Seguidores dos Guardiões e Guardiães de Umbanda

Translate

English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Desmistificando os Exus



Hoje, postamos trechos de alguns livros que julgamos essenciais para a desmistificação e desmitificação de Exus, Pombagiras, tentando esclarecer e mostrar aqui, suas verdadeiras funções na Umbanda. O primeiro trecho que transcrevemos abaixo foi retirado do livro TRATADO DE ESCRITA MÁGICA SAGRADA (Rubens Saraceni, Editora Madras) e fala sobre a mistificação e mitificação do tridente (instrumento usado por muitos Exus na Umbanda):

"O Deus grego Netuno é uma personificação ou humanização dessa Divindade de Deus. Seu símbolo sagrado (um tridente) é parte do fator multiplicador e não um símbolo infernal como o descreveram os cristãos de então que, não satisfeitos com a tomada do poder religioso, ainda denominaram os ícones religiosos dos povos que conquistaram a custa de armas ou de uma suposta posse da palavra de Deus. A bem da verdade, muitos ainda desconhecem o real significado do "Verbo Divino" ou da "Palavra de Deus" (os verbos realizadores de ações). Até na Umbanda a ignorância sobre os símbolos de poder tem se mostrado, pois os Exus e as Pombagiras portadores de 'tridentes' são associados por alguns ao mal ou são vistos como espíritos malignos. Na verdade, são seres semelhantes a nós que os manifestam naturalmente ou foram iniciados em mistérios ou têm por função punir quem atentar contra a multiplicação natural das coisas. À "direita" estão os espíritos sustentadores da multiplicação natural das coisas. À "esquerda" estão os espíritos punidores de quem atentar contra a multiplicação natural das coisas. Agora, para proteção da sociedade é normal um judiciário e uma polícia bem aparelhadas e bem armadas para punirem os assassinos, os ladrões etc, aqui no plano material. Mas, no plano astral, o dos espíritos, quem irá puni-los, pois, tal como aqui, eles existem lá também? Só que aqui, está tudo bem! Mas lá, que droga, existe o 'diabo' para nos punir com seu perigoso tridente supressor da nossa horrível capacidade de multiplicarmos o mal e os maus, não é mesmo?"

O próximo trecho que reproduzimos, foi extraído do livro TAMBORES DE ANGOLA (pelo espírito de Ângelo Inácio, psicografado por Robson Pinheiro, Editora Casa dos Espíritos). Neste trecho, Ângelo Inácio conversa com um espírito chamado Anselmo, que lhe dá uma aula sobre os verdadeiros Exus e sua atuação na Umbanda:

"Aventurei-me, então, a perguntar sobre algo que me chamara a atenção desde que chegara na tenda. Quem eram aqueles espíritos que pareciam guardar a entrada do local? Pareciam soldados de um exército de desencarnados. - Aqueles são os guardiões, meu caro Ângelo, são os espíritos responsáveis pela disciplina e pela ordem no ambiente. Em muitas tendas ou terreiros, são conhecidos como exus. Para nós, são companheiros experimentados em várias encarnações, em serviço militar, em estratégias de defesa, ou mesmo simples trabalhadores que se fazem respeitar pelo caráter forte e pelas vibrações que emitem naturalmente. Eles se encontram em tarefa de auxílio. Conhecem profundamente certas regiões do submundo astral e são temidos pela sua rigidez e disciplina. Formam, por assim dizer, nossa força de defesa, pois não ignora que lidamos, em um número imenso de vezes, com entidades perversas, espíritos de baixa vibração e verdadeiros marginais do mundo astral, que só reconhecem a força das vibrações elementares, de um magnetismo vigoroso e personalidades fortes que se impõem. Essa a atividade dos guardiões. Sem eles, talvez, as cidades estariam a mercê de tropas de espíritos vândalos ou nossas atividades estariam seriamente comprometidas. São respeitados e trabalham à sua maneira para auxiliar quanto possam. São temidos no submundo astral, porque se especializaram na manutenção da disciplina por várias e várias encarnações. - Quer dizer, então, que estes são os chamados exus? Mas, quando se fala neles, as pessoas os julgam seres infernais ou assassinos, e até mesmo certos umbandistas passam essa idéia a respeito deles. - Existe muita desinformação e falta de estudo, principalmente nos meios que se dizem umbandistas. Na verdade, prolifera um número acentuado de manifestações religiosas de cunho mediúnico que utilizam do nome da Umbanda para se caracterizarem perante a sociedade dos homens, mas a verdadeira Umbanda é destituída de misticimos em seus fundamentos, o que mais tarde poderemos esclarecer a você. Aqui, no entanto, nos deteremos, para esclarecer melhor o assunto. Muitos do próprio culto confundem os exus com outra classe de espíritos, que se manifestam à revelia em terreiros descompromissados com o bem. Na Umbanda, a caridade é lei maior e esses espíritos, com aspectos mais bizarros, que se manifestam em médiuns são, na verdade, outra classe de entidades, espíritos marginalizados por seu comportamento ante a vida, verdadeiros bandos de obsessores, de vadios, que vagam sem rumo nos subplanos astrais e que são, muitas vezes, utilizados por outras inteligências, servindo a propósitos menos dignos. Além disso, encontram médiuns irresponsáveis que se sintonizam com seus propósitos inconfessáveis e passam a sugar a energia desses médiuns e de seus consulentes, exigindo 'trabalhos', matanças de animais e outras formas de satisfazerem sua sede de energia vital. São conhecidos como 'quiumbas' nos pântanos do astral. São maltas de espíritos delinquentes, à semelhança daqueles homens que atualmente são considerados, na Terra, como irrecuperáveis socialmente, merecendo que as hierarquias superiores tomem a decisão de expurgá-los do ambiente terrestre, quando da transformação que aguardamos no próximo milênio. Os médiuns que se sintonizam com essa classe de espíritos desconhecem sua verdadeira situação. Depois, existe igualmente um misticismo exagerado em muitos terreiros que se dizem umbandistas e se especializam em maldades de todas as espécies, vinganças e pequenos 'trabalhos' que realizam em conluio com os quiumbas e que lhes comprometem as atividades e a tarefa mediúnica. São, na verdade, terreiros de 'quiumbanda' e não de Umbanda. Utilizam o nome de espíritas, sem o serem. Há muito o que se esclarecer a respeito. Os espíritos que chamamos de exus são, na verdade, os guardiões, os atalaias do plano astral, que são confundidos com aqueles dos quais falamos. São bondosos, disciplinadores e confiáveis. Utilizam o rigor que estão acostumados para impor respeito, mas são trabalhadores do bem. Como nós, não exigem nem aceitam 'trabalhos', despachos ou outras coisas ridículas das quais médiuns irresponsáveis, dirigentes e pais de santo ignorantes se utilizam para obter o dinheiro de muitos incautos que lhes cruzam os caminhos. Isso é trabalho de quiumbanda, de magia trevosa. Nada tem a ver com a Umbanda. 

