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terça-feira, 28 de agosto de 2012

O Bem e o Mal



Os males de toda sorte, físicos ou morais, que afligem a humanidade se apresentam em duas categorias que importa distinguir: são os males que o homem pode evitar e os que são independentes de sua vontade. Entre esses últimos é preciso colocar os flagelos naturais.

O homem recebeu como dote uma inteligência com a ajuda da qual pode afastar, ou pelo menos atenuar grandemente os efeitos de todos os flagelos naturais; quanto mais adquire saber e avança em civilização, menos esses flagelos são desastrosos; com uma organização social sabiamente previdente, poderá mesmo neutralizar as conseqüências, ainda que não possam ser evitadas inteiramente. Assim mesmo esses flagelos que terão sua utilidade na ordem geral da natureza no futuro, mas que também afligem no presente, Deus deu ao homem meios de paralisar seus efeitos, pelas faculdades das quais tem sido dotado seu Espírito.

Devendo o homem progredir, os males aos quais está exposto são um estimulante para o exercício de sua inteligência, de todas suas faculdades físicas e morais, incitando-o à busca dos meios de se sustentar. Se não tivesse nada a temer, nenhuma necessidade, não iria à procura do melhor; seu espírito se embotaria na inatividade; não inventaria nada e não descobriria nada. A dor é o aguilhão que impulsiona o homem para adiante na via do progresso.

Mas os males mais numerosos são aqueles que o homem cria por seus próprios vícios, aqueles que provém de seu orgulho, de seu egoísmo, de sua ambição, de sua cupidez e de seus excessos em todas as coisas: aí está a causa das guerras e das calamidades que acarretam, das dissensões, das injustiças, da opressão do fraco pelo forte e enfim da maior parte das doenças.

Deus estabeleceu leis plenas de sabedoria que não têm por objetivo senão o bem; o homem encontra nele mesmo tudo o que precisa para as seguir; seu caminho está traçado por sua consciência; a lei divina está gravada no seu coração; e, além disso, Deus o faz recordá-la sem cessar, por seus messias e profetas, por todos os Espíritos encarnados que têm recebido a missão de o esclarecer, moralizar e melhorar e, nesses últimos tempos, pela multidão de Espíritos desencarnados que se manifestam de todas as partes. Se o homem se conformasse rigorosamente às leis divinas, não há dúvida que evitaria os males mais pungentes e que viveria feliz sobre a Terra. Se não o faz, é em virtude de seu livre arbítrio, e disso sofre as conseqüências.

Mas Deus, pleno de bondade, colocou o remédio ao lado do mal, isto quer dizer que mesmo do mal ele faz sair o bem. Chega um momento em que o excesso do mal moral se torna intolerável e faz ao homem sentir a necessidade de mudar de vida; instruído pela experiência, é impulsionado a procurar um remédio no bem, sempre por efeito de seu livre arbítrio; quando entra em um caminho melhor, é por sua vontade e porque reconheceu os inconvenientes do outro caminho. A necessidade o constrange então a se melhorar moralmente visando ser mais feliz, da mesma forma como esta mesma necessidade o tem constrangido a melhorar as condições materiais de sua existência.

Pode-se dizer que o mal é a ausência do bem, como o frio é a ausência do calor. O mal não é um atributo distinto tanto quanto o frio não é um fluido especial; um é o negativo do outro. Aí onde o bem não existe, existe forçosamente o mal; não fazer o mal já é o começo do bem. Deus não quer senão o bem; apenas do homem vem o mal. Se houvesse, na criação, um ser predisposto ao mal, ninguém o poderia evitar; mas sendo o homem ELE MESMO a causa do mal, e tendo ao mesmo tempo seu livre arbítrio e por guia as leis divinas, ele o evitará quando quiser.

Se estudarmos todas as paixões, e mesmo todos os vícios, vemos que eles têm seu princípio no instinto de conservação. Este instinto existe em toda sua força nos animais e nos seres primitivos que se aproximam mais da animalidade; aí domina sozinho, porque, entre eles, não há ainda por contrapeso o senso moral; o ser ainda não nasceu para a vida intelectual. O instinto se enfraquece, ao contrário, à medida que a inteligência se desenvolve, porque esta domina a matéria.

O destino do Espírito é a vida espiritual; mas nas primeiras fases de sua existência corporal, ele tem apenas as necessidades materiais a satisfazer, e para este fim o exercício das paixões é uma necessidade para a conservação da espécie e dos indivíduos, materialmente falando. Mas saído deste período, tem outras necessidades, necessidades de início semimorais e semimateriais, depois exclusivamente morais. É então que o Espírito domina a matéria; se conseguir sacudir o jugo, avança na sua via providencial e aproxima-se de seu destino final. Se, ao contrário, se deixa dominar por ela, retarda-se continuando assemelhado ao bruto. Nesta situação, o que era outrora um bem, porque era uma necessidade de sua natureza, se torna um mal, não somente por não ser mais uma necessidade, mas porque se torna nocivo à espiritualização do ser. O que é qualidade entre as crianças, se torna defeito entre os adultos. O mal é assim relativo, e a responsabilidade é proporcional ao grau de adiantamento.

Todas as paixões têm, então, sua utilidade providencial. É o abuso que constitui o mal, e o homem abusa em virtude de seu livre arbítrio. Mais tarde, esclarecido por seu próprio interesse, livremente escolhe entre o bem e o mal.

O mal não tem existência própria. Ele é o estado de inferioridade e de ignorância do ser em via de evolução.

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“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

Liga da Justiça Umbandista
O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.