receberão seus “castigos”.

A moça acorda leve e feliz. Os caboclos terminam o descarrego, agradecem meu auxílio.

Eu volto para o meu canto, ali na cafua observo o fim dos trabalhos.

Minhas velas, meus charutos, meu marafo estão firmados.

Os trabalhos terminam, todos se vão felizes.

E eu, na porteira, estou de sentinela...

Laroyê!!!


Fonte TEPJAB

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Não haveria luz se não fosse a escuridão...

“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

Liga da Justiça Umbandista
O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.