Hoje
é dia dos Finados… e novamente os cemitérios estarão cheios de pessoas visitando
os seus entes queridos que já partiram desse mundo. Mas a grande maioria das
famílias já esqueceram de seus antepassados e já não encontram motivos para se
deslocarem até a calunga pequena, afinal ELES não estão lá! não é mesmo?…
apenas seus restos mortais ficaram… Um pensamento meu de amor, vale muito mais
que ir ao cemitério!... e por aí vai… desculpas e mais desculpas para
justificar a falta da dor, que agora é suportável...
Mas
a coisa não é tão simples como imaginamos!
Outubro
de 2009, mais precisamente na última gira do mês, tivemos a visita do Sr. Exu
Caveira que nos disse:
-
Quantos de vocês irão visitar a calunga na próxima semana? (apenas duas pessoas
sinalizaram com a mão)
-
Todos vocês deverão ir…. porque EU assim determino!…. e levarão sete rosas
vermelhas cada um, e irão depositar nas sete mais pobres das lápides que
encontrarem.
E
seguindo as ordens do Mestre da Calunga, no dia de Finados fomos ao cemitério e
depositamos as rosas em túmulos que aparentavam estar abandonados.
Quando
estávamos voltando para casa minha esposa comentou que sentia uma alegria
inexplicável. Na mesma semana, tivemos a gira de direita, e um irmão anônimo
falou:
-
Vim aqui apenas para agradecer! Todos os anos no dia de Finados, é permitido
que Eu entre outros, visitem nossa última morada na esperança de rever aqueles
que nos foram caros. Muitos de nós são agraciados com esse momento de saudade e
alegria, mas a grande maioria não consegue rever aqueles que amaram. Porque
nesse dia? perguntarão vocês!…. não sei explicar o motivo, só sei que nesse dia
lá na calunga, Deus permite que nossos olhos possam ver além do que podem ver.
Todos os anos eu vou a esse encontro, confesso que não tive a felicidade de
rever minha família, mas não fico triste, pois com certeza superaram a minha
falta e estão bem. Como disse, hoje vim apenas agradecer, porque dessa vez fui
às lágrimas quando vi que em meio ao mato que encobre minha lápide, havia uma
rosa vermelha. Seu brilho podia ser notado a distância e o perfume que dela
exalava contagiava a todos que se aproximavam. Muitos como eu, nesse dia não
puderam rever seus pares, mas fomos abençoados pela magia daquela rosa enviada
por Oxalá.
Saravá meus Irmãos!
Laroiê Sr. Exu Caveira
Fonte: https://atabaque26.wordpress.com/
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