Existe uma
intensa atividade permeando o universo físico e o espiritual. Forças e energias
espirituais influenciam a vida dos encarnados, muitas vezes de forma negativa,
provocando comportamentos e atitudes negativas, criando uma atmosfera densa de
ódio e desespero. Esses espíritos ligados aos vivos e distantes da grande Luz
Divina, vivem só para isso. Estamos falando dos obsessores.
Obsessão:
substantivo feminino. 1 – Diacronismo: antigo. 2 – Suposta apresentação
repetida do demônio ao espírito. 3 – Apego exagerado a um sentimento ou a uma
idéia desarrazoada. 4 – Ação de molestar com pedidos insistentes;
impertinência, perseguição, vexação.
Se
pudéssemos enxergar o mundo espiritual como vemos o universo físico,
perceberíamos um grande número de espíritos passando por nós a todo
instante : em nossas casas, no trabalho e nas mais diversas
atividades, tanto interagindo como atuando junto ao mundo dos encarnados.
Na Terra,
existe um sem-número de forças espirituais, e nem todas com “boas intenções”.
Na verdade – segundo a literatura espírita obtida até os dias atuais por meio
de psicografias, mensagens e contatos mediúnicos – o plano de evolução
espiritual em que se encontra nosso planeta o leva a ser um local de expiação,
no qual se concentra um grande número de espíritos vibrando nas baixas
freqüências.
Esses
espíritos vivem imersos em correntes energéticas e emocionais de ódio, raiva,
egoísmo, amor não-correspondido, entre outras emoções, e estão de tal forma
presos ao plano físico que muitos acreditam ainda estar em seus corpos carnais.
Assim, vivem próximos das pessoas com as quais um dia conviveram,
afastando-se dos planos espirituais mais elevados e atrasando sua reencarnação.
Entre esses
espíritos, ainda existem aqueles que têm a consciência de que estão mortos e
que não habitam mais um corpo físico; mas como ainda estão presos às vibrações
mais baixas do mundo espiritual, realizam ações que visam prejudicar os vivos e
atrapalhar ao máximo a vida e a evolução espiritual de suas vítimas encarnadas.
Esses espíritos são os que chamamos de obsessores.
A Obsessão Nasce
Eles nascem de diversas formas. Sua sensibilidade à Luz Divina foi
embrutecida pelo tempo e por sua natureza moral. Eles ficam estagnados num
círculo vicioso e numa obstinação tão intensa que não é raro se esquecerem
quando e por que tudo começou.
Na maioria das vezes, estão tão cansados e vivem há tanto tempo nessa
condição que não sabem mais como caminhar em direção ao esclarecimento e à Luz
de Deus, necessitando assim de toda ajuda que lhes possa ser fornecida.
É fácil para nós imaginarmos o surgimento de tais obsessões pelo caminho
do ódio. Afinal, sabemos do que os homens são capazes quando tomados pela raiva
descontrolada; mas também surgem obsessões, até mais graves, em virtude do
amor. O amor gera correntes que, unidas a outros sentimentos (egoísmo, apego,
carência afetiva intensa, falta de auto-estima), podem produzir obsessões.
A revolta, a dor, a raiva, podem mudar a energia do amor; basta que
exista um grande apego alimentado por um forte egoísmo, gerado num coração que
viva uma grande carência, e teremos um espírito que sentirá uma grande
dificuldade de se separar dos entes queridos.
Como o amor e o ódio estão separados por uma barreira quase
imperceptível, em algumas oportunidades, imaginamos que um espírito está com
ódio, quando, na verdade, ele pode estar escondendo a dor de um amor não
correspondido; ou até mesmo pode ser uma entidade que ainda quer manter o apego
que tinha em vida, agindo de forma a manter a outra pessoa presa ao círculo de
sentimentos que demonstrava quando o espírito estava encarnado.
De todas as formas de obsessão, a gerada pelo amor é a pior de todas,
pois aquele que ama sequer pode imaginar ou aceitar que, na verdade, está
atrapalhando seus entes queridos. Ele acredita estar ajudando-os, supondo que
não poderiam viver sem sua presença e auxílio.
A relação entre o obsessor e suas vítimas é variada e segue por caminhos
tortuosos, mas que inevitavelmente levam à degradação física e moral do
obsedado, o que, por fim, pode levar à “vitória” do espírito obsessor. Entre as
formas conhecidas de obsessão, vamos a seguir analisar as maneiras de ataque.
