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terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Falange dos Malandros e Malandras na Umbanda



A Umbanda, como o próprio nome já diz, e uma religião que une varias bandas, os grupos e suas diferenças são todos bem recebidos, pois como diz a escritura ninguém e tão pobre que não tenha nada para dar, ao contrario da maioria dos segmentos religiosos existentes, a Umbanda não só recebe esses grupos como também da a eles liberdade na forma de trabalho a ser utilizada desde que os mesmos não inflijam ou fujam dos 3 pilares principais da doutrina umbandista que e a prática da fé, da esperança e da caridade, assim sendo, a medida que nos aprofundamos no estudo e conhecimento das bandas de trabalho na Umbanda nos deparamos com uma lista extensa de falanges que vão de crianças a eguns, da direita a esquerda, do oriente ao ocidente, da conhecida benZéção as técnicas magísticas dos povos do oriente, da pajelança indígena ao passe mediúnico europeu, todos com o único intuito de praticar a caridade.

O Brasil, talvez, por ser um pais muito rico em culturas diferentes, ofereceu uma quantidade considerável de falanges para a Umbanda, entre elas se destacam os Pretos Velhos e os Caboclos, como a Umbanda também absorveu grupos que já existiam em outras correntes espiritualistas muito antes de ela ser fundada. Um exemplo claro disso e a presença do Mestre CatimboZéiro Zé Pelintra nos terreiros umbandistas. Zé Pelintra e uma entidade muito conhecida no Nordeste do pais, e uma entidade conhecida, popularmente, como sendo um malandro, o sentido da palavra malandro se referindo a Zé Pelintra e o mesmo que bon vivat, boêmio, ele não é malandro só por que faz malandragens, mas também por que a sua “vida” é vivida de forma malandra (festas, bares, mulheres etc.). Há de se considerar também que o sentido da palavra malandro hoje não é o mesmo que do século passado muda-se a sociedade, mudam- se os cidadãos. Seu Zé, como é chamado pelos íntimos, era nordestino, alguns diZém ser do Ceara (... ele vem de longe, vem do Ceara, ele é Zé pelintra, chegou para trabalhar... ), outros Alagoas (... quando vir de Alagoas, toma cuidado com o balanço da canoa...), de família pobre conheceu bem cedo as pilantragens para prover a sua subsistência, conheceu de perto a vida das periferias, sofreu a discriminação por ser migrante, de tão bonito que era se envolveu com muitas mulheres, após seu desencarne deixou criado um estereotipo que serviu de inspiração para Walter Elias Disney criar o personagem Zé Carioca que , só de longe, lembra Zé Pelintra.

Seu Zé é uma figura antiga no Catimbó, porém, a linha da malandragem como temos na Umbanda não, talvez por ela ser uma falange que nasceu na Umbanda, ou seja, é recente.

Enquanto no Catimbó e conhecido somente Zé Pelintra na Umbanda já se conhecem varias entidades que assim se identificam (Zé Pelintra Advogado, Zé Pelintra da Estrada, Zé Pelintra do Bar, Zé Pelintra da Ecruzilhada, Zé Pelintra do Morro, etc.), junto dos homens vem também as mulheres conhecidas como Malandras (Maria Navalha, Maria Sete Léguas, Maria do Pente Fino, Maria Rosa Navalha etc ) vem as jovens conhecidas como Malandrinhas (Malandrinha da Rosa, Malandrinha do Morro Alto, etc.) como também os jovens conhecidos como Malandrinhos. Se referindo aos Malandrinhos e as Malandrinhas ha de se saber que O Malandrinho é uma das Entidades mais novas nos Terreiros de Umbanda. A origem desta falange está associada, como se disse, aos ‘discípulos’ de Zé Pelintra, no entanto, ele (o Malandrinho) nada tem a ver com Zé Pelintra, a não ser algumas semelhanças tais como: gosto pela boemia, os jogos, as mulheres (que tratam como rainhas) e a sabedoria de lidar com os problemas da vida e como sair deles. As Entidades que compõe esta falange são na sua maioria, espíritos que viveram na sua última encarnação, situações de abandono familiar, e, não tendo como sobreviverem, fizeram da rua, a sua morada, nela aprenderam a sobreviver e a se proteger. Alguns se tornaram ‘experts’ em jogos de azar como baralho, dados, ‘porrinha’ etc. Outros trabalharam em Cabarés, onde eram muito paparicados pelas ‘meninas’, que eles defendiam com unhas e dentes. E tem ainda aqueles que se tornaram ‘contadores de estórias’. Em troca de algumas doses de bebidas, cigarros e alguns trocados, contavam casos que tiravam da sua própria imaginação ou ainda situações que viveram.

