Hoje vamos bater um
papo rápido sobre os Exus, em sua linha de trabalho.
Algo que todos
sabemos é o cumprimento típico para Exu: Laroiê Exu. Exu Modjuba (se lê
Mojubá).
Aqui já vem a
primeira dúvida: eu sei que devo cumprimentar Exu, Pomba-Gira e Exu Mirim desta
forma, mas afinal de contas, o que quer dizer isso tudo?
Na verdade são termos
em Yorubá e não temos como traduzi-los para o português em uma única palavra
certeira. Então podemos traduzir desta forma:
Laroiê: olhe por mim,
me guarde, me proteja, vamos trabalhar etc.
Já Modjubá quer
dizer: você é grande ou eu me curvo a você.
E quem são essas
entidades? São atrasados na escala evolutiva? Por que bebem e fumam quando
estão incorporados nos médiuns?
Os Exus (e deste
ponto em diante vou utilizar a palavra Exu para me referir a Exu, Pomba-Gira e
Exu Mirim através de um único termo, apenas para evitar repetições) são
guardiões, são trabalhadores da Luz nas trevas, pois eles são portadores de
mistérios que os permitem entrar e sair nos níveis mais densos da negatividade,
sem que sofram danos em seu corpo astral. Eles não são demônios como certas
igrejas tentam rotulá-los. Tanto que Exu fala naturalmente sobre Jesus e Deus
(embora isto deixe perplexas algumas pessoas), mas entenda que eles trabalham
para a Luz e só podem estar trabalhando na Umbanda porque têm a permissão de
Deus para tal.
Quando temos nossas
quedas na escala evolutiva e somos absorvidos pelas trevas (tudo de acordo com
nosso merecimento ou necessidade), são eles os responsáveis em nos preparar
para voltarmos à evolução, nos preparar para reconhecermos nossos erros, falhas
e vícios humanos – motivos de nossa queda astral, ou seja, em outras palavras,
são eles os responsáveis no resgate e reequilíbrio mental de espíritos caídos.
Exu também já caiu em
sua escala evolutiva e usa seus próprios erros e sofrimento para nos ajudar a
não termos o mesmo destino que tiveram. Por isso eles são tão próximos a nós
encarnados e tentam nos aconselhar e abrir nossos olhos, pois ninguém consegue
evoluir sem conhecer o erro ou sofrimento na carne.
Exu lida diretamente
com nosso ego, com a vaidade, com tudo aquilo que está de mais em nós. Ele não
incita o mal ou a violência, ele não é a inversão do que é bom, mas sim
desafiador nato de quem está com valores invertidos, pois isso precisa ser
tratado em cada um de nós, se queremos ascender a mundos mais evoluídos,
espiritualmente falando.
E se eu não oferendar
a Exu? Ele me castigará mesmo? Irá atrapalhar os trabalhos de minha Casa?
De forma alguma. Se
Exu é um Guardião da Luz, como ele iria se portar contra a Lei Maior,
atrapalhando um trabalho que está sendo exercido por obreiros da Luz Maior?
É óbvio que Exu nunca
faria isso. Mas para que Exu possa trabalhar em sua plenitude e guardar os
trabalhos, nós precisamos ofertar elementos magísticos para que ele possa
utilizar em nossa proteção. Aqui estamos falando da água, da farinha de
mandioca, das frutas, da pinga, da vela etc (Dependendo da Doutrina da Casa).
Todos estes itens têm sua importância magística e será utilizada por eles para
a guarda dos trabalhos.
Então já deixamos
outro mito de lado: o padê na Umbanda não é para “alimentar” Exu (dar de
comer), mas sim ofertar a ele elementos que possam ser utilizados para a nossa
proteção. Isto é sinal de respeito a Exu e uma demonstração que você não está
de braços cruzados, esperando que ele faça tudo, mas sim está juntando suas
forças às dele afim de um bem comum.
Exu age sempre e
somente dentro dos limites da Lei Maior, ou seja, Exu não prejudica nenhum
encarnado, a menos que a Lei o ordene e mesmo quando isto é feito, por pior que
possa parecer, é algo que aquela pessoa precisa para se recuperar e voltar à
evolução. “Exu não castiga um inocente,
mas não perdoa um culpado” – trecho do livro O Guardião da Meia Noite, de
Rubens Saraceni (Editora Madras).
Nas Giras de Falanges
da Direita, é Exu quem protege e guarda a gira, faz a segurança astral contra
negatividade, kiumbas e obsessores.
Quando incorporados
em seus médiuns, Exu podem fazer uso de cerveja, pinga, whisky, charuto,
cigarro, cigarrilha, espumante, entre tantos outros elementos. Não o fazem por
uma necessidade espiritual, isto é óbvio, pois são mais evoluídos do que nós
encarnados. Fazem com a intenção de manipular estes elementos de poder e
magísticos (álcool e fumaça das ervas, por exemplo) para ajudar a quem estão
atendendo, seja para quebra de energias negativas mais densas (descarrego) ou
qualquer outra função específica em cada caso.
Aqui vale um alerta
sobre as Pomba-Giras quando incorporadas em seus médiuns. Elas podem ser
sensuais, mas nunca vulgares. Atenção!
Saravá às entidades
que militam na corrente da Esquerda umbandista! Obrigado por toda proteção e
amparo em nossa caminhada e em nossas Casas de Trabalho. Que vocês estejam
sempre a nos proteger contra as investidas da negatividade e nos alertar quanto
as nossas falhas.
Laroiê Exu. Exu
Modjuba!
Fonte http://www.umbandaempalavras.com.br/
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