O Ataque das Trevas
Partindo do que observamos até o momento, percebemos que as obsessões
são as ações que influenciam os vivos, estimulando reações e semeando a
discórdia e o ódio, nascido da força exercida pelos espíritos inferiores. Eles
influenciam maleficamente, como os demônios das histórias bíblicas, e assim
como ocorre nessas histórias, as formas do obsessor atuar também são sutis e
intangíveis, e só após muito tempo é que se tornam evidentes. Mas podemos
dividi-las da seguinte forma:
Obsessão Simples
O espírito obsesso por meio da sua vontade, motivado pelos mais diversos
sentimentos, exerce uma persistência férrea, tenaz, influenciando em todas as
áreas da vida de sua vítima, provocando a ira de pessoas próximas, atrapalhando
seus relacionamentos, atuando por meio de sugestões de pensamento que vão
contra a forma habitual da vítima agir.
Na maior parte das vezes, com o auxílio da auto-análise e do bom-senso,
a vítima afasta esses pensamentos “ruins” e retoma o controle da sua vida. E
quando esse tipo de ataque é detectado, cabe ao obsedado confiar no caminho
espiritual e fazer sua vida um exemplo de luz e de dedicação pessoal, pois
dessa forma afasta a chance de novos ataques. Procurando praticar o bem, ele
estará pautando sua vida de acordo com os ditames dos grandes mestres e
livrando-se da ação do obsessor.
Fascinação
Esse tipo de obsessão é das mais difíceis de quebrar, isso porque a
vítima não acredita que está sob efeito de qualquer força negativa. Na verdade,
algumas vezes, ela julga que é a única que não está obsedada, enquanto todos à
sua volta estariam.
Nesse caso, o espírito obsessor vai se inserindo discretamente e
ganhando espaço na vida do obsedado; como uma planta daninha, vai se
enraizando, plantando desconfianças e medos, manias e desejos, até o ponto em
que se instala definitivamente. A pessoa estará de tal forma envolvida que
quase se forma uma simbiose psíquica que, caso se concretize, tornará ainda
mais complexa a situação.
Nesse caso, o bom senso e a autocrítica se esvaem e a pessoa precisa de
uma intensa ajuda espiritual, do mais alto nível, para superar o assédio dessa
força maligna. Às vezes, a obsessão leva a delírios nos quais o obsedado
acredita ser uma pessoa com uma “missão divina”, e pode até perder a razão,
tornando-se um esquizofrênico, afastando-se do convívio social e, com o tempo,
precisando de ajuda psiquiátrica.
Subjugação
É uma forma de obsessão na qual a vítima encarnada está sob domínio
completo de uma força desencarnada. Quando esse tipo de obsessão ocorre, vemos
a pessoa apática como se estivesse sonâmbula, tendo vontades que estão em
desacordo com sua personalidade, e até afastando pessoas próximas que a
critiquem ou que questionem suas “novas” atitudes.
O espírito obsessor não toma o lugar do espírito encarnado no corpo do
obsedado. O que ocorre é uma supressão da vontade da vítima, por meio da
supremacia da vontade do obsessor. Embora seja facilmente detectável, a sua
cura exige uma mudança vibracional no obsedado, o que envolve uma grande
disciplina moral e a aproximação aos ensinamentos e dogmas da Doutrina
Espírita, de forma que leve o espírito obsessor a compreender sua falta e
buscar o caminho da Luz Divina.
Auto-Obsessão
Mas ainda existem aqueles que, mesmo desencarnados, estão obsedados; e o
pior, por eles mesmos. Tais espíritos acreditam serem pessoas sem valor e não
se perdoam pelos “erros” que acreditam terem cometido em vida.
Eles acham que jamais poderão receber a Luz Divina e reingressar na via
reencarnatória, pois estão presos a uma neurose espiritual tão intensa que os
cega a tudo à sua volta. Em grande parte das vezes, infligem a si mesmos os
mais diversos castigos e, mesmo quando recebem a ajuda de outros espíritos e
das almas iluminadas, eles argumentam que seus crimes são imperdoáveis e
anseiam por “castigos” que possam “purificá-los”. Vivem acreditando que são
indignos de qualquer perdão.
Mas a Luz Cura
Não existe como tratar a obsessão sem o apoio e o interesse de todas as
pessoas envolvidas no caso. É necessário o envolvimento espiritual e pessoal
para que tanto o obsessor quanto o obsedado se vejam livres das amarras que os
prendem, de forma a alcançarem a luz e a liberdade.
Como a obsessão é um processo com profundas raízes espirituais, é
preciso tomar cuidado e não agir solitariamente para debelar o problema. É
sempre necessária a presença de um grupo considerável de médiuns, e o
tratamento deve ser feito de preferência em um centro espírita ou outro local
especializado nas práticas de curas espirituais.
A reunião para tratar tais casos tem características específicas, pois
todos os esforços devem ser coordenados e deve-se agir com um grande senso de
solidariedade e compaixão. Antes de começar o trabalho, é necessário definir o
foco que será seguido, e todos deverão exercitar sua força de vontade de forma
a que formem um só feixe de energia e de Luz Divina. O obsedado deverá ser
assistido com práticas espirituais diárias, que sejam instrutivas e que lhe
dêem um forte alicerce. Além disso, deverá praticar atos sadios e desenvolver
novamente a sua força de vontade, quebrando as amarras e correntes que foram
forjadas no universo espiritual.
