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quinta-feira, 22 de março de 2012

Mensagem de um Tranca Ruas das Almas - Novos Argumentos Para um Velho Tema



Quando passamos a conhecer a verdadeira história da Umbanda, entendemos a relação que existe entre ela e os demais cultos afro-brasileiros e também entre ela e os rituais que, no começo do Século XX, ficaram conhecidos como “macumbas” devido às práticas de “magia negra” a que se dedicavam.

O conhecimento da verdade histórica nos mostra que, a contrário senso do que sempre se acreditou, a Umbanda não nasceu das ditas crenças, mas em oposição a elas. Nasceu com o objetivo de impedir a proliferação das crenças primitivas que pregavam e praticavam atos de baixa “magia”.

Seu direcionamento inicial, orientado para as camadas mais populares, levou à errônea interpretação de que Umbanda seria uma síntese de toda aquela cultura mística, o que acabou por favorecer a equivocada incorporação de práticas que são totalmente estranhas à natureza e aos objetivos da Umbanda

O fato de os mentores umbandistas adotarem elementos materiais como o tabaco, o álcool, a pólvora, entre outros (todos com fundamentação científica) nos trabalhos de atendimento permitiu que se levasse a cabo o insidioso raciocínio de que “o que não é proibido é permitido” e, sob essa égide, durante um século inteiro, vimos parte dos umbandistas assimilando e praticando ostensivamente as mais desbaratadas pantomimas e tachando tudo aquilo de prática umbandista. Isso nos valeu ao longo do tempo, o desprezo e o preconceito da sociedade em geral, ao contrário do que acontece com o espiritismo que conquistou respeito pela sobriedade de suas práticas.

Não queremos e não vamos dizer que deva existir para a Umbanda uma preocupação com o referendo e o respeito da sociedade, da mesma forma que não vamos jamais defender que a Umbanda deva seguir os mesmos moldes do Espiritismo Kardecista. A sociedade em geral é movida por hipocrisia e sabemos que muitos daqueles que no discurso social criticam e ridicularizam a Umbanda, em segredo buscam a ajuda bendita de Pretos Velhos e Caboclos. O Espiritismo, por sua vez é uma religião séria, autêntica, que tem sua razão de existir, tanto quanto a Umbanda o tem. Não nos confundimos com o Espiritismo, embora o respeitemos profundamente e tenhamos os kardecistas na conta de companheiros de jornada.

O que queremos dizer é que já soou a hora de os umbandistas despertarem para a necessidade de a Umbanda ter um encontro com sua verdadeira identidade.

Já passamos da hora de acabar com esse discurso de que Umbanda é uma religião mágica. Até quando as pessoas irão acreditar em magia? Será que depois de todos os avanços, de todo o progresso que a humanidade já experimentou tantos ainda continuarão a insistir em viver na Idade Média?

É-nos difícil entender o que leva pessoas adultas a acreditarem em velhas e estagnadas fórmulas sacramentais, em feitiços e superstições, que mantêm as consciências dos umbandistas num estágio de atraso e de primitivismo.

Está passando da hora de os umbandistas perceberem que galinha com farofa fica muito bem no almoço de domingo (desde que a galinha esteja cozida ou assada, é claro), mas que nas encruzilhadas urbanas representam um espetáculo patético e deprimente, simbolizando paralisia intelectual e moral e alimentando desprezo e preconceito.

Até quando tantos irão acreditar que os Exus, os legítimos Exus – guardiões dedicados de nossos templos, verdadeiros guardiões de tantos de nós – se comportam realmente como seres amorais, dispostos indistintamente a praticar o bem ou o mal, de acordo com a boa paga que lhes seja dada? Ou que eles realmente necessitem de elementos grosseiros oferecidos por nós, a fim de que tenham condições de bem realizar o trabalho que lhes é confiado por Deus?

Até quando se acreditará que nossos Caboclos – espíritos que já nos superaram há muito em evolução espiritual – realmente se comprazam em “descer” nos terreiros usando ridículas fantasias (cocares, saiotes, tornozeleiras de penas), além de arcos e flechas de brinquedo, num espetáculo cômico que mais se assemelha a uma escola de samba de cidade pequena?

Por quanto tempo nossos queridos e sábios Pretos-Velhos ainda serão tidos na conta de feiticeiros primitivos, praticando curandeirismo místico barato e ensinando a confecção de patuás para solucionar magicamente situações mesquinhas do dia-a-dia que podem e devem ser solucionadas com trabalho, inteligência e coragem por nós mesmos em nossa senda de aprendizado e progresso?

Até quando assistiremos a dantescas manifestações de animismo mal disciplinado atribuindo às iluminadas entidades que se manifestam na roupagem de criança (arquétipo da pureza), comportamentos de comédia pastelão, lambuzando médiuns e assistência com guloseimas baratas esfregadas na pele, nos cabelos e nas roupas, criando um clima de constrangimento gosmento onde deveria reinar atmosfera de paz e esperança? Existe pureza dissociada de disciplina? Os que assim agem realmente acreditam que espíritos superiores se comportem dessa maneira?

Será que os adeptos dessa umbandaria desvairada visualizam Aruanda como uma aldeia primitiva em solo estéril, habitada por seres famintos de carne e sangue, de guloseimas exóticas e de gosto questionável; sedentos de cachaça e fermentados baratos, arregimentando comparsas encarnados com os quais barganham favores frívolos em troca de agradinhos depositados na “encruza” à meia noite?

Se assim for, saibam que ao invés de censurá-los, lamentamos por eles. Lamentamos o fato de que tantos irmãos que certamente dispõem de ótimas condições para trabalhar em parceria fraterna com entidades da mais elevada estirpe, podendo ajudar a semear luz e caridade, tenham em algum ponto do caminho se deixado enredar na teia de espíritos imundos, entidades de esgoto que os escravizaram e os arrastaram a armadilhas de feitiçaria e a um mundo de ilusões místicas, animado por sentimentos grosseiros de orgulho, vaidade, cupidez, inveja, ciúme, ambição e, acima de tudo, mentiras, mentiras e mentiras...

Apesar disso, os verdadeiros mentores de Umbanda aguardam pacientemente o despertar desses irmãos. Sabem que um dia a luz da reflexão saneará o pântano de suas consciências entorpecidas e, então, a razão lhes mostrará que não pode haver convergência entre os ideais de bondade e caridade pregados pela Umbanda e a imundície e o aroma pútrido que emana das tradicionais casinhas de Exu, sustentadas com álcool, farinha e cadáveres; nem muito menos pode haver coerência entre ordenação sacerdotal e a atmosfera lúgubre das camarinhas rescendentes a soberba e sangue.

Um dia esses irmãos compreenderão que a única magia existente no universo é a que transforma o egoísmo em altruísmo, ócio em serviço fraterno, dor em aprendizado, desespero em resignação, ansiedade em prece, medo em fé. É, enfim a que transforma feras em anjos. Aprenderão igualmente que a iniciação a esse conhecimento hermético se faz no templo da História, na camarinha do tempo, com banhos de conhecimento e o amaci da verdade, sob a supervisão segura e insuperável da Misericórdia e da Justiça Divinas. Isso é magia! Isso é Umbanda! Todo o mais é despacho.

Mensagem ditada por inspiração mediúnica pelo Senhor Tranca Rua das Almas.

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Não haveria luz se não fosse a escuridão...

“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

Liga da Justiça Umbandista
O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.