Malandrinho é uma Entidade alegre, extrovertida, defensor dos mais fracos e principalmente dos desregrados. À esses, ensina que malandragem não é vadiagem. E sim, a arte de saber viver com ética e responsabilidade: O que se faz, deve fazer bem feito, caso contrário, vai pagar pelo erro. Não gosta de enganar as pessoas de bom coração. Mas com aquelas que se julgam muito espertas, ele ta sempre dando uma ‘rasteira’.

Gosta de ouvir os problemas das pessoas que o procuram. Apesar de sua aparência jocosa, está sempre voltado à prática da caridade e da evolução espiritual de seus médiuns. Em suas incorporações gosta de roupas leves e sem formalidades. As camisas estão sempre pra fora da calça. Se usar gravata, vai estar sempre com o nó afrouxado. Ou seja: ele gosta de se sentir livre para dançar e cantar em suas incorporações.  As cores das roupas são sempre em tons fortes ou estampadas. Sua bebida geralmente é a cachaça. Mas vemos em alguns Terreiros de Umbanda, Malandrinho bebendo cerveja ou batidas de limão (limãozinho). Geralmente está sempre descalço, pois gosta de sentir o chão que pisa. Em geral, todas estas entidades a exemplo do Patrono, tiveram em sua existência alguma forma de contato com a vida dos morros, da periferia, ou talvez passaram por situações que se assemelham ou tenham ligações com essas situações, outros não passaram por similares mas escolheram essa linha de trabalho por se simpatizarem com ela. Não se deve, nunca, confundir as falanges de trabalho de São Cipriano com a falange dos Malandros e Malandras, a linha de São Cipriano e uma linha de direita enquanto a dos Malandros já é de esquerda, o que acontece e que em muitas casas a entidade Zé Pelintra, exímio representante dessa linha, e evocado em trabalhos liderados por entidades de energia diferentes promovendo assim aquilo que se chama de Cruzamento de linhas, porém, quando isso ocorre as energias presentes não perdem sua autonomia, somente unem forças com uma finalidade ( A B AB). Sendo uma linha de esquerda os Malandros são invocados em casos ligados as nossas necessidades físicas e materiais. Problemas amorosos, financeiros, empregos, causas judiciais, familiares, ou somente uma conversa amiga são motivos e causas levados constantemente a essas entidades. Por possuírem uma energia muito ligada a matéria suas comidas oferecidas em Giras são em sua maioria pratos consumidos em bares e botequins. Assim pode-se oferecer quitutes como salgados, salaminhos, bacon, jiló empanado frito, sardinha frita, farofa com linguiça, carne seca assada na brasa ou frita, etc. As bebidas poderão ser cachaça, cerveja e em alguns casos licores.

Como todas as outras entidades da Umbanda os Malandros podem pedir aos seus médiuns e consulentes alguns objetos (chapéus, cachimbos, bengalas, navalhas, cigarros, perfumes, etc.) desde que tenha um porque e não acabe se tornando uma forma de mistificação esses objetos podem ser usados pelas entidades em seus trabalhos quando manifestados.

A mensagem trazida pelos Malandros e pelas Malandras as Casas Umbandistas e a do equilíbrio, tudo em todas as existências deve ser equilibrado. Não é problema ir a festas, bares nem sequer também fazer uso de bebidas alcoólicas, o problema está na maneira como se frequenta ou se usa e as consequências dos mesmos. Muitos dos problemas da maioria dos consulentes dessas entidades são resultado de uma vida desregrada e sem limites onde o desequilíbrio marca e causa o mal não só para a pessoa em si como também para os que estão ao seu redor. Tudo, a todos, e permitido, porem, nem tudo convêm.

Que a historia e o trabalho dos Malandros e das Malandras sirva de exemplo e seja a luz do fim do túnel na vida de tantos e tantas que precisam.


Fonte: http://focoumbandista.blogspot.com.br

3 comentários:

  1. Gente Trabalho com a Entidade Maria do Morro,não sei nada sobre ela não sei o seu ponto e muito menos imagem dela eu não sei alguem pode me ajudar por favor vanessaavila438@gmail.com ou vanessa.avila6@hotmail.com

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    Respostas
    1. Vanessa, não sei há quanto tempo vc trabalha com essa entidade, mas ninguém melhor do que ela mesma para dar seu ponto e dizer como é sua aparência física. Tenha paciência que um dia ela vai satisfazer sua curiosidade com certeza. Veja bem, o nome dela vc já sabe, o resto vem com o tempo mesmo... malandros adoram um mistério, tem jeito não.

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  2. Falem um pouco do malandro da LAPA.por favor

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Não haveria luz se não fosse a escuridão...

“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

Liga da Justiça Umbandista
O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.