A prece, mesmo que seja uma oração pessoal e singela, é de grande valor
na prática da cura da obsessão. Ela deve ser acompanhada por meditações e pelo
aprofundamento da vítima nos assuntos espirituais, pois isso lhe dará os
recursos necessários para ir além e renascer para uma vida plena e livre das
vontades obsessoras.
Deve ser dada igualmente uma especial atenção ao ambiente e ao lar do
obsedado, o qual deve ser limpo das manifestações dos espíritos baixos, pois
eles se manifestam com mais facilidade em ambientes sujos, malcuidados e com
grande quantidade de energia negativa estagnada. Para melhorar esses ambientes
é preciso livrar-se de plantas velhas e doentes, de coisas quebradas, e
deixar o ar ventilar em todos os cômodos, além de sempre fazer orações e preces
em todos os locais da casa onde se sinta a presença de forças obsessoras.
A família é uma grande chave para a cura da obsessão. É ela que torna
possível a recuperação do obsedado, que fortalece a vítima por meio da infinita
energia do amor e lhe dá a chance de recuperar o controle sobre sua vida.
Recomenda-se a todos seguirem a prática espiritual da prece e a leitura de
material espiritual inspirador. Dessa forma, cria-se uma corrente fluídica
positiva em torno de todos, gerando a elevação da freqüência vibracional dos
espíritos em volta das pessoas que estão imersas na situação; assim, elas
recebem cada vez mais força e energia desses espíritos iluminados, gerando um círculo
virtuoso e próspero de amor e luz.
O processo obsessivo possui sempre raízes profundas, e a melhora do
estado obsessivo varia em cada caso. Algumas vezes, não notamos sinais de
melhora, pois cremos que tudo deve ser instantâneo, como se fosse um remédio
engolido às pressas para uma dor de cabeça. Depois, quando se vê que a cura
demandará semanas, e não dias, abandonam-se as práticas e surge a
descrença quanto à eficácia da cura, buscando outros recursos para se ver livre
do obsessor. Mas, não raro, tais caminhos apenas levam a mais dor e problemas.
A perseverança é a ferramenta principal para a libertação do obsedado, e
ela é necessária para seguir o tratamento e atingir os objetivos e metas da
plenitude, da paz e da liberdade. A Bondade Divina atende a todos mediante o
empenho de cada pessoa, que e ela comunica ao universo, por meio de suas ações
e dedicação, os caminhos e “atalhos” que lhe surgem à frente.
Além do que vimos anteriormente, existe uma ferramenta que é um dos
recursos heróicos no combate à obsessão: é a chamada sessão de desobsessão.
Essa sessão deve ser usada em casos extremos, quando tudo já foi tentado
sem resultado e, pelos caminhos da humildade e da fé, mostra-se necessário
ajudar alguém que sofre de tal mal.
Para tal é necessária a presença de um grupo de médiuns seguros, que
exercitem a doutrina em todos os instantes de sua vida. Para o sucesso da
sessão é preciso a tutela de um orientador que possua grande autoridade e uma
intensa força de vontade, inabalável crença na Força Divina, a fim de se
dirigir aos espíritos obsessores. Ele deve ser conhecedor do assunto, com
prática e facilidade para expor a doutrina, e suas ações devem sempre ser o
reflexo de suas palavras, não agindo com hipocrisia e tampouco se deixando
levar pelo orgulho, pois ambas se tornam fissuras que prejudicam o trabalho
espiritual da desobsessão.
Durante a sessão, ele deve agir procurando orientar, ensinar e
esclarecer o obsessor quanto aos males que está praticando. Enquanto
isso, todos os médiuns deverão se unir em um só coro espiritual de luz e
oração.
Nessas reuniões – que devem ser feitas com um extremo cuidado e com
preparo consciente por parte de todos – o obsedado não deverá estar
presente, ficando em sua casa em meio a preces, leituras ou meditação, para
auxiliar o trabalho.
E a sessão deverá ser repetida ou retomada enquanto for necessário.
Concluída a conversão do obsessor, o ex-obsedado deve ser esclarecido
quanto à necessidade de modificar os padrões de vida que o levaram àquela
situação. Deve ser dito a ele tudo o que fez e que provocou tamanho caos. Não
devemos poupar a pessoa, seja por sua sensibilidade ou por questões pessoais,
pois assim estaríamos impedindo-a de crescer e evoluir espiritualmente.
Para evitar uma recaída, ele também deverá manter a disciplina
desenvolvida durante a desobsessão, reforçando as suas defesas morais e
espirituais, não deixando de tomar cuidado com suas ações e palavras, a fim de
enriquecer sua vida espiritual e deixar as baixas vibrações para trás.
Por
Alex Alprim
Nenhum comentário:
Postar um comentário