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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Kimbanda e Quimbanda

KIMBANDA 
e 
 QUIMBANDA

Kimbanda significa algo como “cu­ran­deiro” em kimbundu, um idioma bantu falado em Angola.
O kim­banda é uma espécie de xamã africano.
O ofício do kimbanda é chamado de “umban­da”... Todos já ouvimos essa palavra por aqui.
Quimbanda é um culto afro-brasileiro com forte influência bantu e muito influ­enciado pela magia negra européia.
Kimbanda e Quim­banda se confun­dem, mas são cultos distintos e com objetivos dife­rentes.
O kimbandeiro é um membro ativo de sua comunidade,
um doutor dos po­bres e intérprete dos espíritos da Natureza.
Ético, ele sempre trabalha para o bem, a paz e a har­monia.
O quimbandeiro é um feiticeiro.
Nor­mal­mente vive afastado, não se envolve social­mente.
Na África, o kimbandeiro faz a ponte en­tre os Makungu (ancestrais divini­zados), os Minkizes (espíritos sagrados da Natureza) e os seres humanos. Ele entra em transe profundo, incorpora os seres invisíveis que consultam os necessitados e os aconselham na resolução dos proble­mas. Os espíritos no corpo do kimbanda falam, fumam e bebem.
Como autêntico xamã, ele sabe que a mata é um ser vivo que respira, come e sen­te.
Ela é densamente habitada por diversos tipos de entidades, que trans­mitem seu conhecimento aos sacerdotes eleitos.
Alguns destes seres se parecem a “duendes”.
Eles tem uma perna só, um olhos só ou falta algum braço.
Moram dentro da mata e podem cruzar o caminho de algum caçador.
Um Ponto Cantado para os exus na Umbanda, diz:

“Eu fui no mato,
oh ganga!
Cortar cipó,
oh ganga!
Eu vi um bicho,
oh ganga!
De um olho só,
oh ganga!”

Ganga vem de Nganga, um dos no­mes pelo qual o kim­banda é conhecido.

Nosso querido Saci Pererê é um de­les.
Ele usa o filá (gor­ro) vermelho dos kim­­bandas, o ca­chim­bo dos pretos velhos e o tabaco dos caboclos!
O quimbandeiro centra seu trabalho na figura de Exu, que é um Orixá yoruba e não um Nkizi bantu.
A entidade que se assemelha a Exu entre os bantu é chamada de
Aluvaiá, Nkuvu-Unana, Jini, Chiruwi, Mangabagabana e Kitunusi dependendo do dialeto e da região.
Aluvaiá pode ser “homem” ou “mu­lher” e sua energia permeia tudo e todas as coisas.
Ele se adapta muito bem à noção umbandista de exu (entidade masculina) e pomba gira (entidade masculina).
O quimbandeiro também invoca e incorpora as entidades associadas ao culto do magnífico Orixá Exu, os exus e pombas giras.
Pode haver sincretismo com nomes como Lúcifer, Asmodeus, Behemoth, Bel­zebu e Astaroth da Cultura Européia.
A visão das entidades também pode mudar... O kimbandeiro invoca as almas dos antigos
Tatas (pais espirituais ou sa­cerdotes curandeiros) e Yayas (mães espi­rituais ou sacerdotisas curandeiras).
Estas almas transcenderam o limite da mate­rialidade e da ignorância.
Elas possuem bondade, conhecimento e luminosidade.
Algumas não precisam mais encarnar, pois, já evoluíram o suficiente neste mundo.
O quimbandeiro invoca almas de entidades que em vida foram feiticeiros, malandros, mercadores, homens ou mu­lheres comuns, etc...
Na África o sangue é um elemento sacrificial.
O kimbandeiro oferece um ani­mal a uma entidade, prepara a carne e entrega a primeira porção ao espírito.
O resto do animal, que se tornou agora ali­mento, é compartilhado com a comuni­dade se isto acontece em data festiva.
O quimbandeiro, não está interessado em “sacrificar” (tornar sagrado), ele está preocupado com os poderes mágicos do sangue, vísceras e couro do animal. Por­tanto, teologicamente falando, ele não sacrifica.
As imagens utilizadas no culto do kim­bandeiro são feitas de pedra, madeira e barro.
Os artesãos procuram modelar as entidades da Natureza de forma natural e simples.
A imagem é consagrada cerimo­nial­mente e uma porção do espírito da entidade passa a habitar a efígie.
Na Quimbanda, na maioria das vezes, são utilizadas imagens de gesso que re­presentam os espíritos aliados.
Comu­mente estas imagens tem aspecto aver­melhado, podendo ter chifres ou não.
O kimbandeiro é um agente social.
Ele depende da comunidade e a comu­nidade depende dele.
Quando aceita um pagamento para seu trabalho, ele retira do mesmo a sua sustentabilidade.
Todo mundo sabe e pactua com isso.
Não existe abuso.
Trocas de mercadorias e favores podem substituir o dinheiro como paga­mento.
As pessoas empobrecidas são aten­didas sem nada precisar dar em troca.
As vestes do xamã bantu são normais e naturais.
Quando está trabalhando usa filá, guias de sementes, cinturão com amuletos e roupas sóbrias.
Três são os pilares do kimbandeiro: amor, honra e caridade.
O universo da Kimbanda é composto por tês mundos que se interpenetram:
O mundo celeste onde moram os espíritos celestiais e originais (alguns Minkizis e ancestrais divinizados), o mundo natural habitado pelos homens e pelos espíritos da natureza (elementais) e o mundo sub­terrâneo da morte e dos ancestrais.
O médium na Kimbanda é um canal entre os espíritos e os que precisam dos espíritos.
Ele é um instrumento mágico, um servidor da humanidade que pratica um transe profundo, pois, somente ador­mecendo o ego o divino pode fluir.
Os espíritos utilizam o médium com gentileza e cuidado, sem esgotar suas reservas de energia psíquica.
A Umbanda, certamente, bebeu das águas tradicionais da Kimbanda.
Os negros bantus trouxeram sua herança espiritual, legítima, luminosa, ecológica e antiqüís­sima. 
Oramos para que as antigas almas dos Tatas e Yayas nos ajudem a separar o trigo do joio.
Nzambi primeiro!
Nsala Malekun!


Por Edmundo Pellizari (ras adeagbo)
Fonte: http://aalmadascoisas-annapon.blogspot.com/

2 comentários:

  1. recebo uma entidade chamada pantera negra,vc conhece?caso sim,me ajude a entender um pouco mais sobre ela e sua legião,pois é rara e muitos nem a conhecem,no início fiquei meio assustada....tenho ela, o exu pantera e o caboclo da pantera,isso é normal...????se alguém no site tb souber e puder me ajudar,agradeço ,pois não acho nada sobre ela,o que acho na net é o que ja sei, muitos dizem que ela é da quimbanda isso é verdade? Até hj não estou bem esclarecida sobre quimbanda,pois me dizem que quimbanda seria como magia negra só pq ela faz seus trabalhos em caldeirão na mata.meu email:mylasouzarj@hotmail.com obrigada.

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  2. Irmã Myla...estou a disposição para conversarmos sobre o assunto. Meu MSN: denislsantana@live.com e meu e-mail: denislsantana@gmail.com. Muita Paz e Luz em Seu Caminho e que Deus te abençoe!

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“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

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O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.