* É importante que não se confunda 'Quiumbanda' com 'Quimbanda'. Quimbanda, do vocabulário Banto,diz respeito à esfera que lida com processo de magia, de acordo com a terminologia própria dos cultos com alguma influência afro-brasileira. São chamados 'quimbandeiros' os espíritos que detêm o conhecimento de como reverter os efeitos daninhos da magia das trevas e da feitiçaria- e, para tanto, necessariamente sabem como produzi-los. Daí a confusão, se um grupo mediúnico envolve-se, por exemplo, em anular uma determinada magnetização que traz consequências funestas a um indivíduo, pode-se dizer que ele está envolvido em 'Quimbanda', ainda que denominem de outra forma. Espíritas, que geralmente estudam pouco tais assuntos, costumam preferir o termo anti-goécio para designar tais práticas, É a mesma coisa. De qualquer forma, há que se ter um termo para se referir aos processos e centros onde se pratica baixa feitiçaria e a magia das trevas, já que esses locais não se confundem com terreiros de Umbanda nem barracões de Candomblé, apesar de comumente os primeiros utilizarem tais nomes de modo irresponsável. por derivação do vocábulo já dicionarizado 'quiumba' (espírito mal, marginal do plano astral, espírito obsessor), a alternativa natural é quiumbanda. , opção que se adotou nesta obra, apesar do inconveniente que apresenta de assemelhar-se foneticamente à palavra Umbanda. (Nota do Editor do livro Tambores de Angola)

E, para finalizar, mais um trecho do livro TAMBORES DE ANGOLA, onde Ângelo Inácio presencia a atuação dos Exus em uma ação de guerra, preparando-se para desativar um laboratório das trevas: "Os guardiões ou exus foram chamados para realizarem uma tarefa. Acompanhando Francisco e Otávio, iriam conosco até o reduto das trevas, para desativarem a base de operação deles. Necessitavam de médiuns encarnados, embora desdobrados, por possuírem ectoplasma*, energia necessária para a desativação das bases das sombras. Deixamos Erasmino descobrado aos cuidados de Euzália e sua equipe e fomos para a região astralina onde se localizava a base de operações das trevas. Assim que chegamos, pudemos notar intensa movimentação nos arredores. Francisco e Otávio estavam tranquilos e muito seguros na realização da tarefa. Pensei que os habitantes daquela construção estavam sabendo da nossa visita e que haviam se precavido contra nós. Novamente, Arnaldo esclareceu a todos: - A movimentação que presenciam é resultado dos trabalhos dos guardiões, que recrutaram seus amigos para auxiliarem na tarefa. Embora todo o movimento, como vêem, comportam-se com a máxima disciplina e executam com rigor sua tarefa. Observei mais e vi uma grande quantidade de espíritos que se aproximavam furtivamente do prédio. Pareciam comandados por uma equipe que se colocava à frente, trazendo algo semelhante a um mapa, ora olhando para o prédio à frente, ora olhando para o papel que tinham na mão. Longas fileiras de espíritos se colocavam em volta do edifício das trevas, em movimentos precisos, estudados e com o máximo de silêncio. Vestiam-se como soldados e traziam nas mãos uma espécie de 'tridente'. Segundo fui informado, eram armas elétricas, que descarregariam energias e dariam choques nos outros espíritos que haviam de ser capturados. Funcionavam com eletromagnetismo. Eram as mais eficazes contra as investidas das sombras. Tudo parecia uma operação de guerra.

*Ectoplasma- (do grego Ektos = por fora, Plasma = molde ou substância), é uma substância fluídica de aparência diáfana, sutil, que flui do corpo de um médium apto a produzir fenômenos físicos, principalmente, a materialização. (Fonte: Wikipedia)"

Espero que o artigo de hoje sirva de esclarecimento para muitos, afinal, infelizmente, ainda há muito misticismo, muita mitificação na Umbanda, por conta de dirigentes, chefes de terreiro, pais e mães de santo que fazem questão em manter a perpetuação da ignorância e o domínio sobre os médiuns e frequentadores de seus terreiros a fim de satisfazer seus propósitos financeiros e de 'domínio de cabeças".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Não haveria luz se não fosse a escuridão...

“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

Liga da Justiça Umbandista
O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.