PERGUNTA: - Podeis nos explicar de que modo os espíritos das trevas
conseguem satisfazer os seus desejos viciosos ou renovar suas sensações carnais
obsidiando os encarnados?
RAMATÍS: - Os espíritos
malfeitores, desencarnados, devido a lhes faltar o corpo físico, vivem sempre
acicatados pelos desejos inferiores da matéria, os quais não podem ser saciados
no mundo astral. Então procuram saciar-se de seus vícios e desregramentos
buscando apoderar-se de criaturas desprotegidas, a fim de transformarem-nas em
verdadeiras "pontes vivas" e assim conseguirem o meio de se fartar
nos seus desejos mórbidos e desregrados. Através de processos e ciladas
diabólicas, eles esgotam a vitalidade das infelizes criaturas que
imprudentemente lhes caem sob o jugo satânico.
São almas tenazes em
seus objetivos torpes, que se debruçam incessantemente sobre o mundo da carne à
procura de vítimas passivas e desleixadas, nas quais se apóiam para realizar os
seus intentos malfazejos e usufruírem a volúpia das paixões pervertidas. A
energia do mundo astral é vigoroso multiplicador da freqüência vibratória do
perispírito liberto da carne; por isso, enquanto as almas elevadas centuplicam
suas emoções dignas e mais se elevam aos planos angélicos, os espíritos
inferiores sentem os seus desejos torpes ainda mais superexcitados pois, devido
à lei vibratória de que os "semelhantes atraem os semelhantes", suas
paixões também recrudescem em contato com as energias sensuais detestáveis.
Sentindo-se exacerbados
em suas emoções degradantes, e impotentes para usufruírem as sensações que lhes
eram os únicos prazeres na carne, os espíritos desregrados vêem-se obrigados a
sintonizar o seu perispírito com o perispírito dos encarnados que porventura
vibrem docilmente às suas sugestões e desejos viciosos. Através dessa simbiose
subversiva, conseguem captar as sensações pervertidas dos encarnados, e então
os corpos carnais dos terrícolas se transformam em condensadores vivos, que
atendem à consumação dos desejos dos obsessores.
Os pilotos das grandes
aeronaves sabem que a harmonia do seu vôo depende fundamentalmente da
sincronização de todos os motores num só diapasão de velocidade; sob a mesma
lei, duas locomotivas que operem conjugadas, em exaustiva subida, também hão de
lograr sucesso tanto quanto seja a perfeição do ajuste sincrônico das forças
empregadas por ambas. Essa lei de correspondência vibratória e equilíbrio
energético ainda age com mais sutilidade nas relações entre o mundo astral e o
físico, facilitando que os espíritos viciados se conjuguem sincronicamente aos
perispíritos dos encarnados, a fim de praticarem suas torpezas e saciarem seus
apetites inferiores.
PERGUNTA: - Qual a significação mais exata dessa denominação de
"repastos vivos" que já tendes dado por vezes àqueles que são vítimas
dos espíritos maldosos do astral inferior?
RAMATÍS: - Desde que a idéia de
"repasto vivo" lembra refeição, é indubitável que estamos nos
referindo às tristes condições de muitos encarnados que imprudentemente se
transformam em verdadeiras refeições vivas para os desencarnados insaciáveis de
sensações devassas e que, além de lhes exaurirem todas as energias vitais,
enfraquecem-lhes a vontade e os tornam cada vez mais viciados aos desejos
torpes do Além. Aqueles que não se decidem a modificar sua conduta desregrada
na vida humana não tardam em se transformar na abjeta condição de
prolongamentos vivos da mórbida vontade dos espíritos pervertidos. Depois de
perderem o controle de si mesmos e apresentarem estranhas enfermidades que
provocam diagnósticos sentenciosos da medicina terrena, passam a viver
excitados e aflitos, incessantemente acionados pelos seus "donos" do
Além, que chegam a evitar-lhes qualquer aproximação amiga ou ensejo redentor.
É de regra e técnica
muito comum, entre os obsessores sabidos, do astral, cercarem os seus
"repastos vivos" de cuidados especiais a fim de que se afastem de
pessoas, ambientes, leituras, doutrinas, palestras ou filmes educativos que
possam lhes despertar a consciência adormecida na hipnose maquiavélica e
mostrar-lhes a sua escravidão ao vício. O processo sutilíssimo, que os
espíritos das sombras desenvolvem felinamente em torno de suas vítimas, é muito
difícil de ser percebido por aqueles que lhes caíram nas malhas sedutoras.
PERGUNTA: - Poderíeis nos esclarecer melhor, a esse respeito?
RAMATÍS: - No estado em que se
encontra atualmente a civilização terrena, ainda são raras as criaturas que não
possuem qualquer válvula capaz de abrir-lhes a intimidade do espírito à
infiltração dos malfeitores do astral inferior. Variam as debilidades humanas
de conformidade com as criaturas e suas realizações; os homens Íntegros em seus
negócios e labores cotidianos podem ser vulneráveis à cólera ou à irritação;
aqueles que são pacíficos e acomodados podem se desgastar pelo ciúme, sofrerem
pelo amor-próprio ferido ou se intoxicarem pelas ingratidões; alguns, quando
frustrados nos, seus ideais ou vítimas das discussões domésticas ou das
decepções amorosas, buscam no álcool a sua compensação doentia, enquanto
outros, radiantes de júbilo pela vida fácil, vivem corroídos pelo remorso da
fortuna desonesta. Mesmo as criaturas mais sensatas e mais justas muitas vezes
só podem ajustar as suas idéias e acalmar seus nervos ou impaciência devorando
dezenas de cigarros e formulando assim inconsciente convite a algum outro
viciado sem corpo, do Além.
Não podemos enumerar
toda a série de contradições, vícios, frustrações, defeitos ou emoções
descontroladas que podem servir de motivos básicos ou de válvulas emotivas que
auxiliam o êxito das operações obsessoras empreendidas pelos espíritos das
trevas, graças à invigilância dos encarnados.
Os desencarnados que
ardem em desejos pelo álcool não perdem o seu tempo, operando sobre o encarnado
que é abstêmio alcoólico, por saberem que perderão os seus esforços e não
conseguirão levá-lo ao alcoolismo. Preferem, pois, encontrar criaturas afeitas
ao álcool ou já debilitadas por outras paixões perigosas, a fim de levá-las ao
desregramento por caminhos indiretos. Da mesma forma procedem os espíritos que
eram fumantes inveterados e que se alucinam no Espaço pela falta do cigarro.
Fonte:
A Vida Além da Sepultura - Editora do Conhecimento
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