A Umbanda, religião brasileira, é uma mistura de vários outros cultos
como o catolicismo, espiritismo, o culto aos Orixás e às religiões ameríndias,
além do catimbó. Contudo, há de ressaltar que suas bases estão solidificadas no
Evangelho de Jesus. Portanto, seus objetivos estão voltado para a caridade
material e espiritual. Trabalha com Espíritos em diferentes faixas vibratórias
e tem seus fundamentos em Mantras cantados e riscados.
Um ponto de discordância para muitos, é a enigmática figura de Zé
Pelintra, que iremos analisar criteriosamente. Em muitos terreiros de Umbanda,
ele é impedido de trabalhar, sobretudo nos esotéricos, que o chamam de espírito
atrasado. O mesmo, dizem alguns em relação à Maria Padilha, aos Boiadeiros e
Marinheiros. Tudo isso é fruto de ignorância daqueles que não os respeitam e
não os conhecem, pois devemos lembrar que nossa religião é um entrada aberta
para todos os que nela queiram praticar a caridade. Nõ nos cabe
julgar ninguém, já que temos uma enorme trave em nossos olhos. O respeito ao
ser humano, reencarnado ou desencarnado, é a base fundamental para o nosso
progresso como espíritos em aprendizado constante.
O Zé que conhecemos, foi introduzido na Umbanda a partir do catimbó, culto
praticado no Nordeste brasileiro, que se apóia bastante na religião católica,
apesar de guardar um pouco das praticas pagãs, vindas da bruxaria européia. Ela
pode se parecer um pouco com a Umbanda, mas, tem um pouco com o Candomblé. A
semelhança com a Umbanda é devido ao trabalho com entidades incorporadas.
Entretanto, os Mestres do Catimbó possuem uma teatralidade de incorporação
muito típica e discreta que está longe do "trabalho de palco"
umbandista. Neste cenário, Zé Pelintra é um dos mestres desse culto. Poucos
sabem, mas o mesmo teve vida na Terra. Nascido em Pernambuco, José Gomes da
Silva, como era chamado, ainda jovem foi viver no Rio de Janeiro, onde
frequentava a boemia do central bairro da Lapa.
Fez amigos entre a malandragem e bandidagem da época, sendo querido por
todos. Perito em jogos de azar (baralho e dados) ganhava de todos os que
ousassem desafiá-lo. Exímio no manejo de armas brancas, sempre estava pronto a
defender os injustiçados, coisa que ainda faz, hoje em dia, só espiritualmente.
Assim, Zé Pelintra formou uma bela falange de malandros de luz, que vem
ajudar aqueles que necessitam. Eles são as entidades amigas e de muito
respeito, sendo assim, não aceitamos que pessoas que não respeitam a religião
digam que estão incorporadas com seu Zé ou qualquer outro malandro, e façam uso
de maconha ou tóxicos. As entidades usam cigarros e charutos, pois a fumaça
funciona como defumador astral e não visa. Entre os membros de sua falange, há:
Seu Chico Pelintra, Cibamba, Zé da Virada, Zé Camisa Preta, Zé Mineiro, Zé
Camisa Vermelha, Zé Camisa Listrada, Malandrinho,
Zé da Mata. Malandro da Baixa do Sapateiro, Malandro da Lapa, Malandro do
Pelourinho, Malandro da Praia, Malandro da Zona Portuária, entre outros.
Os malandros vêm na Linha de Exu, mas não são Exus! Aderiram à Linha das
Almas da Umbanda. São Guias luzeiros que são frequentemente encontrados em
giras de Exu devido à afinidade com o sub-mundo e também por não haver
comumente nos terreiros uma gira a eles dedicado. Zé Pelintra é considerado o
"advogado dos pobres" Possui conhecimentos para curas de males
físicos e espirituais. Devido a sua extrema simpatia é adorado quando baixa nos
terreiros, canalizando para si a atenção de todos.
Tornou-se chefe da Linha dos Malandros, que compreende espíritos que
tiveram vida nos morros cariocas, na boemia da Lapa, nos subúrbios cariocas,
baianos e recifenses. Trata-se de um coringa, tanto incorporando na direita
como na esquerda. Isto é, Seu Zé pode baixar em qualquer gira, tanto de Exu,
como de Preto Velho, Mineiro, Baiano, boiadeiro, marinheiro e caboclo.
Há casos de trançamento, ou cruzamento com esses também, como por
exemplo, Zé Baiano, Zé Boiadeiro, entre outros.
São entidades de Luz, carismáticas, e chegam nos terreiros de Umbanda, com
seu samba ou capoeira no pé, seu cigarro na boca, chapéu de panamá de lado, com
toda a ginga de um malandro. Ao contrário dos Exus que estão nas encruzilhadas,
encontramos os malandros em bares, subidas de morros, festas, esquinas e muito
mais. Suas cores são vermelho e branco, ou branco e preto. Pra oferendas são
recomendados camarões, carne seca com farofa, e outros petiscos servidos em
bares. A bebida é a cerveja branca bem gelada. Salve a malandragem! Saravá Seu
Zé Pelintra!
Autor: André
Luiz P. Nunes
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