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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Exu e Pomba Gira na Umbanda




As Mazelas da Ignorância

Em Umbanda nada é mais mal entendido e causa mais polêmica que a figura de Exu. Trata-se de um problema que tem origem, assim como tantos outros, na falta de uma codificação que desse unidade doutrinária e estabelecesse conceitos sólidos.

Sucede que em seus primórdios a Umbanda surgiu como uma religião destinada a trazer consolo principalmente às camadas mais desfavorecidas da população que, naquele momento, vinham cada vez mais aumentando as fileiras das "macumbas" cariocas e criando uma egrégora favorável aos rituais de “magia negra” e às legiões de espíritos malévolos que buscam oportunidades para estabelecerem colônias de seguidores na crosta do planeta.

Assim, na mente de pessoas simples e facilmente impressionáveis e na falta de uma linha doutrinária definida, a figura de Exu não tardou a ser confundida com a de seres demoníacos, irresponsáveis, beberrões e voltados para a prática de qualquer tipo de trabalho, mediante um pagamento significativo em bens materiais de gosto duvidoso, como cachaças, galinhas negras, velas, punhais, farofas, sangue, bodes e uma infinidade de outras quiquilharias que a ignorância popular conseguiu associar à figura do diabo católico.

Criou-se assim um Exu temido, malfazejo, cuja simples pronúncia do nome fazia as pessoas se benzerem. Proliferaram, nas vias urbanas, os despachos nas encruzilhadas que levavam os pedestres a desviarem o caminho, horrorizados ante a perspectiva do mal latente. Tudo superstição, fantasia, desconhecimento da verdade. Mas o que é pior: essas crendices abriram caminho para que espíritos verdadeiramente maus - os chamados quiumbas - se prevalecessem e tirassem proveito, manipulando pessoas ignorantes a fim de conseguirem comparsas devotados entre os encarnados.


A Verdade sobre os Exus



As regiões umbralinas estão lotadas de espíritos das mais variadas tendências, desde aqueles sofredores, em trabalho de resgate de erros cometidos em uma encarnação mal aproveitada, passando por aqueles zombeteiros, descomprometidos, arraigados à matéria e que tudo fazem por alguns agrados materiais, até aqueles decididamente voltados para o mal, cujo único intento é contribuir para destruir o equilíbrio do planeta, provocando desgraças de toda sorte, a fim de atrasar a evolução da Terra na ordem dos mundos.

Existem muitos espíritos que passaram por essas regiões, mas já conseguiram atingir um plano de consciência mais elevado, que lhes permitiu deixar as regiões umbralinas e buscar oportunidades de trabalho durante seu período de erraticidade. Tais entidades são arregimentadas pelos Caboclos, Pretos Velhos e Crianças, a fim de executarem trabalhos de combate da magia negativa emanada do astral inferior, bem como de fazerem incursões dentro mesmo das regiões mais profundas do umbral que eles conhecem e onde tem, de certa forma "trânsito livre". Assim é mais fácil para eles resgatarem indivíduos que já superaram sua etapa de provas e dores. Funcionam, portanto, como uma "polícia de choque", fazendo tanto operações arriscadas, como a proteção de trabalhos nos terreiros, o que lhes confere também o nome de Guardiões. Muitos deles têm um longo passado militar, são experimentados em combates, além de serem grandes estrategistas, o que ainda mais os habilita para as tarefas que lhes são destinadas. Esses são os Verdadeiros Exus.


Os Exus Femininos ou Pombas Giras



Da mesma forma que se criaram mitos absurdos em torno da figura dos Exus, também se produziram histórias profundamente desabonadoras sobre a figura das Pombas Giras.

O imaginário popular projetou sobre essas nossas queridas irmãs a imagem de prostitutas do astral, mulheres vulgares voltadas unicamente para assuntos ligados ao sexo em sua vertente mais suja e debochada. Rapidamente foram tidas na conta de espíritos malévolos, dispostos a fazer amarrações amorosas forçadas, desrespeitando o livre-arbítrio de qualquer indivíduo, bem como a destruir uniões legítimas, separando cônjuges e desunindo famílias, unicamente para atender aos caprichos mesquinhos e aos desequilíbrios afetivos e sexuais de alguns encarnados malévolos ou vítimas de obsessões profundas.

Na verdade o maior prejuízo causado por essas concepções errôneas reside no fato de que sob essa imagem, milhares de quiumbas sequiosos de fazer o mal e angariar vantagens ilícitas utilizavam e ainda utilizam em larga escala a vestimenta de Pomba Gira, em centros onde não existe compromisso com o bem, para atender a tais pedidos e continuar a conspurcar o nome das verdadeiras Pombas Giras perante a opinião pública em geral, principalmente perante aqueles que não conhecem e se propõem a julgar com base unicamente nas aparências.

Os despachos encontrados em encruzilhadas, com galinhas pretas, garrafas de espumante barato, cigarrilhas, rosas vermelhas e fotografias ou nomes de casais a serem unidos ou separados, definitivamente não são obras de Pombas Giras autênticas.


A Verdade sobre as Pombas Giras



É inegável que a sexualidade é uma das maiores forças latentes no plano dos encarnados. Da mesma forma que o sexo é um fator de atração e de edificação, por força da função reprodutiva, é também um poderoso fator de desequilíbrio de muitos seres encarnados que, entregando-se a paixões desenfreadas, deixam-se envolver por uma atmosfera de sedução, luxúria, prazer irresponsável, usando pessoas e causando dores que muitas vezes se arrastam por dezenas de anos, transpondo, inclusive a barreira do desencarne. Grande parte dos desequilíbrios, dos ódios, dos resgates forçados encontrados no umbral, estão ligados ao uso nocivo e pernicioso do sexo ao longo de uma ou mais encarnações.

Grande parte das pessoas não sabe, ou não se interessa em saber que alguns minutos de prazer podem custar anos, décadas, até mesmo séculos de dor e revolta na mente daqueles e daquelas que, empenhando sentimentos puros, recebem em contrapartida o desprezo, o escárnio, a traição e a indiferença.

Nessa linha, a principal função das genuínas Pombas Giras é trabalhar junto aos encarnados procurando refrear e reequilibrar as funções afetivas e sexuais que eventualmente se encontrem em estado de desequilíbrio potencial, ou efetivo.

Na prática, tanto Exus, quanto Pombas Giras desenvolvem trabalhos mais ligados às áreas instintivas da mente, ou a imperativos do plano material, como desequilíbrios financeiros, desejos de vingança, ódios ou paixões. Seu trabalho, contudo, se realiza sempre no sentido de reconduzir as situações conflituosas a um estado de equilíbrio, contribuindo para a harmonização das pessoas.

Suas consultas são sempre bastante detalhadas e geralmente marcadas por práticas manipulatórias. Utilizam-se em grande escala do tabaco, como fluido deletério desimantador, a fim de derreter larvas astrais ou desimantar cargas negativas pesadas. São risonhos e agradáveis e sempre produzem uma sensação de melhora do humor dos consulentes.

Suas linhas se organizam exatamente como as linhas dos Orixás, em linha vertical, descendente que se multiplica em base sete. No topo da pirâmide estão os chamados Exus Batizados, trabalhadores já bastante espiritualizados, mas ainda sujeitos à Lei de Reencarnação.

Na base da pirâmide encontram-se aqueles que estão iniciando sua etapa de trabalho na Corrente Astral de Umbanda, chamados Exus Pagãos, ainda pouco espiritualizados, mas detentores de grande potencial de trabalho em benefício do próximo. É a grandeza da Umbanda que oportuniza aos irmãos em qualquer ponto da escala evolutiva a terapia do trabalho, a fim de que o resgate das faltas se faça pelo amor, ao invés de somente pela dor.

As linhas de Exus atuam sempre sob o comando das sete linhas de Orixás, com os quais tem correspondência vibratória, razão pela qual é possível falar em Exus de Oxalá, de Ogum, de Xangô, de Oxóssi, de Iemanjá, de Yorimá e de Yori. Todos os trabalhos que executam ocorrem sempre sob a supervisão dos trabalhadores dessas linhas, por essa razão, é comum ouvirmos nos terreiros que Exu é o mensageiro dos Orixás.

Todo respeito e consideração com esses irmãos que, por estarem mais próximos e mais afeitos às vibrações da matéria densa, são também grandes protetores de todos nós encarnados nas lides do cotidiano, ajudando-nos em situações difíceis, de perigo iminente. Sem que o percebamos, muitas vezes eles nos carregam no colo.

Laroyê Exu, Exu é Mojubá!

Laroyê Pomba Gira, Pomba Gira é Mojubá!


Fonte: http://neumbanda.blogspot.com.br

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“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

Liga da Justiça Umbandista
O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.